Há dois anos o mestre, cuja herança de 6 anos de governação foi o maior aumento da dívida pública da história portuguesa, postulou na inesquecível conferência em Sciences Po que «as dívidas dos Estados são por definição eternas. As dívidas gerem-se ... foi assim que eu estudei», explicou, ele que apresenta como currículo académico um curso acabado ao domingo cuja saga está contada em «O Processo 95385» das Publicações Dom Quixote.
Dois anos depois, o discípulo João Galamba habilitado com uma licenciatura em Economia (espero que não tenha sido concluída num feriado) e «frequentou um doutoramento em Filosofia Política na London School of Economics» (o que significa frequentar um doutoramento?) reconhece que a dívida que o mestre considera poder-se gerir, é «uma dívida insustentável e tem de ser assumida por todos e lidada por todos» e é obviamente «impagável» por quem a constituiu. Uma vez que não a podemos pagar, é pois «um problema europeu» porque «resulta de uma união monetária disfuncional que promoveu a acumulação destes desequilíbrios».
Ficámos assim a saber que a responsabilidade por décadas de desequilíbrios das contas públicas, que se pensava terem resultado das obras faraónicas não reprodutivas chamadas de investimento público, e da falta de produtividade de uma economia que consumiu persistentemente mais do que produziu e manteve um défice estrutural das contas externas de 10%, essa responsabilidade é afinal de «uma união monetária disfuncional».
Como em tempos escreveu um outro filósofo do PS, recentemente acusado de violência doméstica, trata-se de repetecas, ainda que ligeiramente diferentes. Ficamos assim a perceber que a diferença principal da tese do mestre que estudou se poderem gerir as dívidas por ele deixadas e a tese do discípulo consiste neste considerar que as dívidas deixadas pelo mestre não se gerem e por isso devem ser pagas por quem pode pagá-las por não ter vivido acima das suas posses e não se ter endividado. A diferença que faz uma licenciatura em Economia e a frequência de um doutoramento em Filosofia Política…
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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04/02/2014
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (81) – A cada um segundo as suas necessidades, de cada um segundo as suas capacidades
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