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11/01/2011

DIÁRIO DE BORDO: Dinheiro emprestado, anda mal parado

Aqueles que hoje pedem dólares e euros emprestados ao Estado Chinês, deveriam saber que em 1974, enquanto por aqui vivíamos em pleno PREC, devidamente excitados pelo agitprop maoísta, ocupando empresas e «saneando fascistas», uma delegação chinesa chefiada por Deng Xiaoping, acabado de sair de um período de desgraça, esteve em riscos de não conseguir sair da China por não haver divisas suficientes em todo o primitivo sistema bancário chinês para pagar os bilhetes de avião para participar na AG da ONU em Nova Iorque.

36 anos depois os chineses reconverteram-se ao confucionismo (frugalidade, trabalho árduo, poupança e acumulação para as gerações futuras) e aforram biliões (*) em divisas, e nós abandonámos o «confucionismo» dos nossos avós e convertemo-nos em adolescentes estouvados que torram o dinheiro dos pais.

(*) Exactamente 2,2 biliões de euros. São biliões, não são milhares de milhões.
[Episódio contado em Red Capitalism: The Fragile Financial Foundation of China’s Extraordinary Rise, C. Walter e F. Howie]

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