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04/12/2005

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: importa-se de repetir? (CORRECÇÃO)

Secção Insultos à inteligência
Na 3.ª feira passada dei aqui uns prémios ao doutor Cadilhe que, segundo o Diário Económico e o Jornal de Negócios, teria proposto a redução do Estado «a um quarto ou um terço da sua actual dimensão». A coisa, dita assim, acendeu-se-me o desconfiómetro. Mesmo tratando-se do «melhor ministro das Finanças depois do 25 de Abril» (o que não é grande diploma), pareceu-me demasiado dislate. E daí acrescentar à cautela que «ainda há esperança que a culpa seja dum estagiário da Lusa com problemas de audição», sendo a Lusa a fonte comum aos dois diários.

Os jornalistas do Semanário Económico que, por ser semanário, têm um pouco mais de tempo para elaborar as asneiras, transferiram o despautério do doutor Cadilhe para o doutor estagiário da Lusa que escrevinhou reduzir «a um quarto ou um terço da sua actual dimensão» em vez de reduzir «entre um quarto e um terço». Eventualmente o estagiário da Lusa faz parte da geração que não sabe a tabuada, para a qual o intervalo [0,25 ; 0,33] não faz grande diferença do intervalo [0,66 ; 0,75], ou cuja iliteracia não distingue entre «reduzir a» e reduzir de».

Tenho por isso que pedir desculpas ao doutor Cadilhe pelos chateaubriands e pela ameaça de ignóbeis, que são transferidos para o estagiário da Lusa. Fica o doutor Cadilhe apenas com os 3 pilatos, por ter lavado as mãos pela sua participação no generoso contributo que o 1.º governo do professor Cavaco deu para o engrandecimento do «monstro».

É justo que o Impertinências também leve com 2 chateaubriands por ter exagerado no juízo que fez do doutor Cadilhe.

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