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11/04/2006

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: sunk costs (updated)

Secção Insultos à inteligência

Resulta dos critérios do Eurostat aplicáveis à contabilização dos custos do equipamento militar que o total desses custos é despesa do ano em que o equipamento se torna disponível, independentemente dos pagamentos se escalonaram ao longo de vários anos ou de existir um contrato de locação com rendas a pagar em vários anos.

Tem toda a lógica porque, no preciso momento em que um submarino (ou qualquer outro zingarilho bélico) é entregue à tropa, para brincar às guerras ou para defender a pátria, a tropa está preparada para o afundar ou destruí-lo, conforme for mais adequado ao zingarilho em causa. Sendo assim, não faria sentido «amortizar» em vários anos o custo dum zingarilho que pode ser espatifado à 1ª utilização, um risco insegurável por qualquer segurador deste planeta.

Face a esta lógica cartesiana, o ministro das Finanças fez uma declaração enigmática há dias em Viena (longe, para ser mais fácil o povo não reparar, entretido com as viagens de negócios do engenheiro Sócrates), a propósito do impacto financeiro que os submarinos encomendados pelo doutor Paulo Institucional Portas (artista anteriormente conhecido por Paulinho das Feiras) vão ter nos anos 2009 e 2010. Disse sua excelência que «daqui até lá vamos ter de estudar formas de podermos acautelar e prevenir esses impactos». O que quererá sua excelência significar com acautelar e prevenir a porra dum custo já incorrido de 2 ou 3 zingarilhos que servirão para a guerra das estrelas do mar?

Leva sua excelência 3 pilatos, por andar a sujar as mãos com estas manobras orquestrais no escuro, e outros tantos chateaubriands, por imaginar que somos um pouco mais estúpidos do que, de facto, somos.

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