Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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17/10/2003

Condição masculina: o galifão sucumbido. Parte II - As referências culturais.

Referências culturais complementares ao questionário (não solicitadas, mas importantes para avaliar a conformidade):

- Sorbonne: O Impertinente nunca frequentou esse templo da Cultura, mas tem vária(o)s amiga(o)s que frequentaram. Alguns deles limitaram-se, na época, a levantar o pavimento para se municiarem nas lutas contra a bófia, mas outros obtiveram com brio os seus diplomas, todos nas áreas das ciências do espírito – a Doutora Ana em psicologia e o Doutor Carlos em sociologia, são alguns dos exemplos. A primeira exerce clínica, a que O Impertinente recorre sempre que o médico do posto se comove e lhe passa uma requisição. O segundo exerce cartunância em vários jornais onde tenta converter, com os seus bonecos, os leitores à sua fé, ilustrando as suas obscuras mentes com a visão diabólica dos malefícios de la mondialisation, du nouveau hyper-imperialism américain, etc. Os seus Invendus de la semaine podem ser vistos aqui.

- Assinaturas: em matéria cultural, O Impertinente assina as Selecções, uma revista eclética.

- Proust: um dia comprei La recherche na Gallimard, pensando que a obra era sobre a teoria da relatividade generalizada; li a badana, falava qualquer coisa sobre cisnes e percebi que estava enganado. Ofereci a uma amiga que estava a estudar Literatura na Sorbonne.

- Joyce: comprei o Ulisses, estranhamente traduzido por um mouro chamado Houaiss. Imaginava que era um livro sobre a mitologia grega. Lendo umas páginas onde se falava dum Dedalus a coisa parecia conferir, mas ao chegar a uma tal Marion Bloom fiquei intrigado – quem era mesmo essa megera?

- Cardoso Pires: quando adolescente, O Impertinente começou, mas abandonou, a leitura da Cartilha do Marialva, pensando tratar-se de um manual do engate.

- Doutora Margarida Pinto Rebelo: ainda não li nada, mas tenho intenção de comprar a sua obra completa – se a Senhora tem tantos clientes que lhe compram os livros, eles devem ter algum préstimo ou não?

Nota final:
Consumi-me durante 2 longos serões para responder ao questionário, mas era o mínimo que podia fazer depois da Doutora Amélia me ter promovido a “muito querido”. O meu lado feminino, afogado por hectolitros de depurado machismo, atascado em toneladas de marialvismo, veio à tona e traiu-me. Tive que reprimir as lágrimas. No pior pano cai a melhor nódoa, dizia a mãe d’O Impertinente. Vou agora mesmo a correr marcar uma consulta com a Doutora Ana.

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