Mitos (326) - O socialismo é a continuação por outros meios da pobreza relativa do salazarismo

«Em 1984, Mário Soares jurou que, sem Salazar, Portugal se teria tornado no século XX “um país tão rico como a Suíça, com certeza mais desenvolvido do que a Holanda ou do que a Bélgica”. É mais do que duvidoso: em 1926, depois de 92 anos de liberalismo e de república, Portugal era o país mais pobre e menos instruído da Europa ocidental; em 2022, depois de 48 anos de democracia, continua a sê-lo. (...)

A partir da década de 1950 e até 1974, Portugal conheceu as taxas de crescimento económico mais altas da sua história – e também mais altas do que as dos outros países da Europa ocidental, o que permitiu à economia portuguesa convergir pela primeira vez desde o século XVIII com as economias da Europa ocidental.»

Perceber a História — Breve história do salazarismo. Primeira parte: ditadura e atraso, Rui Ramos

Mitos (325) - O socialismo lusitano é menos "solidário" do que o capitalismo americano

Em Portugal os 50% com menores rendimentos recebem prestações sociais do Estado que representam mais cerca de 2,5% do PIB do que o total que pagam de impostos, incluindo contribuições para a segurança social. Nos EUA a percentagem correspondente recebida pelos 50% com menores rendimentos é de 6%, isto mais do dobro da percentagem portuguesa.

No topo dos rendimentos, os 10% mais ricos em Portugal pagam um total de impostos superior em 4% ao que recebem. Nos EUA a percentagem correspondente recebida pelos 10% com maiores rendimentos é de 8%, isto mais do dobro da percentagem portuguesa.

(Fonte: Blanchet, Chancel e Gethin, apud Ricardo Reis)

ACREDITE SE QUISER: No Portugal dos Pequeninos é preferível ser elefante em fim de vida do que velhote

Diário de Notícias

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (45b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 45a)

O parlamento como clínica de psiquiatria

A esquerdalhada votou por unanimidade contra a criação de uma comissão de inquérito à alegada pressão ilegítima do primeiro-ministro sobre antigo governador do Banco de Portugal, enunciada por este no livro “O Governador”, que o PS classificou como «livro de vinganças». O Berloque de Esquerda acrescentou que a comissão serviria de «palco» ao ex-governador.

A bazuca está entupida por falta de pessoal, diz o bazuqueiro

Em entrevista ao Expresso, o Dr. Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, explica que o atraso do pagamento às empresas dos subsídios se deve a falta de pessoal. Num governo que aumentou em 80 mil o número de utentes da vaca marsupial pública, perceber-se-ia facilmente se o Dr. Dominguinhos se desculpasse com o entupimento da bazuca com utentes. É mais difícil compreender a falta de pessoal.

«Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central»

O governo anunciou que há quatro grupos portugueses e quatro estrangeiros interessados na compra de 71,73% da Efacec que o governo, para conseguir impingi-la a um deles, terá de espremer uma vez mais os contribuintes via CGD e Banco de Fomento de quem espera o perdão da dívida.

Portugal dos Pequeninos, um país satélite do Império do Meio

Após mais de quatro décadas de várias modalidades de socialismo que conduziram ao empobrecimento relativo, à descapitalização e ao inevitável endividamento faraónico, ninguém deveria estranhar que o jornal Eco tenha podido escrever sem beliscar a verdade que «Xi Jinping é de longe o maior investidor da Bolsa nacional». Daí talvez a explicação para S. Ex.ª se ter babado abundantemente ao cumprimentar o maior investidor numa cerimónia há quatro anos.

Então não estamos a crescer mais do que a Óropa?

Jornal de Negócios

Uma vez mais, o PIB per capita em percentagem da média da UE voltou a descer o ano passado, O diagrama mostra a obra do Dr. Costa nesta matéria desde que chegou a S. Bento. No entanto, o consumo per capita, apesar de também ter descido, representou no ano passado 85% da média europeia, o que é uma segunda realização do Dr. Costa – colocar os portugueses a consumir mais 10% em termos relativos do que produzem.

