O Dr. Durão Barroso, também conhecido por José Barroso em Bruxelas, já foi no passado um sujeito teso, corajoso e frontal. Em 1974, quando estudava na Faculdade de Direito de Lisboa, foi líder da Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas e dirigente do MRPP, um partido maoísta, e andou à pancada com os "sociais-fascistas" da Federação das Juventudes Comunistas. Libertou-se do esquerdismo infantil e, para citar o provérbio, deitou fora o bebé com a água de o lavar, foi amolecendo, ficando retórico e cada vez mais redondo na figura, no discurso e, sobretudo, nas ideias.
Depois de ter saído da CE em Bruxelas para a Goldman Sachs International a sua rotundidade discursiva sofreu um fortíssimo incremento, visível, por exemplo, na longa entrevista ao Conselho da Diáspora Portuguesa onde destaco o seu pensamento sobre as virtualidades do Portugal dos Pequeninos que, segundo ele, seria «quase perfeito» se ao «desenrascanço» aliasse a «organização metódica suíça».
Foi nesta altura que me recordei dos meus tempos de trabalho com empresas alemãs onde se parodiava que em todas as fábricas germânicas deveria existir um português dentro de uma caixa "partir em caso de emergência", ou seja, no caso dos nativos encontrarem a tal uma situação em cem mil para a qual os manuais de instruções para quase tudo não previssem uma solução, situação em que o português, para quem todas as situações eram imprevistas, estaria em evidente vantagem.
[A imagem aqui ao lado foi gerada à segunda tentativa por IA e ilustra as habilidades e as limitações destes modelos e, já agora, as dificuldades de lidar com os "portuguse"]
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