Os alunos que nesses anos frequentavam essa cadeira terão hoje entre os cinquentas e os sessentas. Muitos deles tiveram e ainda têm uma influência determinante nas políticas económicas seguidas nos últimos trinta anos.
A sebenta de História das Doutrinas Económicas e Sociais pode ser dissecada como uma arriba fóssil onde são visíveis as pegadas dos dinossáurios mentais instalados nas meninges dessas influentes criaturas. Vejamos os textos arrolados na fatídica sebenta:
- «O mercantilismo» de Eli Heckscher, um professor sueco de história económica, especialista em comércio internacional
- Um capítulo do «Tableau économique» de François Quesnay, um fisiocrata do século 18, pioneiro da ciência económica
- L'individualisme liberal, capítulo de «Dimensions de l'homme et science économique» de Jean-Louis Fyot, um obscuro professor
- A atitude das escolas quanto ao conflito dos métodos, um capítulo de «Méthode scientifique et sciense économique» de André Marchal, um praticante da sociologia económica
- «Manifesto dos Iguais» de François-Noël Babeuf, um proto-comunista
- A introdução de «A History of Socialist Thought», de G. D. Cole, um fabiano
- Extractos de vários escritos de Karl Mark, o mais conhecido marxista, tais como:
- «Manuscritos de 1844»
- «A Sagrada Família»
- «A ideologia alemã»
- «Manifesto do Partido Comunista», em parceria com o 2.º mais conhecido marxista Friedrich Engels
- «Crítica ao programa de Gotha»
- Vários capítulos de «O Capital» - «Crítica ao projecto do programa social-democrata de 1891», de Friedrich Engels
- «K. Marx», de Vladimir Ilitch Ulianov, o mais reputado leninista escrevendo sobre o mais conhecido marxista e a sua doutrina
- Extractos de «O pensamento de Karl Marx» de Jean-Yves Calvez, jesuíta e professor de ética política
- Extractos de «Fascisme et ditacture» de Nicos Poulantzas, sucessivamente leninista, marxista estruturalista e, no final da vida, eurocomunista.
(Continua)
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