Expresso - Caderno de Economia |
O título do Expresso é o exemplo quase perfeito da confusão que no Portugal dos Pequeninos em geral e na imprensa do regime em particular se faz entre a emissão de diplomas e a qualificação dos seus detentores. Esta confusão é um caso particular da confusão mais geral que infecta a mente das luminárias domésticas que quase sem excepções (Vasco Pulido Valente é a única que me ocorre) acreditam que do aumento do número de graduados decorre o desenvolvimento de um país, ignorando que, se puder estabelecer-se uma relação causal, será precisamente a inversa.
Por coincidência, pouco depois de ler a peça do Expresso, li uma outra de Carina João Reis, directora da associação Insignare, no Nascer do Sol que incluía um diagrama que ilustra uma das razões porque temos uma mão-de-obra pouco qualificada com uma produtividade muito inferior à média da UE apesar da pletora de graduados que inclui dois grandes grupos, a saber: as vítimas do programa socrático Novas Oportunidades que em pouco anos aviou diplomas do secundário para centenas de milhar de estudantes chumbados ou desistentes em anos anteriores e outras centenas de milhar de licenciados em ogias que na melhor hipótese trabalham na restauração, na intermédia foram incorporados no exército de apparatchiks administrativos do Estado sucial e na pior estão desempregados - não por acaso, os jovens até aos 34 anos saídos da fábrica de canudos nas últimas duas décadas representam quase metade dos desempregados.
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