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

A Dr.ª Lagarde, presidente do BCE, passou vários meses a encarnar uma “pomba” anunciando o fim próximo da inflação até que se transmutou em falcão anunciando um aumento de 50 pp da taxa de referência e o princípio do fim da compra de activos o que fez as taxas das OT deste país mendicante ultrapassarem os 3%.

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (45a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

A Internacional Socialista no Catargate

Desde os casos do fax e da Emaudio em Macau, em que estiveram envolvidos os Drs. Soares e Melancia, não se ouvia falar das actividades internacionais do polvo socialista. Até agora, em que foi conhecido que os eurodeputados socialistas Drs. Pedro Marques e Isabel Santos subscreveram a proposta de resolução do grupo socialista europeu de “certificação” do Catar no domínio dos direitos humanos, e em que a segunda foi membro dos órgãos sociais de uma ONG com o apropriado nome de Fight Impunity que foi o veículo de suborno do governo do Catar.

Muito convenientemente, o mesmo PS que assobia para o lado e cantarola “à justiça o que é da justiça” em todos os casos, que são muitos, em que estão envolvidos apparatchiks socialistas locais, no caso do envolvimento no Catargate da vice-presidente do parlamento europeu e membro do partido irmão Pasok, várias eminências socialistas se pronunciaram com “grande preocupação”, como o actual ministro dos Negócios Estrangeiros que, enquanto ministro da Defesa, apadrinhou vários envolvidos na operação “Tempestade Perfeita”.

Take Another Plan. As fichas do Dr. Pedro Nuno

Diz o ministro das Infraestruturas que põe «fichas em que a TAP vai conseguir ter resultado líquido antes de 2025». Ele põe as fichas dele que são saliva e sucos gástricos e os contribuintes põem 3 ou 4 mil milhões de euros em cima de muitos outros milhões que colocaram no passado, não contando com os que colocarão no futuro.

A NAV Portugal não é a excepção que confirma a regra

Desde logo porque a NAV, a entidade pública que controla o tráfego no espaço aéreo de Portugal, não é excepção à regra das entidades do Estado sucial gerido pelo PS serem ineficazes e/ou ineficientes e, inevitavelmente, mal geridas por apparatchiks encartados. Um relatório do Gabinete de Prevenção de Acidentes a que o Expresso teve acesso revela práticas inadequadas, absentismo, manuais desactualizados, etc. e até várias situações de acidentes iminentes,

As mafias privadas facturam as falhas da administração pública

São habituais as filas nas lojas do cidadão de quem pretende renovar o cartão de cidadão ou tratar qualquer outra burocracia, o que está a proporcionar uma oportunidade de negócio para as mafias venderem senhas, um esquema terceiro-mundista vulgar no Brasil e nos PALOPs.

Assiduidade nas greves

Como é sabido, um número significativo de professores das escolas públicas não são assíduos e usam regularmente expedientes para faltarem (atestados médicos, “trabalho sindical”, etc.). Onde a assiduidade é regra é nas greves como a anunciada para todo o mês de Janeiro, greve convocada porque «é gravíssimo passar da entidade centralizada a nível nacional para entidades regionais».

A grande ambição do Dr. Costa é tornar todos os portugueses pobrezinhos de estimação do Estado sucial

O governo dá apoio extraordinário de 240 euros a um milhão de famílias, pela boca do seu chefe, e, pela boca do candidato a sucessor do chefe, o governo garante “solução” para não aumentar as portagens.

O Estado sucial caloteiro

Expresso

É de grande descaramento um governo que este ano esfola os contribuintes em mais 3 ou 4 mil milhões de euros do que o ano passado continuar a aumentar cada vez mais as dívidas aos fornecedores do Estado sucial, nomeadamente do SNS.

(Continua)

While the "absolutist of free speech" is distracted by Twitter, Tesla sinks

Could be a sequel to the other post

Quartz

Things are never so bad that they can't get any worse, which is why Tesla's price closed at $150.23 last Friday. One can imagine that this is all a conspiracy of liberals or communists (which are the same for the reader who made this comment) or one can simply conclude that stupid things can have stupid consequences.

It's too much for a "free speech absolutist"

Continued from previous post.

«Twitter on Thursday suspended the accounts of journalists who cover the social media platform and its new owner Elon Musk, among them reporters working for The New York Times, Washington Post, CNN, Voice of America and other publications.

