Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

28/02/2023

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: O "se" do Dr. Costa

 «Se as políticas públicas tivessem sido diferentes, se em vez de usar a margem financeira, ganha durante o ajustamento de 2011-2014 e deixada por Pedro Passos Coelho, a distribuir dinheiro pelos funcionários públicos e pelos pensionistas tivesse usado, pelo menos uma parte, para investir nos serviços públicos, o país estaria melhor. Se em vez de prometer reversões, que seriam impossíveis na sua totalidade, como agora se demonstra no caso dos professores, tentasse prosseguir com algumas reformas do Estado, como a simplificação e desburocratização, o potencial de crescimento seria hoje mais elevado. Se em vez de assustar os pensionistas com Pedro Passos Coelho, tivesse tido a coragem de fazer uma reforma nas pensões, hoje não teria de ter feito o truque dos aumentos das pensões e a inevitável reforma que aí vem significaria menos cortes para os pensionistas futuros. Se em vez de criticar a reforma do arrendamento urbano de Assunção Cristas, que permitiu ter hoje os centros das cidades recuperados, tivesse continuado a incentivar a iniciativa privada na construção e no arrendamento, em vez de continuar a agora desnecessária política de atrair quem quer fugir aos impostos no seu país, talvez hoje estivéssemos com mais casas. E podíamos continuar, com a Educação e a Saúde que são cada vez mais um factor de desigualdade.»

Helena Garrido no Observador

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (55b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 55a)

Take Another Plan. Take 1 – É só fumaça

Como se mostrou nesta exumação, o cadáver desenterrado pelo PS do “negócio secreto” (que afinal era conhecido do governo socialista) feito pelo accionista da TAP para a comprar, estava em avançado estado de decomposição e serviu apenas o propósito de disfarçar o desastre da nacionalização da TAP seguida da sua reprivatização.

Take Another Plan. Take 2 – O dinheiro afundado na TAP não se evapora

Em 2021, a TAP despediu duas centenas de pilotos e uma parte deles foi contratada pela Portugália (uma subsidiária da TAP que esta comprou em 2009 à Espírito Santo Internacional por indicação do Dono Disto Tudo e ordem do Animal Feroz). Decorridos menos de dois anos, a TAP está a recrutar 40 desses pilotos que foram para a Portugália com uma indemnização de metade da que seria devida por despedimento que não ocorreu.

Da bazuca só sai fumaça (e ainda bem)

O relatório de avaliação da Comissão de Acompanhamento considera que o PRR tem metas irrealistas e há atrasos de dez meses. Dos 69 investimentos analisados só 33 estavam dentro do planeado e 15 estavam em «estado preocupante ou crítico» o que em oficialês significa praticamente irrecuperáveis.

Contenhamos a indignação porque, sabendo-se o destino e o impacto que em 36 anos os fundos europeus têm tido no desenvolvimento do Portugal dos Pequeninos, devemos concordar que haverá outras formas melhores de torrar o dinheiro dos contribuintes europeus.

Quase 50 anos de socialismo de várias modalidades tinha de dar nisto: pobreza e avaria do elevador social 

mais liberdade

Então não estamos a crescer mais do que a Óropa?


Apesar dos derramamentos de dinheiros dos fundos e do turismo pujante, a economia do Portugal dos Pequeninos continua a dar sinais de risco de gripar, como mostra a evolução do indicador de actividade económica do BdP.

«Pagar a dívida é ideia de criança»

O endividamento total da economia, isto é, das famílias e das empresas não financeiras, aumentou durante o ano passado 19,1 mil milhões para 793,8 mil milhões.

27/02/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (55a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Teoria da conspiração: e se o Dr. Costa estivesse a usar o pacote de habitação para distrair a populaça dos escândalos, amansar a esquerdalhada e acantonar o pedronunismo?

Se toda a gente constrói teorias da conspiração, eis aqui mais uma. Tenho dificuldade em ver o Dr. Costa, um político que tanto diz que a nacionalização é indispensável para a salvar a TAP, como a privatização é a única saída, com uma escassez de princípios compensada por um excesso de manobrismo, que sabe o preço político de tudo e dá valor a pouca coisa, a apoiar convictamente um pacote de habitação radicalóide e irrealista como o "Mais Habitação". Em contrapartida, como se está a ver, o pacote apagou dos mídia os escândalos dos apparatchiks socialistas, seria apoiado pela esquerdalhada se a geringonça ainda sobrevivesse, e, sendo um fruto do pensamento pedronunista, o seu fracasso ficará colado ao da nacionalização da TAP que o Dr. Costa já levou ao passivo desta corrente.

Se um plano não funciona, faz-se outro em cima. Se nenhum funcionar, fica o anúncio

Há uns meses escrevi num destes semanários que após seis anos o que restou dos programas de Renda Acessível: (1) do programa do Dr. Pedro Nuno 771-contratos-771 contratos, ou seja, 0,084% dos 921 mil arrendamentos em Portugal; (2) um aumento de 6,4% no 1.º trimestre da renda mediana; (3) um aumento de 27% da renda média nos 12 meses terminados em Junho. Agora, o pacote Mais Habitação prevê uma linha de crédito bonificada para habitação acessível durante um período mínimo de 25 anos. Se aparecer alguém que a troco de menos 1 ou 2 pontos percentuais na taxa de juro se disponha a submeter-se a um regime destes durante um quartel, devemos propô-lo para a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

Governo adjudica aos senhorios a protecção à terceira idade

A aproximação ao nível do mercado das rendas anteriores à lei do arrendamento urbano de 1990 foi várias vezes interrompida pelo Dr. Costa. Agora o governo, pela boca da ministra da Habitação vem garantir que rendas desses cerca de 200 mil contratos são inferiores inferiores a 150 euros ficarão congeladas definitivamente. Note-se que quase10% do total dos 923 mil contratos têm rendas inferiores a 50 euros e 40% das rendas são inferiores a 400 euros (fonte).

Uma no cravo e outra no Cravinho, ministro dos negócios estranhos

Não lembraria ao diabo, um ministro dos Negócios Estrangeiros anunciar a presença de um presidente de outro país na cerimónia do 25 de Abril no parlamento, como se este dependesse do governo (na verdade, no Portugal dos Pequeninos de hoje, depende, mas deveria haver um pouco mais de pudor). A não ser que, usando uma táctica aprendida com o seu chefe Dr. Costa, se tratasse de um expediente para distrair as forças vivas da nação, como se dizia no Estado Novo, de mais uma investigação por abuso de poder e tráfico de influências relacionada com um assunto de lana-caprina da carta de condução.

O legítimo putativo sucessor do Dr. Costa, pode seguir as pisadas do challenger Dr. Pedro Nuno

A contratação pelo Dr. Medina do Sr. Morão, um apparatchik autárquico socialista, para encaminhar fundos para o PS (diz-se), provavelmente por conta e ordem do seu antecessor na presidência da Câmara, está a ser objecto de uma investigação que pode acabar em acusação. A coisa complica-se quando, ao mesmo tempo, S. Ex.ª, numa das suas jogadas florentinas, está a encostar o Dr. Medina à parede usando o caso da indemnização milionária que a TAP pagou à sua ex-administradora.

«Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central»

O que tem de ser tem muita força e se impedirmos a realidade de entrar pela porta da frente ela entrará pela porta das traseiras. E foi assim que o ministro da Economia teve de reconhecer que do dinheiro torrado pelos governos do Dr. Costa «muito dificilmente a totalidade do valor será refletido no preço de venda». É só mais um caso de nacionalização que não custou nada e o nada ficou muito caro, como a nacionalização do BPN que o saudoso Dr. Teixeira dos Santos garantiu que não custaria nada e ficou em mais de 6 mil milhões.

(Continua)

26/02/2023

CASE STUDY: Um imenso Portugal (64) - Na melhor hipótese o anúncio da moeda única foi apenas um sound bite de dois presidentes esquerdistas, na pior seria um desastre

Outros imensos Portugais
Antes de Lula da Silva, o presidente petista brasileiro, e Alberto Fernández, o presidente peronista argentino, anunciarem urbi et orbi que iriam estudar a adopção de uma moeda comum aos dois países, o primeiro deveria ter-se dado conta que a Argentina está a tentar evitar o seu décimo resgate desde a independência no princípio do século XIX, não tem reservas de divisas, tem uma inflação anual ao redor de 100%, o banco central tem a impressora a funcionar 24/24h para imprimir notas e os movimentos de capitais estão sob absoluto controlo. 

E ambos deveriam ter pedido para lhes explicarem as conclusões de Robert Mundell («A Theory of Optimum Currency Areas» de 1961) e de Milton Friedman («The Euro: Monetary Unity To Political Disunity?» de 1997) sobre zonas monetárias. Mundell demonstrou que uma zona monetária para ser óptima teria de cumprir várias condições, nomeadamente a mobilidade da mão-de-obra (inexistente no caso Brasil-Argentina), mobilidade que também exige reduzidos obstáculos culturais ou administrativas (acesso às profissões, sistemas de segurança social compatíveis, etc.). 

Friedman concluiu, a propósito da criação da Zona Euro, que uma moeda única sem as condições de uma zona monetária óptima «exacerbaria as tensões políticas, convertendo choques divergentes que poderiam ter sido prontamente acomodados por mudanças cambiais em questões políticas divisivas». 

Mais recentemente e a propósito precisamente do delírio petista-peronista, Paul Krugman sublinhou no seu Twitter uma outra condição para uma moeda comum ser viável: «pode fazer sentido entre economias que são os principais parceiros comerciais umas das outras e são semelhantes o suficiente para que não enfrentem grandes "choques assimétricos"». Ora, os principais parceiros comerciais do Brasil são a China (31%), a UE (13%) e os EUA (11%). A Argentina anda pelos 4%.

Em conclusão, o Brasil e a Argentina ao tentarem partilhar um "peso-real" acabariam a partilhar um desastre.

25/02/2023

ACREDITE SE QUISER: Ficava-se na dúvida se seria lip service, descaramento ou simples estupidez. Já não se fica

Recapitulando:

Em 2 de Março do ano passado o major-general Carlos Branco explicava à CNN como a "Operação Especial" das forças russas que tinham acabado de invadir a Ucrânia seria um passeio. «O objetivo é cercar Kiev e obter a capitulação sem combates», postulou.

Quase um ano depois, a invasão russa falhou em toda a linha e transformou-se numa manobra dos EUA na cabeça do major-general que celebra o facto de não ter havido uma «vitória ucraniana no campo de batalha».

Ontem, no aniversário da invasão que era para durar alguns dias, o Sr. major-general escreveu um longo manifesto com o título «E se a Ucrânia não ganhar a guerra?», surpreendente para quem há um ano considerava que a invasão seria uma grande vitória do glorioso exército russo e culminaria com a capitulação sem combates

Se o título é surpreendente, o texto é o que seria de esperar de uma criatura que escreveu o que escreveu. Questiona o «dogmatismo» da vitória da Ucrânia anunciada pelos «comentadores», o que para um comentador que há um ano celebrava a vitória iminente da Rússia é de uma grande falta de decoro. Declara a sua fé que «a iniciativa estratégica e tática» regresse à Rússia. Acusa a maléfica Washington que visava apear o Czar e substituí-lo por um «à Ieltsin», mas que já não visa porque as sanções não afectaram a Rússia e, pelo contrário, reforçaram Putin e «as ocidentais mostraram-se incapazes de responderem às necessidades militares de Kiev». O resto do manifesto é dedicado a mostrar as divisões «ocidentais» e as manobras dos «falcões e a dirigentes revanchistas não controláveis». Nem mesmo o embaixador russo em Lisboa faria melhor.

24/02/2023

No aniversário da "Operação Especial", o delírio putinesco de vitória em vitória até ao impasse final

Fonte

Apropriadamente, no dia de Carnaval, dois dias antes do aniversário da invasão da Ucrânia, a que chamou "Operação Especial" e era para durar alguns dias, o Czar Vladimiro ofereceu à assembleia federal russa o melhor exemplo de discurso orwelliano produzido este século.

Depois de um ano em que se estima que o exército russo tenha sofrido 200 mil baixas e o grupo de mercenários Wagner composto de presidiários 30 mil, que tenha perdido cerca de 10 mil equipamentos (tanques, veículos de todos os tipos, helicópteros e aviões), o triplo das perdas de material ucranianas, que tenha abandonado praticamente todo o território ucraniano que inicialmente ocupou e que a ofensiva em curso está a ser outro desastre, Putin massacrou durante duas horas a audiência com um arsenal de mentiras que desafiariam o Big Brother de "1984" de George Orwell. 

Revelando delírios paranoicos, Putin tentou justificar-se apresentando-se como um cruzado na luta contra os depravados ocidentais que pretendem «destruir a família, a identidade cultural e nacional, pervertem e abusam das crianças, praticam pedofilia, e tudo isso é declarado normal na vida deles. Forçam padres a abençoar casamentos homossexuais (...) e que pretendem explorar a ideia de um deus de género neutro.» Ao mesmo tempo que atribuiu a culpa aos líderes ocidentais «que iniciaram esta guerra, enquanto nós usávamos a força e a estamos a utilizar para parar a guerra». Onde é que já vimos tudo isto?

22/02/2023

ARTIGO DEFUNTO: De como o negócio secreto não era secreto, o dinheiro da TAP ainda não era da TAP e afinal o mais importante não era nada disso

O Expresso da semana passada publicou no caderno de Economia um artigo intitulado «Como Neeleman, Passos e a Airbus gizaram privatização da TAP em segredo» com uma chamada na primeira página «O negócio secreto de David Neeleman para comprar a TAP», devidamente ilustrada com uma foto do antigo accionista que ocupa de 1/3 da página no melhor estilo Correio de Manhã (na modalidade semanário de reverência), ambos os títulos formulados para induzir o leitor distraído a acreditar numa cabala dos citados para extrair dinheiro da TAP para o bolso de Neeleman.

