Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

19/01/2011

BREIQUINGUE NIUZ: Esta noite, ouviram-se ruídos estranhos no sepulcro do professor doutor Oliveira Salazar no Vimieiro

[Há quem atribui a origem dos ruídos ao revolver do falecido na tumba.]

Segundo o Guardian, José Sócrates telefonou a Frau Merkel, «desesperado e ansioso por agradar», garantindo cumprir tudo o que ela quisesse. A Frau aconselhou-se com Strauss-Kahn, o presidente do FMI, que a avisou para não se fiar na conversa porque José Sócrates não adoptaria nenhum conselho. Assim se confirma ser José Sócrates melhor conhecido (de ginjeira, diria Strauss-Kahn, se conhecesse a expressão) lá fora do que cá dentro.

Enquanto isso, confirma-se que o parlamento tem mais que fazer do que pedir contas ao governo pela colocação privada da dívida pública não se sabe a que juros, maturidades ou compradores. Talvez o parlamento entenda estar impedido pela separação de poderes de intrometer-se nos negócios privados do governo.

O mesmo entendimento poderá explicar não ter o parlamento questionado o governo para onde foi o dinheiro do aumento de 19 mil milhões da dívida pública durante 2010, equivalente a 11% do PIB, já que o défice apenas se reduziu de 9,3% do PIB em 2009 para 7,3%. Ou seja, o parlamento acha não lhe dizer respeito perceber porque foi necessário pedir em 2010 mais 11% do PIB para conseguir uma redução do défice de 2%. [Ver aqui a coisa melhor explicada por Tavares Moreira]

Neste contexto, também se percebe ser normal que os PPR do Estado, lançados para concorrer com os bancos e as seguradoras, tenham tido uma rentabilidade nula em 2010, visto 30% da carteira ser pêlo do próprio cão e com as cotações da dívida pública a caírem 8% não era de esperar outra coisa.

A campanha para encontrar o novo inquilino do palácio de Belém, continua em bom ritmo. Um deles, que conviveu alegremente em Argel com uma ditadura feroz, está preocupado com a «mudança de regime, mudança de democracia» se não for ele o novo inquilino. O outro está a ser muito atacado só por ser amigo dos seus amigos, a quem compra acções e com quem permuta casas para ficar perto deles.

Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.

Sem comentários: