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20/11/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (92a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Uma república dos bananas…

Que outra república poderia ser uma república cujo presidente, um professor de direito que se considera e é considerado como um profundo conhecedor da Constituição, dissolve a prazo o parlamento, a pretexto da suposta necessidade de aprovação pelo parlamento dissolvido de um orçamento apresentado por um governo cujo primeiro-ministro se demitiu, garantindo não ter feito nada de censurável. Garantia, a ser verdade, num político “habilidoso” indiferente às dezenas de escândalos de que resultaram demissões de membros dos seus governos deixa implícito que está a aproveitar o pretexto para se pôr ao fresco. Primeiro-ministro que tentou ser substituído pelo governador do banco central, que ele próprio nomeou e que havia sido seu ministro precisamente com a tutela do banco central, governador que anunciou a um jornal internacional o convite, atribuindo-o ao presidente, sendo de seguida por este desmentido e obrigado a retratar-se. Governador que poucos dias depois deste vergonhoso episódio evocou um poema para se considerar um livre-pensador. Orçamento que será aprovado exclusivamente pelo partido do governo e será executado por um outro governo, eventualmente constituído por partidos da oposição ao governo que apresentou o orçamento.

… num país de bananas

Que outro país poderia ser um país em que os mídia e a comentadoria do regime discutem apaixonadamente para gáudio dos cidadãos se são ou não crimes as trafulhices, as trapalhadas, o tráfico de influência, os conflitos de interesses e tudo o mais que seria suficiente num país civilizado para um governo se ter há muito demitido em bloco.

Sem se dar conta o Dr. Costa reconheceu a sua incompetência para governar…

Quando na sua comunicação do dia 12 o Dr. Costa tentou limpar a sua folha e a dos seus ajudantes justificando que a “agilização” dos processos de licenciamento para não «desperdiçar oportunidades estratégicas» nos casos do centro de dados e do lítio, ele estava a reconhecer, sem se dar conta, que o seu governo substituiu a reforma do quadro legislativo aplicável ao licenciamento, uma espécie de “simplex” do investimento, pela trafulhice, sua e dos seus ministros.

Por falar em «oportunidades estratégicas» o que acrescentam à economia portuguesa pavilhões imensos com equipamentos (servidores de dados) importados, que consomem imensas quantidades de energia produzida por imensos painéis solares importados para armazenar dados da Google e de outros operadores?

… e o seu putativo herdeiro Dr. Medina, ministro das Finanças, faz dos contribuintes mais parvos do que são

«Todo o OE2024 está construído na aposta no investimento» disse a criatura em entrevista ao jornal Eco, sabendo os governos socialistas desde 2015 até ao final de 2023 deixaram de investir 6,5 mil milhões de euros orçamentados e que o investimento público orçamentado para 2024 é apenas 3,3% do PIB ou 7,5% da despesa pública.

(Continua)

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