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14/03/2005

DIÁRIO DE BORDO: «La donna e un animale stravagante»

Sensibilizado pela reacções de indignação das fêmeas do Parque Jurássico à composição por géneros do governo do engenheiro Sócrates, o Impertinências acrescenta mais uma área temática dedicada às fêmeas, para garantir a paridade com a já antiga Condição Masculina.

(La) Donna e un animale stravagante
Uma área temática inspirada no dueto da ópera de Gaetano Donizetti Elisir d'amore em que o charmoso Belcore e a alma simples Nemorino disputam o coração volúvel de Adina. É, por assim dizer, uma homenagem às gajas que um homem se esforça por compreender sem sucesso e, à falta de outra coisa, se limita a amá-las o melhor que pode e sabe.

Agora que escrevi uma treta simpática posso continuar a dar com o pau nas fêmeas do Parque Jurássico, como as baptizou a Joana do Semiramis.

Deviam ter vergonha de reclamar lugares no governo, ou em qualquer outro sítio, em nome da paridade. Em nome da paridade pode-se reclamar a presença no governo de pretos nos países de predominância branca, de brancos nos países de predominância preta, de anciães nos países jovens, de jovens nos países envelhecidos, de coxos, de marrecos, e, claro, de homens - uma minoria demográfica. Em vez disso, deviam, só para dar um exemplo, pugnar pela troca do songamonga ministro da Justiça por uma gaja, ou por um gajo, com tomates para fazer funcionar capazmente uma das poucas missões indiscutíveis do Estado.

Em tempo: o Parque Jurássico também tem machos, como o doutor Mesquita que gizou, em colaboração com uma fêmea sua aluna, um contra-governo provocatório.

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