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17/05/2010

SERVIÇO PÚBLICO: o défice de memória (5)

[Para se compreender em toda a sua extensão a gravidade da falsificação descrita a seguir, recomenda-se a leitura deste post que actualizou este, este e este.]

«Ao longo de 2009, os dirigentes da Direcção-Geral dos Impostos seguiram a cobrança fiscal. Ao arrepio do discurso oficial traçado desde Maio desse ano, que insistia estar a cobrança fiscal "em linha com o previsto", a DGCI foi mensalmente assinalando uma degradação assinalável e chegou a estimar, a poucos dias das eleições legislativas de Setembro, uma quebra de 12,2 por cento face a 2008, quando o Governo ainda afirmava esperar uma queda de 9,1 por cento. Só em Novembro, o Governo admitiu o falhanço da previsão. O défice orçamental de 2009 acabaria por saltar para 9,3 por cento. O Ministério das Finanças não quis comentar.
As previsões da DGCI foram apresentadas nas reuniões do Conselho de Administração Fiscal (CAF) - um organismo de apoio ao director-geral dos Impostos que integra os subdirectores-gerais e os directores distritais de Lisboa e Porto.
Tal como se pode ler nas suas actas - cujo acesso só foi possível com a intervenção da Comissão de Acesso dos Documentos Administrativos (CADA) -, o CAF reúne-se mensalmente e, desde o final de 2008, os dirigentes da DGCI traçaram um quadro de incumprimento sucessivo das metas.
»
[Público]

Alguém poderá explicar ao professor Cavaco Silva que não é possível confiar num homem que é o ministro das Finanças que engendrou, ou pelo menos participou activamente, nesta falsificação? Daqui podemos definitivamente concluir que Teixeira dos Santos nunca teria a honestidade e a coragem de Liam Byrne, secretário geral cessante do Tesouro do Reino Unido que deixou ao seu sucessor David Laws a seguinte mensagem:
«Dear Chief Secretary,
I’m afraid to tell you there’s no money left.»

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