The company hasn’t explained to the journalists why it took down the accounts and made their profiles and past tweets disappear. But Musk took to Twitter on Thursday night to accuse journalists of sharing private information about his whereabouts that he described as “basically assassination coordinates.” He provided no evidence for that claim.» (Associated Press News)

Bons exemplos (141) - No Portugal dos Pequeninos ainda se encontram alguns nichos de excelência (além do futebol)

Não são todos os dias que se lêem referências elogiosas por estrangeiros a instituições portuguesas ou considerações positivas sobre o sucesso de políticas adoptadas no Portugal dos Pequeninos. Essa raridade é, aliás, uma parte da explicação da obsessão ridícula dos mídia por trombetearem o suposto sucesso de Portugal e dos portugueses no topo do mundo. 

Justifica-se por isso relevar o que foi escrito pela jornalista americana Rebecca Jackson numa newsletter da Economist comparando o insucesso da estratégia e das políticas de combate às drogas adoptadas nos Estados Unidos com o relativo sucesso conseguido em Portugal visível no gráfico.

 

«Na Europa, a redução de danos fez mais progressos. A descriminalização da posse de pequenas quantidades de todas as drogas (mesmo as mais perigosas) ajudou a reduzir as taxas de overdose fatal em Portugal. (...)

Em Portugal, as pessoas apanhadas a consumir drogas em público têm de comparecer perante um painel – conhecido como Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência – que as encaminha para o tratamento e os serviços sociais. O não comparecimento é crime punível com prisão. Raramente os convocados faltam à reunião. (...)

Se há algo que os americanos podem aprender com Portugal é que tanto a cenoura quanto o bastão são necessários para combater o abuso de drogas.»

Is Trumpism letting Trump down? Yes, it is. I told you!

Continuation from here, there and there.

WSJ

One of these days I dispassionately advised Trumpists to start betting on another horse. Now I add that this other horse they should bet on is Ron deSantis, already chosen by many former Trumpists as revealed by the WSL polls, which until recently was one of the promoters of Mr. Trump.

Fox News

That Fox News, another supporter of Mr. Trump, seems to have accepted these results with poorly disguised joy is further evidence that Mr. Trump is rapidly converting himself from an asset to a liability of the American right. I'm the last one to be surprised.

TIROU-ME AS PALAVRAS DE BOCA: A excelência do futebol português não consegue resgatar a abulia, negligência e incompetência que contaminam o Portugal dos Pequeninos

«Gosto muito de futebol e das paixões que desperta, mas não vejo razão para tanto drama à volta das desventuras da seleção. É particularmente irónico que seja uma seleção no setor mais competente que o país tem produzido a despertar a ira de tantos. É que temos ao longo dos anos no futebol um nível de profissionalismo – e resultados – sem paralelo em nenhuma área, da economia, à cultura, à ciência ou ao desporto. É verdade que Portugal faz bem em muitas áreas, na arquitetura, na engenharia, no turismo, no têxtil e no calçado, na cortiça, no vinho. Mas é na supercompetitiva e darwinista indústria do futebol que atingimos uma consistência que nos distingue. Como adepto agradeço as alegrias e as tristezas que me são oferecidas (porque já não consigo chutar numa bola) por todos os que, melhor ou pior, ano após ano nos relvados deste mundo têm de carregar a responsabilidade de branquear todas as nossas incompetências e falhanços. O grupo de futebolistas e técnicos que mandamos para o Catar têm um nível de profissionalismo e de compromisso com as suas responsabilidades que não tem paralelo com o que encontramos em todos os que fazem deles o bode expiatório de um país empatado, derrotado, ironicamente, os únicos a quem pedimos contas e escrutínio. Fôssemos tão exigentes com quem devíamos (incluindo nós próprios) como somos com os homens da bola, e seguramente seríamos um país muito melhor.» 

Isto não foi escrito por um comentador de futebol, foi escrito no Observador por Rodrigo Adão da Fonseca, especialista em cybersecurity e perigoso liberal.