Quem se deu ao trabalho de ler uma página inteira com 1.700 palavras, ficou sem saber em que consistiu o «negócio secreto». Só ficou a saber que afinal do «negócio secreto (...) estavam a par todos os principais intervenientes na privatização do Governo de coligação PSD/CDS e na reversão da privatização já no Governo de António Costa, em 2017.»  Ou seja, o "segredo" era do conhecimento do governo que agora o foi buscar para distrair a turba do enorme desastre que foi a nacionalização da TAP, a que se seguirá nova privatização, depois de lá serem torrados mais de 3 mil milhões de euros.

Antes de continuar, recordemos que o Memorando de Entendimento, assinado a 17 de Maio de 2011 pelo governo do Partido Socialista, previa no seu item 3.31. a privatização da TAP:
«O Governo acelerará o programa de privatizações. O plano existente para o período que
decorre até 2013 abrange transportes (Aeroportos de Portugal, TAP, e a CP Carga), (...)  O Governo compromete-se a ir ainda mais longe, (...) e tem a expectativa que as condições do mercado venham a permitir a venda destas duas empresas, bem como da TAP, até ao final de 2011.»
Também não ficou a saber-se na peça do Expresso de onde veio dinheiro para comprar a TAP, sendo certo que se insinua, mas não se explica como. Para melhor perceber o que está em causa pode começar por ler-se um artigo de Diogo Horta Osório que classifica a privatização de TAP como um «erro grosseiro» do governo PSD-CDS e como «inépcia (do governo PS) de pagar ao investidor estrangeiro uma quantia de 55 000 000 euros por uma participação numa empresa insolvente» e em seguida um outro artigo do mesmo autor onde explica
«Em síntese, não restam dúvidas de que foi utilizado o cash flow futuro da TAP para reembolsar o adiantamento pela Airbus, mas à custa dos meios financeiros da capitalização. Aparentemente, trata-se de uma operação de soma zero.

E comprar o cão pagando com o pêlo do próprio cão não é imoral ou ilegal em si mesmo. Adquirir uma casa com um empréstimo e arrendar a mesma, utilizando a renda recebida para amortizar o empréstimo não é ilegal. Uma operação de aquisição de uma sociedade, contanto sejam protegidos os accionistas e os credores, deveria ter o mesmo tratamento.

Questão diversa é se a privatização deveria ter sido efectuada àquele preço, pois a TAP poderia ter feito esse negócio stand alone, e se deveria ter sido pago ao Sr. Neeleman a soma obscena na sua saída. Esses são verdadeiramente os factos a investigar.»

21/02/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (54b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 53b)

As prioridades socialistas são o aborto (e a eutanásia)

Quando aumentam desmesuradamente os tempos de espera no SNS para todos os tipos de cirurgia, o ministro da Saúde – isto é, o ministro do SNS – admitiu que o SNS pague os abortos nos hospitais privados quando os públicos não puderem fazê-lo imediatamente.

«A educação é a nossa paixão». Temas que não fazem manchetes

O número total de alunos do ensino pré-escolar ao secundários desceu de 2.015 mil em 2009-10 para 1. 597 mil em 2020-21. No mesmo período, à custa da multiplicação de disciplinas inúteis, o número total de professores do mesmo ensino apenas desceu de 177.997 para 150.127 e o número alunos por professor, que já era um dos mais baixos da Óropa, desceu ainda mais de 11,3 para 10,6. 


“O PS grávido do Estado”. O caminho para o socialismo passa por fazer de todos os portugueses funcionários

O Dr. Costa pode não fazer crescer a economia, mas em matéria de emprego público é imbatível. Já transformou em 742 mil os 655 mil funcionários que herdou do “neoliberalismo” (que herdou 730 mil do socialismo socrático).

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

A paixão do PS pelo SNS está a levar os contribuintes que o pagam com os seus impostos a recorrerem cada vez mais aos “privados” que o ano passado viram aumentar o número de consultas em 7,8%, o número de urgências em 37,4% e o número de cirurgias em 6,9%. Afinal, talvez os maiores amigos dos “privados” sejam os seus inimigos.

“Empresas” do Estado sucial em estado de falência técnica

Em 2021 (as contas das empresas públicas andam atrasadas dois anos), as empresas não financeiras do Estado sucial registaram 3.100 milhões de prejuízos e mais de um terço não tinham capitais próprios, isto é, estavam em situação de falência técnica e nalguns casos os passivos ultrapassavam, em muito, os activos. Se fossem privadas estariam obrigadas a ser liquidadas. Tudo isto apesar de só em 2021 o governo do Dr. Costa ter afundado 5.270 milhões de euros nas empresas públicas.

De volta ao velho normal

Depois de mais de uma década, as contas externas em 2022 voltaram a registar um défice de 0,5% do PIB (em 2021 houve um excedente de 1%), devido ao défice de 2,1% do PIB da balança de bens.

A taxa de juro média dos crédito à habitação ultrapassou 2,2%, o valor mais elevado desde Dezembro de 2022 e não, não é uma taxa alta, as taxas próximas de zero é que eram insustentáveis e historicamente anormais, até porque com a inflação actual as taxas de juros reais são negativas.

20/02/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (54a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Depois de sete anos de namoro, o PS descobre uma nova paixão: a habitação. Terá as mesmas consequências indesejadas das outras paixões

O plano “Mais Habitação”, anunciado pelo governo é mais do mesmo, agora a uma escala grandiosa inspirada numa visão dirigista, centralizadora e impositiva que pretende transformar o Estado sucial em agência imobiliária. É o mesmo Estado sucial governado pela mesma gente que em sete anos lançou vários programas de habitação social, protagonizados pelos putativos sucessores do Dr. Costa, e realizou 950 contratos, equivalentes a 0,5% dos contratos celebrados desde o início dos programas.

É claro que nem tudo é negativo (como a anunciada simplificação do licenciamento ou a redução da taxa de tributação autónoma), mas os efeitos negativos, esses, são imediatos, por exemplo, a sabotagem do alojamento local que ficará na prática reservado às cadeias de hotéis. Aparte os referidos efeitos positivos, a ineficácia habitual do Estado sucial transformará o plano em mais um episódio de mera propaganda mediática para tentar abafar o ruído da corrupção e dos protestos de centenas de milhares de funcionários públicos.

O Dr. Costa diz que o perfil da economia portuguesa vai ser alterado. Sem dúvida, vai ser cada vez mais o de uma economia marginal e dependente dos fundos europeus

Estes 245 novos produtos e novos serviços [agendas do PPR] vão multiplicar o PIB português e isso significa que, com a execução destas agendas, nós vamos (…) alterar efetivamente o perfil da nossa economia». (fonte)

O multiplicador socialista

No meio dos delírios habituais acerca da bazuca, o Dr. Costa acrescentou mais um, que vinha sendo injustamente esquecido desde o período socrático, durante o qual os pastorinhos da economia dos amanhãs que cantam anunciaram multiplicadores do investimento público que iam desde uns modestos 9,5 euros por cada euro investido até aos 18 euros por cada euro investido no caso das infraestruturas rodoviárias. Como se sabe, com grande surpresa dos pastorinhos, as autoestradas do Eng. Sócrates tiveram, sim, efeito multiplicador, mas da dívida pública e foram um dos factores que levou ao resgate pela troika.

