A International Maritime Organisation (IMO) alterou recentemente as regras quanto ao enxofre nos combustíveis dos navios, enxofre que no processo de combustão é transformado em partículas de sulfato que saem pelas chaminés e são altamente nocivas para a saúde. Com a redução dessas emissões, os cientistas climáticos tentaram perceber os seus efeitos nas temperaturas ambientais uma vez que essas partículas contribuem para a formação de nuvens e tornam mais brancas as já existentes que reflectem a luz solar contribuindo para arrefecer a superfície do mar. Com as novas regras estima-se que o oceano esteja a recebe mais 1,2 watts por metro quadrado.
Contudo, os cálculo feitos mostram que o aquecimento do oceano devido ao aumento das partículas de sulfato pelas novas regras da IMO não é suficiente para explicar a redução da formação de nuvens e o seu escurecimento. É preciso adicionar mais uma medida ambiental para explicar este fenómeno: o fecho maciço das centrais chinesas a carvão e os filtros nas que continuam a operar. (fonte)
Devemos então abandonar as medidas relacionadas com a emissão de partículas nocivas? Não, de todo. Seria um enorme disparate se o fizéssemos e uma degradação da saúde pública. Devemos é deixar de olhar para o clima com o pensamento milagroso e as receitas malucas do áctivismo ambiental e tentar perceber a complexidade dos sistemas ambientais e a sua interacção com vida moderna adoptando políticas climáticas realistas que preservem a economia e a qualidade de vida em vez de empobrecermos todos e provavelmente ficarmos com um ambiente pior.
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Para quem não saiba, Robert Merton publicou em 1936 um estudo das «consequências imprevistas da ação social intencional» e onde distinguiu três tipos de consequências imprevistas. O aumento das temperaturas resultante da mudança da quantidade e morfologia das nuvens causadas pela redução da emissão de partículas de sulfato enquadra-se no segundo tipo, das desvantagens inesperadas resultantes de decisões das quais se esperava só terem consequências positivas.
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