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03/10/2003

Avaliação contínua – o drible dos ministros e a distracção do árbitro e do público

Secção Tiros nos pés
Mais um episódio admirável: a filha do Ministro dos Negócios Estrangeiros dribla a lei com a ajuda do Ministro da Ciência e do Ensino Superior para entrar em Medicina (média de admissão superior a 18 – isto é só para génios). Resultado: um golo na própria baliza.
O que revela isto? Um misto de arrogância e oportunismo das personagens. E, pior que tudo, estupidez, por não anteciparem que uma coisa destas proporcionaria, inevitavelmente, uma masturbação ao nosso jornalismo de pacotilha, ao tele-evangelista e a todas as outras pudicas virgens.
Contudo, fez-se o silêncio mais ruidoso quanto à única questão verdadeiramente importante – qual é o sentido duma quota para os filhos dos diplomatas ou filhos de quaisquer outros pais, ou mães? Porque razão se admite que pode entrar para uma universidade um songamonga com 10 valores, que ainda por cima teve a chance de estudar provavelmente em melhores escolas, passando por cima de outros alunos melhor qualificados?
Um ignóbil para cada um dos ministros, uma urraca para a menina e 5 chateaubriands para o jornalismo piroso, o tele-evangelista e as outras luminárias que deram um chuto na relva.

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