Desta vez, os pastorinhos, escaldados com os multiplicadores socráticos. foram mais cautelosos nas sugestões ao Dr. Costa que colocou a coisa nos 5,3 euros de crescimento económico por cada euro investido, modestos para os delírios socialistas, mas, ainda assim, certamente apenas pensamento milagroso.

Uma bazuca que dispara tiros de pólvora seca

Segundo os números do Expresso, do total de 16,6 mil milhões do poder de fogo da bazuca, diz o governo que 12,7 mM é «dinheiro lançado no mercado», mas, para o governo, ele próprio faz parte do mercado. De facto, apenas 1,5 mM foram entregues aos “beneficiários”, sendo estes principalmente entidades públicas, já que às empresas apenas chegaram 153 milhões. Como já por aqui escrevi várias vezes, talvez isso seja menos mau do que entornar dinheiro dos contribuintes europeus e algum dos portugueses em projectos mal-amanhados.

(Continua)

19/02/2023

Dúvidas (352) - Também tive essa dúvida

«Há entre o Chega e o PCP e, por outro lado, o Bloco de Esquerda, uma diferença fundamental: o primeiro não ameaça a Democracia nem nunca sugeriu a sua substituição por um regime ditatorial; já os outros dois estão na Democracia de má fé, com intenções reservadas, procurando, enquanto não chegam os amanhãs que cantam, estatizar o actual regime até aos limites possíveis. Porém, todo o establishment ortodoxo parece temer muito mais o 'Chega' do que os figadais inimigos da 'democracia burguesa' que felizmente nos rege. Porquê estes dois pesos e duas medidas?»

Maria de Fátima Bonifácio no Nascer do sol

Biden's Buy American protectionist policies are wrong and hurt the US and its allies

 «Buy American provisions can have several advantages. They funnel money to domestic businesses in important industries, theoretically raise the wages of workers in those sectors, and let the government support the development of crucial technology and infrastructure. For example, if the U.S. wants to build an all-electric economy, we probably need to be much more deliberate about creating a stable and thriving market for inputs such as lithium and copper.

But the Buy American philosophy has at least four problems that the White House, Democrats, and all policy makers should think about as they engineer a new industrial policy for the 21st century.

B.A. typically raises costs. 

The U.S. should be concerned about building more and building faster. (...)  But building certainly won’t get any cheaper or easier if our policies increase the cost of essential materials by making foreign purchases of them illegal. All things equal, buying American might make building in America more expensive at a time when we should be obsessed with reducing costs rather than raising them.

B.A. can make key supply chains less resilient. 

Last spring, a bacteria outbreak at a Michigan plant that makes infant formula created a scary shortage. It also offered a lesson on the downsides of protectionism. The U.S. government makes the legal importation of otherwise-safe European formula almost impossible, going so far as to seize shipments at the border. (...) The U.S. should consider “friend-shoring” the production of certain materials—that is, working with our allies to create many nodes around the world so that if one fails, no catastrophe ensues.

B.A. policies can hurt innovation, even if just by accident. 

(...) Buy American provisions might send a strong signal to buyers—whatever you do, just buy from one of these few domestic suppliers! - that overwhelms other signals, such as price and quality. As a result, domestic suppliers don’t have to keep up with any innovative wave, and Buy American policies lock parts of the economy into being less innovative.

B.A. hurts global alliances that we should be nurturing. 

If the U.S. really is on the cusp of a second cold war with China, we should be focused on building alliances rather than frustrating our allies and trading partners. (...) 

Protectionism pushes us in the other direction. When the U.S. imposes Buy American rules, other countries may copy us and impose their own restrictions on global trade. This is why too much protectionism can punish the very people it’s meant to help. Under President Trump, the U.S. imposed import tariffs to protect manufacturing workers who built washing machines and made steel and aluminum. These jobs happened to be disproportionately located in GOP counties. But the policy backfired, triggering retaliatory tariffs in other countries. Suddenly our washing machines weren’t priced competitively for foreign buyers, leading to a sharp decline in U.S. exports. A 2019 analysis by several economists found that the U.S. companies that lost the most business were heavily concentrated in the very same GOP-leaning counties that Trump was theoretically trying to assist.

(...) But in this molten moment for economic policy, as we’re sliding from a neoliberal era into something else, we should be explicit about the trade-offs that come from explicitly protectionist policies. We already know the downsides of a laissez-faire, “build wherever it’s cheapest” regime. Twenty years from now, I don’t want to have to write that the U.S. overreacted to the China shocks by forcibly onshoring the production of goods in a way that made those goods less resilient and ample

Derek Thompson in The Atlantic

18/02/2023

ARTIGO DEFUNTO: Com parte da verdade nos tentam enganar

A prosa enganadora

Apenas um exemplo entre as dezenas que o jornalismo amigo plantou nos periódicos do Portugal dos Pequeninos:
«Depois de alcançar um dos crescimentos mais fortes da União Europeia em 2022 - apenas atrás da Irlanda -, a economia portuguesa vai perder pedalada este ano, abrandando para 1%, ficando a meio da tabela, mas ainda acima da média.»

Raquel Moleiro, Jornalista, newsletter Expresso Curto
Os factos
  • A comparação com a Irlanda é simplesmente ridícula, como se vê nos gráficos seguintes.

  • Em 2020, Portugal foi o sexto país cuja economia mais encolheu (-8,3%), bem abaixo da média UE (-5,7%). 
  • Em 2021 o crescimento foi 5,5%, apenas dez pontos-base acima do crescimento médio (5,4%), pelo que entre 2019 e 2021 Portugal caiu 2,5% em relação à UE. 
  • Em 2022, Portugal com 6,7%, acima da média de 3,5% da UE, teve de facto o segundo crescimento depois da Irlanda, apenas porque devido à invasão da Ucrânia todos os países do Leste que habitualmente crescem mais tiveram as suas economias fortemente afectadas pela guerra. 
  • Em 2023, a CE prevê que Portugal com 1,0% tenha o décimo primeiro crescimento, 20 pontos-base acima da UE.
  • Em 2024, a CE prevê que com 1,8% Portugal tenha o décimo crescimento mais baixo ultrapassado por todos os países do Leste.

17/02/2023

QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará? (76) Unintended consequences (XXVIII)

Outras marteladas.

Recapitulando: o intervencionismo dos bancos centrais (Fed e BoE, copiados pelo BCE), adoptando o alívio quantitativo e as taxas de juro negativas ou nulas, desde o «whatever it takes» do Super Mario de Julho de 2012 criou oceanos de liquidez que impulsionaram os mercados de capitais e incentivaram o investimento em activos de risco, criando as condições para um processo inflacionário que só esperava um trigger que surgiu com a invasão da Ucrânia.