Tirou-me as palavras da boca, excepto quanto ao gosto pelo futebol, que não partilho, e às paixões que desperta que não aprecio e, pela minha parte, acrescentaria o que escrevi em tempos. A explicação para a excelência do futebol português são várias coisas, entre as quais: uma regulação leve, concorrência nacional e internacional entre operadores e, sobretudo, um mercado de trabalho aberto, competitivo e internacional - deve ser a única actividade em Portugal em que as famílias, os partidos e as maçonarias não arranjam lugares na profissão do chuto para os seus filhos, camaradas e irmãos, respectivamente.

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (44b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 44a)

Investimento público, a autoestrada mexicana do PS. Ahora, tarde piaste, pajarito

À primeira vista é difícil perceber por que razão o PS, um defensor da prevalência do investimento público, nomeadamente nas grandes obras públicas, tem acesso aos fundos europeus e desperdiça-os, como no caso do Portugal 2020 em que, por exemplo nas 20 maiores obras públicas, só foram usados 40% dos fundos disponíveis no Portugal 2020, não obstante a UE cobrir 85% do investimento. À segunda vista, olhando para os 15% que terão de ser cobertos pelo governo, percebe-se que o triângulo “obras públicas” - “despesa pública com um número crescente de apparatchiks a trabalhar 35 horas” - “contas certas” é um triângulo escaleno com o segundo lado desproporcionalmente excessivo.

É claro que, como já escrevi, após vários meses de inflação sem paralelo nas últimas décadas, não é nada conveniente despejar dinheiro da bazuca na economia, dinheiro que era para ser aplicado quando as economias europeias estavam paralisadas pela pandemia e a taxa de inflação estava próximo de zero.

Agora já se sabe para que serve a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)

No que parece ser uma tentativa de rivalizar com o programa de humor de Ricardo Araújo Pereira (RAP), a ERC fez uma recomendação para o programa "Isto é gozar com quem trabalha", onde foram gozados vários partidos, para o Chega também ser gozado.

«If it moves, tax it. If it keeps moving, regulate it. And if it stops moving, subsidize it.»

O alojamento local tem sido uma das actividades com maior sucesso no turismo português cumprindo várias funções de interesse público e privado. Dá serventia a habitações em parte desocupadas, compensa a falta de resposta da hotelaria e oferece um alojamento alternativo atraindo mais turistas que evitam hotéis e, claro, dá a oportunidade a pequenos empresários que escolhem correr riscos e ter iniciativa em vez de se inscreverem no PS ou serem funcionários públicos. Isso explica o furor regulamentário dos governos socialistas que culminou agora com a intenção de impor contratar os empregados no mesmo bairro e a criação de mais uma excrescência do Estado sucial - o Mediador do Alojamento Local.

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

O crescimento que no 3.º trimestre que já foi “poucachinho” (0,4%) arrisca-se a ser nada no 4.º trimestre, ou mesmo uma contracção, isto num quadro em que o BCE, está a aumentar as taxas de juro, enterrou o alívio quantitativo e se prepara para reduzir no seu balanço a pilha de dívida pública e privada que atinge 5 biliões de euros, ou seja, para quem esteja distraído, 5 milhões de milhões.

Take Another Plan. A TAP e as caravelas do Dr. Costa

O sindicato do pessoal de voo da TAP aprovou mais cinco dias de greve a adicionar aos já realizados, demonstrando assim a sua gratidão ao Dr. Costa e ao seu ministro Dr. Pedro Nuno por terem nacionalizado a sua (do sindicato) empresa, ao mesmo tempo que lhes enviam um aviso sobre a imprudência de privatizaram as “caravelas” dos tempos modernos. Para citar o próprio Dr. Costa «A TAP é fundamental. Na era da globalização, tem a importância que as caravelas tiveram na era dos Descobrimentos».

«Pagar a dívida é ideia de criança». Ahora, tarde piaste, pajarito

mais liberdade

Como o diagrama mostra, nas vacas gordas o governo andou a assobiar para o lado e desperdiçou oportunidades para reduzir drasticamente a dívida pública, que aliás, em termos absolutos tem vindo sempre a aumentar.

