Quando se aproxima o Natal, aumentam a pressão para dizer bem - "ao menos uma vez na vida", aconselham. [Tomo consciência, neste preciso momento, que existindo a palavra maldizente, não existe o seu antónimo natural bendizente. Alguma razão haverá.]
Tal como a morte política do doutor Lopes, a minha suposta maledicência é grandemente exagerada, como podereis constatar.
Vem isto a propósito do lúcido post (cá está, cá está o bendizente) «mourinhar» do maradona (com minúscula) que, a pretexto desse imigrado genial e mal-amado (cá está, cá está, outra vez, o bendizente) , põe o dedo na ferida do culto nacional da mediocridade.
Vem isto a propósito do esclarecido post (cá está, cá está, uma vez mais, o bendizente) «Para entender a relação entre educação e desenvolvimento» do blasfemo João Miranda, que desmonta em duas penadas a argumentação dos idiotas que defendem que o investimento na educação formal vai resolver os problemas do atraso tecnológico, do crescimento, da produtividade, da iniciativa empresarial, etc. antes do fim duma qualquer próxima legislatura.
Vem isto a propósito do corajoso discurso (cá está, cá está, ainda outra vez, o bendizente) do secretário de Estado adjunto do MAI que disse do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil o que Maomé não disse dos chouriços:
«com o devido respeito por todos os que andam aqui há muito anos e que sabem muito mais do que eu sobre isto tudo, sinceramente vos digo, como cidadão e como português, envergonho-me do sistema que temos».Eu, se me permitem, direi mesmo mais: também me envergonho e não tenho nada a ver com esses parasitas crapulosos, há décadas pendurados no dito sistema que, como se sabe, não é mais do que uma teta da pletórica vaca marsupial pública.
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