Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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12/05/2004

CASE STUDY: O ensino do Direito em Portugal.

Quais são hoje os principais problemas para um escritório de advogados? perguntou o Semanário Económico ao doutor Agostinho Miranda, sócio de Miranda, Correia, Amendoeira & Associados, que se associou recentemente a Dibb Lupton Alsop, o 5º escritório inglês, presente em 22 países.

O doutor Miranda respondeu:
«Tem a ver com a falência do sistema de ensino do Direito e a circunstância de hoje ser muito mais difícil arranjar um bom advogado do que um bom cliente! É dramático o tempo gasto e o que custa recrutar pessoas que não respondem às solicitações. Um advogado com 14 valores, por exemplo, não sabe escrever. Não sabe mesmo pensar o Direito como instrumento de resolução de problemas. Não consegue distinguir o que é essencial do que é acessório, qual é o problema a resolver, não tem capacidade de apreender a lógica do cliente. É gravíssimo.»

À pergunta Tem-se degradado o ensino do Direito em Portugal?, a resposta foi:
«Sem dúvida, e de maneira escandalosa. Nos últimos cinco anos, para um mesmo nível de conhecimento, passou-se de 14 para 16 como nota média de curso. Se quer encontrar alguém com nível de conhecimento razoável, hoje, o limite mínimo de nota final é 16. Uma pessoa com 10 ou 12 é funcionalmente inepta.
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Há manifestamente faculdades de Direito em Portugal que licenciam pessoas sem condições mínimas, que nunca deveriam advogados, como nunca deveriam ser juizes