De volta ao velho normal

Neste caso, o velho normal são os défices gémeos (da balança comercial e do orçamento) que afligiram o Estado sucial desde a queda do Estado Novo. O défice da balança comercial, que foi reduzido drasticamente durante o governo PSD-CDS. tem vindo a crescer e em Outubro atingiu 2.833 milhões de euros, mais 814 milhões do que no mesmo mês ano passado.

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (44a)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

A nomenclatura do Estado sucial a catar-se em Doha

Multiplicaram-se as visitas de FCR (Figuras de Cera do Regime) para “apoiar” a selecção de futebol usando o Falcon da Força Aérea que foi monopolizado para este propósito. As comitivas incluíram várias FCR e ainda um comentador de futebol, um poucachinho apatetado, curiosamente muito parecido com S. Ex.ª o PR, que também esteve presente.

A família socialista tem imenso jeito para o negócio ou serão “historietas histriónicas”?

Os ecos da desbunda já chegaram a Bruxelas. A CE pediu «informações adicionais» ao governo sobre as verbas atribuídas por fundos tutelados pela ministra da Coesão a empresas do seu marido.

Tornou-se público a semana passada mais um caso de corrupção no ministério da Defesa que está a ser investigado na operação “Tempestade Perfeita” (a Judite pode não ser uma excelência na investigação, mas é insuperável a baptizar as operações). Estão em causa as obras do ex-Hospital Militar de Belém, às quais há dois aqui fizemos referência, que foram adjudicadas em ajuste directo a três empresas amigas e o seu montante que era para ser 750 mil multiplicou-se por 3,5 para 2,6 milhões. Estão identificados 19 arguidos dos quais cinco já foram detidos, entre os arguidos encontra-se o ex-diretor-geral de Recursos de Defesa personne protegée do ministro do ex-ministro da Defesa e actual dos NE (filho do Eng. João Cravinho, um socialista emérito por coincidência notório “lutador” contra a corrupção), e do actual secretário de Estado da Defesa.

L’État c’est nous

Vem a talho de foice o diagrama seguinte, publicado a semana passada, que mostra bem o potencial de inquinamento da administração pública do Estado sucial.

mais liberdade

«Empresa Financeiramente Apoiada Continuamente (pelo) Estado Central»

Após dois anos a enterrar dinheiro na EFACEC, empresa nacionalizada pelo governo socialista, depois de ter facilitado a entrada da Dr.ª Isabel dos Santos no seu capital, o actual ministro da Economia iniciou um novo processo de venda e anunciou oito potenciais interessados, inaugurando uma nova temporada da saga.

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Este ano já se demitiram em protesto pela falta de condições 76 chefes de equipa e 43 outros profissionais de saúde (jornal Nascer do Sol). Na semana passada, o Hospital de Setúbal fechou a urgência pediátrica e tem problemas na obstetrícia e ortopedia, no Hospital de Faro as macas dos bombeiros servem de camas, no Hospital de Almada as urgências só receberam doente críticos (seja lá o que isso for).

Entretanto, o mais meio milhão de “utentes” prometido em 2015 pelo Dr. Costa que passariam a ter médico de família, reduzindo para metade os cerca de um milhão que ainda não tinham, transformou-se em um milhão e quatrocentos mil portugueses sem médico de família. Face a este desastre, o PS enfiou a cabeça na areia e deu um tiro no pé do seu ministro da Saúde que defendeu a possibilidade de usar unidades privadas de saúde familiar com contrato com o SNS.

O “grátis” é para os do “público”, mas não para os do “privado”

De uma petição com mais de 11 mil assinaturas para atribuição de manuais escolares grátis (lembrete: no linguajar socialista, grátis significa que o pagador não é o utilizador), resultaram três projectos de lei. O PS e a esquerdalhada em geral pretendem restringir o “grátis” aos alunos do ensino público com o propósito que parece ser o de castigar os pais que inscrevem os seus filhos nas escolas privadas.

(Continua)

STRANGE CASE STUDY: Elon Musk. Na engenharia Dr Jekill, na gestão Dr Jekill e Mr Hyde

Escrevi aqui que Elon Musk é um sujeito talentoso, inventivo e um engenheiro genial, pelo lado Dr Jekill e, pelo lado Mr Hyde, um sujeito doentiamente narcisista, etc., o que o torna um empresário pouco confiável e um gestor errático.