A necessidade de aliviarem os seus balanços, secarem os oceanos de liquidez e conter a inflação levou os bancos centrais a aumentarem as taxas de referência e passarem do quantitative easing para o quantitative tightening.

Vítimas das novas circunstâncias são também as startups tecnológicas americanas, em queda há vários meses, com excepção da fase Seed/Angel, como se vê no diagrama que compara os dois últimos trimestres de 2021 e 2022.

16/02/2023

DIÁRIO DE BORDO: Elegeram-no? Então aguentem outros cinco anos de TV Marcelo (13) - Um presidente de uma república dos bananas

Então aguentem outros cinco anos, uma espécie de sequência indesejada da série Outras preces (não escutadas).

Dúvidas (351) - Irá o Bloco de Esquerda regredir na causa da promoção das mulheres para cargos dirigentes?

A dúvida resulta de, entre os 112 "géneros" identificados pelo Tumblr, a Dr.ª Mortágua parece pertencer a um "género" que ainda não consegui determinar com precisão, mas, em todo o caso, a ser eleita será um retrocesso, ou pelo menos un desvio, na luta pela promoção das mulheres aos cargos dirigentes.

15/02/2023

Escrever direito por linhas curtas

Este post é uma espécie de continuação deste.

Declaração de interesse: Não conheço, nem tenho em especial conta o Eng. Carlos Moedas, a quem tenho criticado acções e declarações.

Isso não me impede de apreciar e relevar a sua resposta na assembleia municipal de Lisboa às críticas oblíquas de S. Exª, o papagaio-mor do reino, e às críticas hipócritas de socialistas, berloquistas e comunistas da sua proposta dos imigrantes só serem aceites com um contrato de trabalho. Resposta da qual respigo:

«Eu fui emigrante, sou casado com uma imigrante, o meu sogro é marroquino, a minha sogra é tunisina, por isso, há algo que gostaria de deixar muito claro: não aceito lições de ninguém nesta matéria, de ninguém». 

Mas também não deixo de acrescentar que não chegam as declarações de princípio e é preciso encontrar soluções concretas para conciliar com os interesses dos portugueses as oportunidades que devemos conceder aos imigrantes, o que desde logo exige a distinção, geralmente obscurecida por oportunistas de todos os matizes, entre refugiados perseguidos por razões políticas, religiosas ou étnicas, que devemos humanitariamente acolher sem condições, e migrantes económicos.

Escrever torto por linhas direitas. Assim, a oposição não vai lá (e a situação lá continuará)

Não é muito frequente o líder do PSD fazer declarações simultaneamente corajosas, com premissas realistas e sensatas, como a que produziu há dias:

«Temos que arriscar, procurar pelo mundo as comunidades que possam interagir melhor connosco, que se possam integrar melhor na nossa cultura, na nossa identidade, e que possam entrar, por via do mercado de trabalho e também por via da formação, para ingressarem no mercado de trabalho mais tarde.»
Declaração corajosa porque vai contra o zeitgeist que a seita do politicamente correcto conseguiu instilar nas tenras meninges de resmas de portugueses. Declaração com premissas realistas porque aceita uma realidade demográfica inegável que é do envelhecimento da população residente e uma realidade social que é a cada vez maior dificuldade de convencer a "geração mais educada de sempre", como dizem os patetas, de jovens razoavelmente ignorantes dotados de licenciaturas em ogias, a trabalharem em profissões que as suas mentes preconceituosas consideram inferiores. Declaração sensata porque se sabe das dificuldades que em toda a Óropa ocorrem na integração de migrantes de comunidades com culturas muito divergentes do país de acolhimento.

Na verdade, talvez mais do que corajosa, realista e sensata, se a submetermos ao bullshit test, a declaração de Luís Montenegro aparece como inócua e, como veremos, provavelmente inexequível. Experimentemos escrever o contrário e verificaremos que é absurdo :

Não devemos procurar pelo mundo as comunidades que possam interagir melhor connosco, etc., e devemos aceitar passivamente os migrantes que nos procurarem, por exemplo, membros do Estado Islâmico, representantes da cleptocracia putinesca, seitas de vudu, etc.

As reacções da seita do politicamente correcto, da bem-pensância e dos patetas ao seu serviço, a quem máquina mediática socialista deu voz, adicionando-lhe o tempero habitual (Ventura, Chega, etc.), não se fizeram esperar: "xenofobia" e "arrogância integracionista", clamaram.

Curiosamente, ninguém tocou no que, a meu ver, é o ponto fraco da política implícita na declaração de Montenegro, a saber: apesar de partir de premissas realistas e de prosseguir objectivos aceitáveis, a política não é fazível, porque a procura pelo mundo das comunidades, etc. dependeria de acções no território dessas comunidades na prática irrealizáveis e que os governos dos países visados repudiariam.

14/02/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (53b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 53a)

A sucessora do Dr. Pedro Nuno irá continuar o sucesso da política socialista de habitação

A Dr.ª Marina Gonçalves, ministra da Habitação, já disse que tem muito dinheiro dos contribuintes europeus para gastar e vai construir 30 mil casas até 2026, garantindo a continuidade dos programas lançados em concorrência pelo Dr. Medina, actualmente nas Finanças, e pelo Dr. Pedro Nuno, actualmente em semestre sabático, que conseguiram em sete anos 950 contratos equivalentes a 0,5% dos contratos celebrados desde o início dos programas.

O caminho socialista para a habitação passa pela Ponte 25 de Abril

A Dr. Inês, assessora de Inovação da ministra do Trabalho, está a promover a ocupação da ponte de 25 de Abril com tendas para protestar contra a falta de habitação. Seria uma excelente ideia se usasse as tendas para suprir a falta de habitação.

SIC paga tributo oferecendo um palco ao pedronunismo

Por falar no Dr. Pedro Nuno, prosseguindo a prática corrente nos mídia portugueses, prática que só não é única porque muitos regimes autocráticos, de democracia musculada ou democracia defeituosa como a nossa, substituem o comentário político pelo tempo de antena, a SIC Notícias convidou o Dr. Pedro Nuno Santos para comentador / porta-voz do pedronunismo. É um seguro para o caso do Dr. Pedro Nuno um dia se sentar na cadeira do Dr. Costa.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

O diagrama seguinte mostra as consequências da defesa do SNS pelo PS e, em particular no que respeita Hospital Beatriz Ângelo, as consequências de terminar o contrato de gestão privada por obra da Drª Temido, aplaudida por comunistas e berloquistas, 

mais liberdade

Fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é a maior prova de insanidade

A par da paixão pela educação e pelo SNS, o PS descobriu uma paixão pelo “trabalho digno” e para a acolher aprovou sozinho o Código do Trabalho que foi vítima de 150 alterações. Várias dessas alterações são medidas para eliminar a “precariedade”, medidas que no passado a aumentaram e foram mais exemplos das consequências imprevistas e indesejadas que caracterizam a governação socialista. E, se o líder do PSD tiver sabido fazer as contas, o PS incluiu nestas medidas o incentivo óptimo ao desemprego: desempregados a ganharem mais do que trabalhadores no activo

«Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central»

Termina esta semana o prazo para as propostas de privatização da EFACEC dos seis candidatos que só querem a “EFACEC boa” e devidamente aligeirada do passivo pletórico que o governo do Dr. Costa lá foi enterrando desde que assumiu o controlo, que antes havia empandeirado à Dr.ª Isabel dos Santos. Nesta altura, o Dr. Costa e os seus ministros da Economia já lá sepultaram 115 milhões do dinheiro estúpido dos contribuintes e os candidatos exigem adicionalmente mais duas a três vezes esse montante. É o modelo TAP em acção.

