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26/11/2023

NÓS VISTOS POR ELES: Por que insistem em convidá-lo? (4) - O "misterioso milagre" de Krugman explicado às criancinhas

Continuação de (1), (2) e (3)

Recordando, Paul Krugman participou na «Grande Conferência do Negócios» e classificou o desempenho económico de Portugal nos últimos anos como um «milagre económico (...) um pouco misterioso». A imprensa do regime destacou o sound bite e foi um festim de aproveitamento do bullshit que revela uma ignorância da realidade que até para o que se espera de um comentarista é excessiva.

Comecemos por comparar o milagre português com o de oito países saídos do bloco soviético que aderiram à UE mais tarde e que nos ultrapassaram na produtividade, um indicador sintético que traduz  bem o sucesso económico.


Vejamos a evolução de um conjunto de dez outros indicadores, dos quais metade tiveram uma evolução positiva e a outra metade negativa, e ainda o stock de capital do Estado cuja redução durante os governos socialistas é uma das razões para a paralisia do aparelho administrativo impossível de esconder mesmo com a cortina de fumo que o controlo dos mídia dá ao PS, paralisia de que o colapso do SNS é apenas o exemplo mais notório. Acrescente-se que foi à custa dessa redução do stock de capital do Estado que o governo conseguiu o único verdadeiro milagre para um partido socialista: continuar a redução do défice e da dívida pública vinda do governo anterior, política que ele tanto criticou e a que opôs o seu mantra «virar a página da austeridade» enquanto a continuava da pior maneira possível. 
 

Note-se também que apesar de os cinco indicadores com evolução positiva revelaram um inegável sucesso, dois deles nada ficaram a dever às políticas públicas dos governos socialistas (exportações e taxa de desemprego cuja recuperação se iniciou com o governo PSD-CDS), a redução do rácio da dívida pública deve-se significativamente ao aumento do PIB nominal pela inflação (recorde-se que em valor absoluto a dívida pública subiu 44,2 mil milhões de 235,7 mil milhões em Dezembro de 2015 para 279,9 mil milhões em Setembro de 2023). Restam por isso as emissões de gases que podemos creditar parcialmente às políticas ambientais do governo socialista e debitar pelos elevados custos da energia.

Se isto é um milagre, Paul Krugman é uma nossa senhora de Fátima saída das páginas do New York Times.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que vergonha Sr imcompptinente a dizer mal dum mano judeu! Ao que isto chegou!
Basilio el xatu