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11/09/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (82a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

Os amanhãs do Dr. Costa estão sempre a cantar

Numa espécie de comício em Évora, o Dr. Costa anunciou uma descida do IRS, a isenção do IRS para os jovens no primeiro ano de emprego, devolução das propinas por cada ano a trabalhar no país, passes gratuitos para os sub-23, «17 mil casas a andar», cheque-livro, pousadas de juventude e quatro viagens de comboio, prolongamento do IVA 0% até ao fim do ano. Tudo por junto serão umas poucas centenas de milhões (a medida mais cara [*] é a última - 140 milhões one off) ou uma fracção do aumento de 5 mil milhões da receita fiscal em 2023.

Choque da realidade com a Boa Nova

No primeiro ano do seu consolado o Dr. Costa anunciou que até 2020 todas as crianças teriam acesso ao ensino-pré-escolar. Três anos depois de findo o prazo que ele próprio fixou, o número de criança matriculadas é praticamente o mesmo de 2016 e há milhares de crianças sem vaga. Mais do que um problema para o Dr. Costa isto é uma oportunidade para ele um dia destes fazer outro anúncio.

Algumas promessas o Dr. Costa não falha

O governo diz que abrirá em Outubro concurso para mil apparatchiks, número que se somará aos 740 mil funcionários de que dispõe o Estado sucial, dos quais cerca de 80 mil foram recrutados pelos dois governos do Dr. Costa. Sem surpresa, os sindicatos consideram o número «manifestamente insuficiente».

Se o Dr. Costa administrasse um deserto, em breve faltaria a areia. Episódio 1

No ensino público não universitário, havia 1.375 mil alunos em 2015 e 1.255 mil em 2022, ou seja, menos 120 mil. Nos mesmos anos, no ensino público não universitário havia 120,9 mil e 131,1 mil professores, respectivamente, ou seja, mais 10,2 mil professores (fonte PORDATA). Como explicar que, mais uma vez, este ano nas colocações há ainda 100 mil alunos sem professor? Uns milhares de professores fazem “trabalho sindical” para um dos 23 sindicatos e outros milhares estão em média de baixa. A isto adicione-se o efeito do aumento do número de disciplinas basicamente destinado a contrariar a redução do número de alunos. O resultado em sete anos é número de alunos por professores ter descido de 11,4 para 9,6.

Se o Dr. Costa administrasse um deserto, em breve faltaria a areia. Episódio 2

A maternidade do Hospital de Santa Maria, agora a funcionar no Hospital S. Francisco Xavier, depois da demissão de seis obstetras por falta de condições, está com falta de médicos e não consegue assegurar as urgências. No primeiro ano do Dr. Costa houve 87,0 mil nados-vivos e em 2022 já só eram 83,7 mil. Imagine-se se o SNS objecto da paixão socialista, tivesse os 172 mil nados-vivos do último ano do fássismo.

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS

O investimento público que representou na primeira década deste século 4,2% do PIB, caiu para 2,5% nos anos da intervenção da troika tornada necessária pela bancarrota socialista. Nos anos seguintes, em que o Dr. Costa anunciou o fim da austeridade, o investimento público desceu ainda mais para 2,1%, por obra das cativações do Dr. Centeno e dos seus sucessores e das suas habilidades anunciando crescimentos do investimento comparando o investimento orçamentado num ano com o executado no ano anterior, que por seu turno tinha sido muito inferior ao orçamentado. Em 2022 o expediente manteve-se e, apesar das receitas terem excedido o orçamento em 3.114 milhões, o investimento público ficou a 1.022 milhões do orçamentado e o investimento no SNS com um aumento previsto de 172% desceu 18% e nos sete primeiros meses deste ano só foram executados 16,7% (dados citados por Braz Teixeira).

[*] A descida do IRS poderia ser superior, mas até agora não foi concretizado qualquer valor.

(Continua)

2 comentários:

Nelson Gonçalves disse...

"No ensino público não universitário, havia 1.375 mil alunos em 2015 e 1.255 mil em 2022, ou seja, menos 120 mil. Nos mesmos anos, no ensino público não universitário havia 120,9 mil e 131,1 mil professores, respectivamente, ou seja, mais 10,2 mil professores (fonte PORDATA)."

Este parágrafo está muito confuso.

Anónimo disse...

É só fazer as contas.............