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

A emissão de mil milhões de Obrigações do Tesouro a 9,5 anos teve uma yield de 3,2% acima dos 2,68% da emissão semelhantes de Junho passado.
 
O défice da balança comercial aumentou de 19,5 mil milhões em 2021 para 30,8 mil milhões em 2022, o valor mais alto desde sempre com a taxa de cobertura mais baixa desde os tempos do Eng. Sócrates.

13/02/2023

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: O Estado sucial ocupado pelo PS é uma vaca marsupial pública

«É uma ilusão pensar que o Estado é, em Portugal, enorme, pesado e forte. Talvez seja enorme. Pesado é certamente. Forte é que não é seguramente. Alvo de predadores. Isco de caçadores. Pretexto de manobradores. E pedaço para gananciosos. Qualquer dos epítetos lhe serve. Forte é que não. Instrumento de poderosos. Volúpia de minorias. Burocracia de insaciáveis. Ferramenta dos mais fortes. Protecção dos estabelecidos. Tudo lhe serve. Forte é que não. Volúpia dos democratas. Lascívia dos autoritários. Sonho dos ditadores. E encanto dos Republicanos. Qualquer imagem lhe fica bem. Forte é que não. Cão de fila dos ricos. Esperança dos fracos. Paraíso dos racionalistas. Sonho dos fantasiosos. Também estes rótulos se lhe aplicam. Forte é que não.

Não tenhamos dúvidas: o governo, os sucessivos governos destruíram a força do Estado, decapitaram-no, amordaçaram-no, liquidaram a sua isenção e definharam a sua inteligência. Além de terem atrofiado, activa ou passivamente, a sua mais nobre função, a da administração da Justiça.

Há em Portugal um clima de cortar à faca, aquele onde se sente a corrupção, onde se vive da cunha, onde se julga que a democracia é o poder discricionário de quem tem os votos. Os últimos episódios de nomeação, demissão e substituição apressada de ministros, secretários de Estado, assessores, conselheiros, Altos funcionários, directores e administradores, são reveladores de desorientação. Ainda estamos longe da “noite das facas longas”, mas o ambiente é de terror. Só não há mais fugitivos, porque todos sabem, ou esperam, que a justiça não funcione. Como tem sido o caso.»

António Barreto no Público e no seu blogue Jacarandá

(Vaca marsupial pública)

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (53a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Take Another Plan. Take 1 – Vão-se os dedos e não ficam os anéis

A nacionalização da TAP tinha para o Dr. Costa e o seu governo dois grandes desígnios: salvar a TAP e manter o hub em Lisboa. Agora que o Dr. Costa descobriu que para salvar a TAP vai ter de a desnacionalizar, está também a descobrir que o Tribunal de Justiça da União Europeia considera que impor o hub a um comprador viola a liberdade de estabelecimento do Tratado da União.

Take Another Plan. Take 2 – Para comprar TAP, diz o Dr Costa, o Sr. Neeleman usou 200 milhões de euros da empresa. Para fazer o mesmo, o Dr. Costa usou vinte vezes mais dos contribuintes

«O senhor David Neeleman usou 200 milhões de euros da TAP para comprar a TAP. Isto é de uma gravidade imensa», disse o Dr. Carlos Pereira, apparatchik socialista no parlamento.

Take Another Plan. Take 2 – Se não souberes o que fazer, invoca o Passos Coelho

O mesmo Dr. Carlos Pereira também foi mandado dizer que «o governo de Passos Coelho terá tido conhecimento do esquema elaborado pelo privado David Neeleman».

O aeroporto de Beja, julgado morto, ressuscitou no parlamento

O aeroporto que só abria, abre ou abrirá aos domingos, projectado como uma «plataforma logística para a carga a receber e a expedir de/para a América e África», mais tarde transformado num projecto para desmantelar aviões que se esfumou, foi ressuscitado pelo parlamento inserido numa «intermodalidade de serviços e transportes». Suspeito que o próximo passo seja uma alternativa ao Montijo ou a Alcochete.

O Czar Vlad que se cuide. O Dr. Costa e o Dr. Marcelo vão enviar 3 tanques

O Dr. Costa, com o apoio entusiástico do Dr. Marcelo, “Comandante Supremo das Forças Armadas”, como ele fez questão de recordar, vai mandar para a Ucrânia 3 Leopard que estão agora na revisão.

O Comandante Supremo das Forças Armadas não se apercebe da iniciativa (privada) no Exército

Quanto mais progride a investigação no ministério da Defesa mais emergem casos de corrupção em contratos variados, desde a limpeza de terrenos às mais diversas miudezas em que estão envolvidos funcionários que devem ter sido os únicos a terem iniciativa (privada).

Não é verdade que os socialistas do PS detestem a iniciativa privada

A acrescentar ao citado exemplo do ministério da Defesa, tivemos a semana passada o caso do presidente da concelhia de Lisboa do PS e da junta de freguesia de Alcântara que usou várias empresas (privadas) para sacar dois milhões à Santa Casa da Misericórdia.

O Estado sucial é um caloteiro

Não é só aos fornecedores do SNS que o governo deve dinheiro, também deve aos artistas “independentes”, a quem disse «toma lá dinheiro e faz qualquer coisa» (António Feio) e depois não dá o dinheiro. Segundo uma peça do Expresso, escrita por um jornalista porta-voz dos artistas, o Estado sucial (isto é, o governo do Dr. Costa) deve quase 10 milhões do programa “Garantir Cultura”. Ora sabendo-se que Cóltura é coisa que só existe para e pelo Estado sucial, imagine-se o estado em se encontram os artistas “independentes”, sempre à míngua de público e desta vez à falta do mecenas que usa o dinheiro dos contribuintes que não consomem os seus produtos cólturais.

No Estado sucial o segredo é a alma do negócio

«A ministra da Segurança Social e a Caixa Geral de Aposentações (CGA) estão a esconder o valor real da pensão mensal vitalícia que é paga, neste momento, a 298 beneficiários» da subvenção mensal vitalícia atribuída a titulares de cargos políticos. (Correio da Manhã)

Quem disse que o governo socialista não faz reformas?

O Dr. Galamba, apoiante do Eng. Sócrates convertido ao gás verde, cala a boca dos detractores do governo e anuncia que os CTT «vão deixar de vender raspadinhas».

