Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

28/10/2021

DIÁRIO DE BORDO: Elegeram-no? Então aguentem outros cinco anos de TV Marcelo (4) - A fazer de secretário do governo

Devido à minha crescente náusea para comentar as performances de S. Ex.ª, no geral e no particular no PDEC (Processo de Dissolução Em Curso) onde deveria desempenhar o papel de dissolvente (*), recorro às palavras de Rita R. Carreira que vê o deprimente espectáculo à distância segura de sete mil km.

«O Presidente da República anda a fazer de secretário do governo, a ver se consegue apoio para o orçamento junto dos partidos. Como é possível que alguém que ensinou Direito Constitucional numa Universidade não compreenda que o seu papel enquanto Presidente da República é de fiscalizar o Governo e assegurar que os princípios básicos da CRP são respeitados. Não cabe ao PR viabilizar o orçamento, dado que a elaboração do orçamento é da competência do executivo, que depois o sujeita à apreciação do poder legislativo. É o governo que negoceia com os partidos da oposição, não é o Presidente da República.

Se não há pesos e contra-pesos não estamos perante um regime democrático. Acho que depois de quase 50 anos de ditadura, isso já devia ser mais do que óbvio. Sinto vergonha por esta gente. Cada dia que passa sente-se o peso cada vez mais crescente da desilusão. Portugal não tinha de ser reduzido a isto.» 

(*) dis·sol·ven·te
(latim dissolvens, -entis, particípio presente de dissolvo, -ere, separar, desunir, desligar, desfazer os nós, pagar)
adjectivo de dois géneros e nome de dois géneros
1. Que ou o que tem a propriedade de dissolver.
2. [Figurado] Que ou aquilo que desorganiza ou corrompe. = CORRUPTOR, DESORGANIZADOR

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

2 comentários:

Afonso de Portugal disse...

Desta vez tenho que concordar com a Ritinha. Mas a verdade é que os portugueses reelegeram o Marcelo depois de andarem cinco anos a ver o que era (é) o Marcelo. É um bocado como o Isaltino em Oeiras, "quanto mais me bates, mais eu gosto de ti"...

Bilder disse...

Estavam à espera de outra coisa? não viram os dois juntos em Fátima com uma vela na mão?(o que temos é uma espécie de regime social-ista e francis-cano e morcelista)