Tive há dias conhecimento de um email que Musk enviou a todo o pessoal da Tesla com as suas seis regras de produtividade, as quais cito de seguida. Estas regras levam-me a concluir que no gestor Musk convivem um óbvio Mr Hyde e um menos óbvio Dr Jekill.

1) Avoid large meetings

 “Excessive meetings are the blight of big companies and almost always get worse over time. Please get rid of all large meetings, unless you’re certain they are providing value to the whole audience, in which case keep them very short.”

 2) Leave a meeting if you’re not contributing

 “Walk out of a meeting or drop off a call as soon as it is obvious you aren’t adding value. It is not rude to leave, it is rude to make someone stay and waste their time.”

 3) Forget the chain of command

 “Communication should travel via the shortest path necessary to get the job done, not through the 'chain of command.' Any manager who attempts to enforce chain of command communication will soon find themselves working elsewhere.”

 4) Be clear, not clever

“Don’t use acronyms or nonsense words for objects, software or processes at Tesla. In general, anything that requires an explanation inhibits communication. We don’t want people to have to memorize a glossary just to function at Tesla.”

5) Ditch frequent meetings

“Also get rid of frequent meetings, unless you are dealing with an extremely urgent matter. Meeting frequency should drop rapidly once the urgent matter is resolved.”

6) Pick common sense

“In general, always pick common sense as your guide. If following a 'company rule' is obviously ridiculous in a particular situation, such that it would make for a great Dilbert cartoon, then the rule should change.”

SERVIÇO PÚBLICO: “Portugal já deu o que tinha a dar” (isto não é sobre o Mundial)

De vez em quando, Clara Ferreira Alves, aka Pluma Caprihosa, resgata as suas obsessões cosmopolitas e as suas derivas socratistas e faz uma autópsia do Portugal dos Pequeninos e das suas elites emproadas e merdosas escrevendo uma peça lúcida e implacável como esta, de que cito alguns excertos.

«Se amanhã o ‘Brexit’ se invertesse e regressasse a liberdade de circulação dos europeus, todos sabemos o que iria acontecer. Uma massa juvenil oriunda da Europa do Sul e do Leste voltaria a tentar emigrar para Inglaterra e sobretudo para Londres. Não vemos por aqui muitos holandeses ou nórdicos, ou alemães. E não os vemos porque estudam e ficam nos próprios países, que lhes oferecem condições de trabalho e os inserem na comunidade do trabalho, oferecendo-lhes uma vida onde uma habitação e um salário decente não são uma miragem.

Todos sabemos o que se passa em Portugal e o novíssimo Livro Branco (Organização Internacional do Trabalho, Observatório do Emprego Jovem, Fundação José Neves) sobre o emprego jovem confirma a intuição. Portugal é um país de velhos e imigrantes de países miseráveis, ou de investidores, pensionistas e nómadas com proventos que rendem mais num país com sol e mar que atrai quem deseja vida de luxo num poiso barato e com menos impostos. Serão servidos pelos jovens qualificados e com cursos superiores que trocaram o call center, a caixa do supermercado e o tuk-tuk pela “hospitalidade”, nome do emprego sazonal e com contrato a termo onde os jovens são carne para canhão. Ao cabo de seis meses são despedidos. Num destes lugares disse-me um rapaz com olhos cansados, “Portugal já deu o que tinha a dar”.

Sobram os infinitos graduados nesses cursos de extorsão dirigida a pais ingénuos, os cursos de Ciências da Comunicação, que ninguém sabe em que consistem, e de Comunicação e Marketing. Estes nem os call centers os querem, recusados por excesso de qualificações. Aos 30 anos, a amargura instalou-se.

As exceções? Os filhos de pais ricos, os filhos de família com cunhas e empregos à espera, independentes de qualificações. (...)

