Estará o Dr. Costa cansado de desgovernar?
Há quem pense que esta farsa da aprovação do orçamental que se repete todos os anos desta vez pode ser uma tragicomédia. Na verdade para quê tanta agitação a discutir um orçamento em que a quase totalidade da despesa está à partida pré-determinada pelos compromissos do passado? Só se fosse para discutir o aumento de 1.700 milhões dos impostos, que sabe a pouco aos parceiros desavindos da geringonça.
Talvez o Dr. Costa esteja a procurar um pretexto para sair antes do diabo chegar. E tem boas razões para isso. No final do seu mandato em 2023, após oito anos, segundo previsões do seu governo, o Dr. Costa deixará o país com um PIB com crescimento anual médio de 1,5%, mais pobre em termos relativos na UE, com uma dívida pantagruélica, dependente da caridade de uma UE em decadência que em 2008 representava 25,6% do PIB mundial, dez anos depois representava 18,6% e em 2023 talvez represente menos de 15%. E a pandemia é uma desculpa de mau pagador porque a despesa adicional não chegou a 6% do PIB contra 17% dos países da OCDE e 25% dos Estados Unidos. Já agora, registe-se que o Dr. Leão que executa todos os anos menos investimento do que o orçamentado é o mesmo Dr. Leão que justifica que os 6% do PIB (uns meros 12 mil milhões) gastos com a pandemia explicam um aumento de 40 mil milhões da dívida.
Tresanda a fim de ciclo
O desaire comunista nas eleições autárquicas teve como consequência a necessidade de apresentar prova de vida ameaçando votar contra o orçamento e usando o expediente do costume. Estão anunciadas resmas de greves desde o clássico dos funcionários públicos até aos farmacêuticos, passando por enfermeiros, bombeiros, Transtejo, etc. No que respeita ao SNS, a respectiva ministra Dr.ª Temido diz «não há coincidências» porque que estava tudo bem e de repente são convocadas várias greves. Imagino-a a trautear a Internacional Socialista no duche para afastar os espíritos maléficos.
Estará o governo a gozar com a populaça?
Que outra coisa pode ser? Face aos protestos pelo aumento do preço dos combustíveis de 34 (gasolina) e 35 (gasóleo) cêntimos em um ano, preço em que os impostos representam quase dois terços, o governo decidiu reduzir o imposto em 2 (gasolina) e 1 (gasóleo) cêntimos.
Take Another Plan. Entradas de leão, saídas de sendeiro
Começou por ser uma redução de 2.000, foram depois anunciados 1.600 até ao final de 2020, em Fevereiro desde ano já eram 800, mais tarde o despedimento colectivo que era para ser de 124, em Agosto foi reduzido para 82 e agora ficou em 72. É claro que saíram mais trabalhadores por decisão própria, aqueles precisamente que deveriam ficar e saíram para os concorrentes porque há procura para gente capaz. É mais um resultado da gestão pedronista que começa por falar grosso e acaba a falar fininho.
«Em defesa do SNS, sempre»
Hospital de Vila Franca de Xira sem médicos a internar doentes na garagem, demissão em bloco na Psiquiatria do Porto, Hospital de Leiria a avisar que não recebe mais urgências, só metade dos médicos formados nos últimos anos ficaram no SNS. Todas as semanas se multiplicam os sintomas do estado calamitoso do objecto da grande paixão socialista, que agora torra mais de 3 mil milhões de euros do que em 2015 para funcionar pior.
A educação, a outra grande paixão socialista
O Dr. Costa recebeu do seu antecessor 1.668 mil alunos e 121 mil professores. Em cinco anos os alunos reduziram-se para 1.604 mil e os professores aumentaram para 127 mil (fonte: Pordata). Não obstante, faltam professores e as escolas não conseguem contratar professores com as competências necessárias sobretudo nas disciplinas de ciências. É mais um exemplo de que o socialismo consegue tornar escasso o que é abundante.
A regulação das profissões a cargo do governo do Dr. Costa é assim como a imprensa livre a cargo da comissão de censura
Na crónica anterior escrevi sobre a tentativa do Dr. Costa de governamentalizar as ordens profissionais à pala de uma suposta iniciativa europeia e de uns supostos milhões do PRR. No artigo É falso que a reforma das Ordens seja imposta pela União Europeia o bastonário da Ordem dos Advogados desmonta as tretas do governo.
Investimento público, a autoestrada mexicana do PS
Há vários anos que venho denunciando o expediente da auto-estrada mexicana que os governos socialistas vêm aplicando ao investimento público. A coisa atingiu tais proporções que até o semanário de reverência se sentiu obrigado a publicar uma peça com um título que o CM invejaria OE-2022 só compensa 33% do desinvestimento público, onde revela que desde 2016 ficaram por executar 3.971 milhões, respectivamente €785 milhões, €681 milhões, €735 milhões, €949 milhões, €470 milhões e €351 milhões em 2021.
De volta ao velho normal
À medida que o país desconfina, voltamos aos velhos problemas do desequilíbrio das contas externas. Em Agosto o défice da balança comercial registou um aumento homólogo de 479 milhões em resultado das importações terem crescido 22% e as exportações apenas 17%
3 comentários:
I wrote several times that the PCP is the only club who knows what is political art. It is the owner and it dictates. Good old school.
Blessed with several decades of efficient flaming of wealth, this country is ripe for benefit of such a good practice. Join all members of parliament to vote for (approving) this budget that will maintain the government practices with the same saviours and actors.
So God help us.
Nem com números martelados apresentam boas contas. Imagine-se como isto deve estar.
Estejam a gozar ou apenas a desgovernar tudo se passa com o beneplácito da corja europeia(leia-se quadrilha UE e afins),pois não ouviram/leram os agraciamentos pelo "grande trabalho" do Cabrita'? Só ainda não ouvimos/lemos chamarem "Ronaldo das finanças" ao sr Leão.
Enviar um comentário