(Continua)

12/02/2023

SERVIÇO PÚBLICO: Para ajudar a compreender a mística putiniana e a atracção que exerce sobre o conservadorismo no Ocidente


Slavoj Žižek, é um professor de filosofia esloveno, desalinhado e com tendência para o paradoxo, actualmente director do Instituto Birkbeck da Universidade de Londres. Aqui no (Im)pertinências é sobretudo conhecido por ter dado o nome, ainda que negue ser o autor, ao trilema de Žižek postulando que num regime autocrático, como o comunismo, ninguém poderá ser simultaneamente honesto, apoiante sincero do regime e inteligente.

O artigo que vou citar de seguida, publicado pelo Expresso (sob licença do Project Syndicate) com o título «Morte ou Glória na Rússia», aborda o regime putinista numa perspectiva pouco usual mostrando como instrumentaliza a tradição russa e a religião cristã ortodoxa para contaminar as mentes e impor a sua ordem despótica e corrupta, o que em consequência ilumina as razões por que muita gente conservadora no Ocidente se deixa fascinar pelo Czar Vladimiro.

Para quem o autointitulado semanário de referência (de reverência, como aqui parodiamos) suscitar anticorpos e for um obstáculo à leitura, sempre digo que o Expresso é uma instituição democrática com defeitos e qualidades. Publica coisas detestáveis, como um lip service regular à esquerdalhada, nomeadamente ao PS, como publica opinião desalinhada de gente com independência e qualidade intelectual,

«Voam rumores na Rússia relativos a manobras veladas sobre quem substituirá o Presidente Vladimir Putin, uma vez que a sua guerra de agressão na Ucrânia falhou de forma tão desastrosa. Uma luta desta natureza não pode deixar de expor as patologias mórbidas da política russa. Os principais intervenientes não são partidos políticos organizados, mas antes bandos de oligarcas que presidem aos vários nodos informais do poder.

Isto explica porque é que a força militar da Rússia mais eficaz na linha da frente com a Ucrânia, o mercenário Grupo Wagner, nem sequer faz parte do exército russo. A Rússia é hoje uma terra de senhores da guerra, algo que normalmente se associa a Estados-pária e Estados falhados. Os seus líderes atuais e aspirantes estão a traficar sonhos febris de glória no campo de batalha. Está implícita nesta cultura marcial uma perspetiva hobbesiana da vida como solitária, pobre, desagradável, brutal e curta — e com um valor cada vez menor.

11/02/2023

On the subject of The Whale, but it could be on the subject of many other things


« There was a time when being honest, even if it made others uncomfortable, was a liberal position. Now discomfiting any section of an audience, we are told, must be avoided at all costs. So much great art is great exactly because it makes us uncomfortable; it forces us to take an earnest look at ourselves. Charlie’s grotesque size, the disgust he can read on the faces of those around him, the destructive concern of a friend – all of these can and should raise profound questions for the audience. But instead of responding with an open mind, more and more of us turn to art with suspicion, treating it as something that must be exorcised or sanitised.

I fear a society where we lose the ability to respect and appreciate great works of art, whether or not we like them. But it seems we’re heading in that direction – and that, to me, is the truly offensive thing.»

George Llewelyn in The Spectator magazine

10/02/2023

¿Por qué no te callas? (31) - Enfiando a cabeça na areia até ser atropelado por um camelo

O Eng. Moedas sofre de uma maleita que ataca cada vez mais os políticos do Portugal dos Pequeninos. Maleita para cuja difusão tem contribuído o Dr. Marcelo a quem assenta bem o epíteto picareta falante, inventado para o Eng. Guterres pelo falecido Vasco Pulido Valente, 

Pois bem, o Eng. Moedas é também um picareta falante cujas falas o seu public relations espalha com zelo pelos mídia. A última dessas falas foi acerca do risco sísmico na zona de Lisboa, um problema especialmente crítico, que o homem irresponsavelmente minimizou:
«Gostava de deixar aqui alguma tranquilidade sobre a preparação que Lisboa tem em relação a potenciais sismos, e todos sabemos que vivemos numa zona do país em que estes sismos podem acontecer. Como engenheiro civil e como alguém que trabalhou nesta área, a nossa cidade está extremamente preparada depois dos anos de 1980, infelizmente não nos bairros mais antigos, mas muito, muito, preparada em termos de engenharia e de construção.»
Lembrando que o Eng. Moedas se está a dirigir a uma audiência de luso-criaturas cuja atitude predominante é enfiar a cabeça na areia até ser atropelado por um camelo, sem entrar em pormenores técnicos, cito um outro engenheiro civil, que no mesmo dia em que o Eng. Moedas desatinou, disse que «se houver um sismo em Lisboa será catastrófico porque os edifícios não estão preparados» e cito ainda um generalista, fundador do QUAKE – Centro do Terramoto de Lisboa, que, por coincidência, publicou também no mesmo dia um artigo de opinião onde explicava:

«Portugal situa-se na Placa Euroasiática, limitada a sul pela falha ativa Açores-Gilbraltar, correspondente à fronteira entre as Placas Euroasiática e Africana, e a oeste do continente localiza-se a falha dorsal do Oceano Atlântico. A maioria dos sismos registados em Portugal deve-se às várias falhas ativas na região, mas existem outras capazes também de gerar sismos destrutivos em terra. Algumas dessas falhas são bem conhecidas, mas há ainda muitas outras que permanecem por descobrir e estudar.

Este contexto onde estamos inseridos tem uma particularidade: a deformação das placas é muito lenta, estamos a falar de poucos milímetros por ano, pelo que os sismos podem acontecer com grandes intervalos de tempo, acumulando grandes quantidades de energia que um dia, inevitavelmente, será libertada. Isto explica porque temos tendência a esquecê-los no dia-a-dia, embora os seus efeitos possam vir a ser devastadores. Achamos que estas desgraças só acontecem aos outros – não temos consciência sísmica em Portugal.

A responsabilidade de preparar as infraestruturas base (hospitais, escolas, regulamentos de construção, etc.) cabe ao Estado mas não é esse o foco deste texto. Nem me atrevo, sequer, a tentar descrever o caos que vivemos nessa perspetiva. Gostaria, sim, que nos focássemos no risco cultural e naquilo que depende de nós, cidadãos, para termos consciência sísmica.

Tudo começa com a nossa atitude – necessitamos de ganhar consciência (sísmica) e cultura de autoproteção. É óbvio que o estado também desempenha um papel ativo, entre várias vertentes, como educador e regulador, mas isso não esvazia o nosso papel de cidadão responsável.»

09/02/2023

ACREDITE SE QUISER: Fica-se na dúvida se é lip service, descaramento ou simples estupidez

Em 2 de Março do ano passado o major-general Carlos Branco explicava à CNN como a "Operação Especial" das forças russas que tinham acabado de invadir a Ucrânia seria um passeio e a acrescentava 

«A coluna militar (de 60 km, empanada por falha da logística, recordo) insere-se naquilo que é a tática russa: cercar as cidades mais importantes. O objetivo é cercar Kiev e obter a capitulação sem combates.»

