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10/10/2022

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (35a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

No Estado sucial não há conflito de interesses. Há interesses em conflito e é claro que o caso do Dr. Pizarro não é um caso!

Bem andou a Agência Lusa (a Tass Lusitana) ao servir de porta-voz do Dr. Costa desmentindo que o caso do Dr. Pizarro, recém-nomeado ministro da Saúde, cujo cônjuge é bastonária da Ordem dos Nutricionistas tutelada pelo seu ministério, é sócio-gerente de uma empresa de consultoria na área de saúde e suspeito na Operação Teia de tráfico de influências, seja “um caso”. Só o caso do Dr. Pizarro são três casos, sem esquecer que apenas no semanário anterior citei meia dúzia de outros casos e nos últimos dias ficámos a saber que uma empresa de que são sócios o pai e o Dr. Pedro Nuno Santos himself, ministro das Infraestruturas, líder do pedronunismo e candidato à sucessão do Dr. Costa, fez um ajuste directo com uma entidade pública.

As realizações do Dr. Costa em poucas linhas e um gráfico

Com os governos do Dr. Costa o Estado sucial engordou, o Portugal dos Pequeninos emagreceu com os impostos aumentados em 22 mil milhões e a carga fiscal a atingir 37,5% do PIB, a despesa pública aumentou 20 mil milhões e o PIB per capita baixou de 78% da média da UE para 74%.
 
mais liberdade

Take Another Plan

Sendo certo que num país normal não seria nacionalizada uma empresa de aviação para em seguida ser subsidiada a fundo perdido em 3,2 mil milhões de euros e ainda menos nesse país normal seria anunciado pelo governo que a nacionalizou que, pouco anos depois de ter sido nacionalizada, essa empresa seria reprivatizada, sendo certo tudo isso, seria igualmente certo que nesse país normal a empresa de aviação falida não iria torrar dinheiro numa frota de viaturas híbridas plug-in da gama alta com preços entre os 52 e os 60 mil euros para os quadros de topo que ajudaram a empresa a falir. Isso seria num país normal. No Portugal dos Pequeninos tudo isso aconteceu e ainda aconteceu que a administração da empresa pública de aviação falida depois de justificar a compra com uma suposta poupança de 630 mil euros por ano, confrontada com a reacção dos mídia, anunciou que iria desistir da compra, ou seja, iria desistir de uma suposta poupança de 630 mil euros por ano.

O que era mau ontem pode ser bom hoje, ou vice-versa

Depois ter criticado duramente e revertido a contratação directa de professores pelas escolas que o governo de Passos Coelho aplicara em 2014, o governo do Dr. Costa pressionado pelo caos actual do ensino reintroduziu essa possibilidade, mas desta vez «sem avaliação e sem pressão objetiva para a melhoria, é que há razão para temer a subjetividade na contratação directa de professores e algum perigo de cedência às amizades e pressões locais», como explica Nuno Crato, o ministro da Educação desse governo. 

O Estado sucial é caloteiro e os contribuintes retribuem-lhe em espécie

A semana passada salientei que o aumento de 22,8% do saque fiscal até Agosto não impediu o governo de aumentar em 158 milhões para 778 milhões os pagamentos em atraso aos fornecedores. Esta semana registo que a dívida fiscal considerada incobrável duplicou durante o consolado do Dr. Costa de 3,2 mil milhões em 2016 para 7,8 mil milhões em 2021. Quanto à dívida em cobrança coerciva atingiu 23,3 mil milhões ou 30% da receita fiscal do ano passado.

(Continua) 

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