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18/04/2004

CASE STUDY: O Estado é incorrigível. / State is hopeless.

Summary for the sake of
Now is public. The huge amount of money of European subsidy for professional training that had flooded during the second half of the 80’s was thrown away into the wrong pockets.

Is this way the old way of handling the res publica? Hardly. There are more recent examples of the same old way. The professional Brazilian managing team hired to recover Portuguese airline state company, who has been performing a pretty good job, is now under pressure of political lobbies to resign.

One can foresee that the same will arise sooner or later with TV state company, also under recover by a professional management team, when new election time will come.
The leftist flock who love state companies and have been using these two success examples to ground their creed, will have their case endangered soon.


Quase vinte anos depois o ministro Bagão Félix vem denunciar o que todos sabíamos. Sob a batuta do salvador da Pátria, professor Cavaco Silva, os seus governos torraram dez mil milhões de euros de subsídios comunitários para formação profissional. Em grande parte esse dinheiro acabou transformado em viaturas TT e vivendas de mau gosto por esse país. Foi um fenómeno só comparável à pimenta das Índias e ao ouro do Brasil.
Não é paradoxal que os portugueses possam ter que escolher na próximas eleições presidenciais entre o professor que nunca tem dúvidas e raramente se engana e o engenheiro que só tem dúvidas e raramente acerta, responsáveis pela dissipação de duas oportunidades históricas para ultrapassar o crónico atraso lusitano?

Não sei se já está confirmado ou não. Mas é fatal. A equipa de Fernando Pinto que pôs termo a quase 30 anos de incompetência e corrupção e iniciou uma recuperação sustentada da TAP irá embora. Ninguém competente tem pachorra para aturar as sacanices de quadros incompetentes instalados em camadas pelos sucessivos comissários políticos, ou as aleivosias dos aparelhos partidários, ou as patacoadas presidenciais do engenheiro cervejeiro.
Lá se vai a penúltima esperança da esquerdalhada de demonstrar que as empresas públicas podem ser viáveis desde que.

Faço aqui o prognóstico que o governo, à medida que se aproximarem as eleições legislativas de 2006, resistirá cada vez menos a utilizar, uma vez mais, a RTP como uma câmara de eco para propagar aos incréus os milagres que semeou durante a segunda metade «social» da sua governação. É difícil imaginar o doutor Almerindo Marques, que não precisa da RTP para demonstrar nada, nem precisa do seu dinheiro, esteja disposto a fazer o frete e a ser chateado pelos seus amigos do PS, desta vez por boas razões.
Lá se irá a última esperança da esquerdalhada de demonstrar que as empresas públicas podem ser viáveis desde que.

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