Quase um ano depois, a invasão russa falhou em toda a linha e transforma-se numa manobra dos EUA na cabeça do major-general que celebra o facto de não ter havido uma «vitória ucraniana no campo de batalha». Ora leia-se:

«Perante estes desenvolvimentos, coloca-se, pois, uma questão incontornável. Quais são os objetivos estratégicos a atingir pelos EUA neste conflito, e como o reiterado fornecimento de equipamento militar à Ucrânia pode ajudar a atingi-los? E precisamos perceber qual o end state que a Casa Branca pretende obter. A ausência de uma resposta esclarecida a esta pergunta pode conduzir-nos àquilo que conhecemos por mission creep, ou seja, a um resultado que pode vir a comprometer o objetivo inicial.

Muitos no Ocidente apostaram na derrota militar da Rússia, na expulsão das suas tropas do território ucraniano e na adesão da Ucrânia à NATO. Contudo, a entrega de equipamento militar a Kiev não conseguiu, até agora, que esses objetivos fossem atingidos. O aumento da sua letalidade não levou à vitória ucraniana no campo de batalha, tendo servido apenas para evitar a sua derrota e prolongar o conflito.»

Dúvidas (350) - Para um comunista, evitar extorquir aos contribuintes três mil milhões de euros é um crime económico?

«Nós somos completamente contra essa ideia [da privatização da TAP]. É um erro que, a concretizar-se, será um crime económico. E nós faremos tudo para contrariar essa ideia», disse à agência Lusa Paulo Raimundo, o secretário-geral do PCP.

À Agência Lusa (a Tass do Portugal dos Pequeninos) não lhe ocorreu questionar o camarada Raimundo se considerou crime económico o governo da gerigonça, apoiado pelo seu partido, usar dinheiro dos contribuintes para pagar uns milhões para ter 50% da TAP, mais 3.200 milhões para a manter no ar e no final anunciar que poderá vender a sua participação por 900 milhões.

08/02/2023

Não volte Dr. Pedro Nuno porque não lhe perdoamos a mixórdia de incompetência e pesporrência a que nos sujeitou


Numa peça com o saboroso título «Volta, Neeleman, estás perdoado!», a jornalista Isabel Stilwell concluiu que a explicação para os «3,2 mil milhões despejados diretamente para o bueiro da TAP» pode ter sido a mesma «razão (por que) os pais do Dr. Nuno Pedro mandaram-no para a política, mantendo-o assim longe do próspero negócio de marroquinaria que conduzem com desvelo e mestria». 

Acrescento que aquilo que perceberam os pais do Dr. Pedro Nuno (especulo que a inversão dos nomes próprios da criatura não tenha sido uma distração da jornalista) não esteve ao alcance do discernimento do Dr. Costa, o que não admira porque o Dr. Costa nunca conseguiria criar e manter um negócio, de marroquinaria ou qualquer outro, excepto o negócio de tráfico de influências a que se dedica com esforço e proveito.

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (204) - Portugal não tem interesses permanentes. Quem tem interesses permanentes é o Partido Socialista

07/02/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (52b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 52a)

Inimputáveis

A Dr.ª Temido, que cantava a Internacional para se descontrair, como ministra da Saúde, a Dr.ª Catarina e as manas Mortágua, como inspiradoras, e o Dr. Costa, que deu acolhimento a pôr fim à PPP que geria o Hospital de Loures que durante seis anos poupou aos contribuintes cerca de 170 milhões de euros, substituindo-a por mais uma empresa pública que torrou mais dinheiro, prestou menos cuidados médicos e onde ocorreram más práticas médicas, todas essas criaturas seriam consideradas num país decente incapazes de desempenhar funções públicas. A propósito, tiro o meu chapéu a uma jornalista do Público, hostil por razões ideológicas às PPP, que atirou a toalha ao chão e concedeu face à realidade que o Estado não gere melhor a saúde do que uma empresa privada.

Ineficiente, sempre. Ineficaz quando possível

As obras do ex-Hospital Militar de Belém, para além de servirem a três empresas amigas por um montante que era para ser 750 mil e acabou para 2,6 milhões, caso que já deu 19 arguidos, serviram para quê? Serviram para alojar refugiados afegãos até Setembro e desde então o hospital está vazio enquanto decorre um estudo pelo EMGFA

Mota-Engil, la putain de la république

Depois do Dr. Jorge Coelho («quem se mete com o PS, leva», ex-ministro das Obras Públicas do PS), do Eng. Luís Valente de Oliveira (ex-ministro das Obras Públicas do PSD ), do Dr. Francisco Seixas da Costa («influenciou a UNESCO para permitir a construção da barragem do Tua, que destruiu parte do Património Mundial do Alto Douro (…) e quando deixou o cargo público tinha à sua espera um lugar de administrador na empresa concessionária da barragem, a EDP Renováveis, e na empresa que a construiu, a Mota-Engil», fonte), do Dr. Luís Parreirão (ex-secretário das Obras Públicas do PS), do Dr. António Lobo Xavier (ex-deputado do CDS), foi agora a vez do Dr. Paulo Portas (do “argumentário” e da “demissão irrevogável”) entrar para a administração da Mota-Engil, onde já era consultor.

Empurrando o problema com a barriga

Foi a semana passada aprovada a transferência de 3 mil milhões de euros das responsabilidades por 14 mil pensões da Caixa Geral de Depósitos para a CGD (a Segurança Social dos funcionários públicos). É, mais uma vez (ver aqui um inventário de 2010), um expediente para aliviar os bancos das insuficiências dos fundos de pensões e do risco de imparidades dos activos correspondentes, ao mesmo tempo que transforma fundos de um sistema de capitalização na tesouraria de um sistema de distribuição (pay-as-you-go), com um potencial impacto nos futuros orçamentos de Estado que terão de financiar os défices da CGA. Numa economia descapitalizada de um país altamente endividado, com uma das menores poupanças da UE é, como diz o povo, mais um prego no caixão.

Take Another Plan. Já se sabia que não cumpriam as regras da decência, agora sabe-se que nem a lei

O prémio de desempenho atribuído à presidente da TAP de até 3 milhões de euros não foi aprovado em assembleia geral, como prescreve a lei.

Governo melhora a qualidade do funcionalismo público aumentando a percentagem de excelentes

A inefável Dr.ª Mariana anunciou várias medidas para apaziguamento dos utentes da vaca marsupial pública e entre elas o aumento das quotas das melhores avaliações. Por exemplo, se até agora o máximo de utentes “excelentes” era de x passará a ser y > x. É assim como aumentar a altura dos funcionários públicos tirando centímetros ao metro.

De volta ao velho normal

Em relação a 2019, antes da pandemia, as exportações e as importações de bens aumentaram em 2022 27,8% e 37,6%, respectivamente, agravando o défice crónico.

As taxas Euribor atingem em todos os prazos máximos de 14 anos.