Comentei na passada sexta-feira o voto de pesar da assembleia da República. No dia seguinte, no programa Quadratura do Círculo da SIC, pareceu-me ouvir o doutor Pacheco Pereira dizer que no texto do voto se escreveu «curvam-se» (os deputados) ou «curva-se» (a assembleia). Não estou certo qual das versões terá sido dita.
Sendo na sua maioria uns seres medíocres que dificilmente teriam existência fora da AR, os deputados tinham obrigação de se curvar perante um homem polémico que pairou muito acima das suas cabeças e que fez mais pelo país do que qualquer grupo parlamentar jamais fez ou fará. E, nesse caso, deveriam ter votado por unanimidade qualquer texto com a expressão «curvam-se os deputados». Se a expressão fosse «curvam-se os deputados do PCP, do seu apêndice verde e do Bloco de Esquerda», o texto deveria ter sido aprovado por aclamação.
Pelo contrário, os deputados deveriam ter suprimido por unanimidade do texto a curvatura da assembleia, porque a assembleia representa os eleitores que eles não têm o direito de fazer «curvar».
Adicionamento:
Perguntam-me porque deveria a esquerdalhada «curvar-se». Respondo: seria uma espécie de pedido de desculpas post mortem. Não é verdade que muitos deles sustentam que se deve pedir desculpas aos escravos, aos índios, et alia? Porque não ao Champas a quem esbulhámos as empresas para as entregar à irresponsável gestão dum Estado semi-soviético?
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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