Era isso ou, com o curso e qualificações que tinha, ficar no país a trabalhar para os chineses e os angolanos, “meter uma cunha” ou inscrever-se num partido, arranjar um protetor, colar uns cartazes e arrastar-se até arranjar uma sinecura disfarçada de paixão política. Os partidos são dinásticos, os filhos dos dirigentes têm empregos, públicos, a maior parte, e privados, por tráfico de influências. Alguns destes jovens são qualificados, mas não tiveram de se esforçar ou de emigrar. Como em tudo há exceções, e existem sucessores de dinastias que trabalham mais do que toda a gente para preservar o que herdaram e não estragar a obra dos fundadores. Mas a exceção apenas confirma a regra, em Portugal, os bons empregos têm os nomes nas cadeiras. Mesmo na academia, e no mérito, o tráfico de influências existe e prospera.»

São todos solidários, mas há uns mais solidários do que outros e já ter experimentado a bota russa ajuda muito a ser solidário

Economist

Para se medir em termos relativos a ajuda europeia só é preciso comparar no diagrama do lado esquerdo os EUA (338 milhões de habitantes) com a União Europeia (447 milhões de habitantes) e notar no diagrama da direita os países da antiga Cortina de Ferro que viveram quatro décadas sob a bota russa na sua versão soviética. 

ARTIGO DEFUNTO: O diabo está nos detalhes

O IMD publicou ontem o seu World Talent Ranking 2022 (*) e logo os mídia domésticos, por influência da Agência Lusa - a Tass Lusitana - titularam a subida de dois lugares de Portugal, o que, sendo verdade, não é toda a verdade e é até a parte menos importante da verdade. (+)

Vejamos as coisas mais de perto. Em primeiro lugar, a posição no ranking é determinada por três factores nos quais Portugal teve uma classificação diferente:

• "Investimento & Desenvolvimento" - considera os recursos nacionais comprometidos para desenvolver talentos nacionais. 
• "Apelo" - avalia a capacidade de atrair e reter talentos dos mercados internacional e doméstico. 
• "Prontidão" - quantifica a qualidade das capacidades e competências disponíveis no banco de talentos.

Em segundo lugar, considerar apenas a evolução em dois anos é muito redutor.

O que se passou de facto nos últimos cinco anos é que Portugal estava em 17.º lugar em 2018 e em 2022 tinha caído sete lugares para o 24.º. Por outro lado, em cada um dos factores as mudanças mais significativas foram as quedas de 7.º para 22.º no "Investimento & Desenvolvimento" (provavelmente resultado das cativações do Dr. Centeno) e de 29.º para 40.º no "Apelo" (provavelmente reflectindo a emigração maciça de quadros em consequência da falta de oportunidades de trabalho qualificado num país cada vez mais "socialista").

Aplica-se aqui o provérbio alemão «o diabo está nos detalhes».

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(*) «O IMD World Talent Ranking (WTR) avalia o status e o desenvolvimento das competências necessárias às empresas e à economia para a criação de valor a longo prazo, usando um conjunto de indicadores que medir o desenvolvimento, retenção e atracção de uma força de trabalho altamente qualificada nacional e internacional.»

(+) O que me recorda o poema de António Aleixo:«P'ra a mentira ser segura / e atingir profundidade, / tem de trazer à mistura  / qualquer coisa de verdade». 

CASE STUDY: Pobres, gordos e preguiçosos

Os ricos já foram (em média) gordos, os pobres eram (em média) magros e a quase inexistente classe média era (em média) entremeada. Mais tarde, os ricos foram (em média) entremeados, os pobres continuaram (em média) magros e a classe média foi (em média) gorda. Hoje, nos países ditos desenvolvidos, os ricos são (em média) magros, os pobres são cada vez mais gordos e a classe média é (em média) entremeada. 

Um pouco por todo lado, à medida em que os países se tornam menos pobres esse fenómeno é visível e muitas pesquisas o comprovam. Estas são, porém, tendências gerais porque as coisas podem ser, e são, mais complexas dependendo, além do rendimento, também do grupo étnico, do sexo e da faixa etária.  

Na China, um império com regiões ainda subdesenvolvidas, um estudo de 2015 (Association between socio-economic factors and the risk of overweight and obesity among Chinese adults: a retrospective cross-sectional study from the China Health and Nutrition Survey) concluiu que «o ensino superior e o rendimento familiar per capita estavam associados a um risco aumentado de sobrepeso e obesidade entre os homens chineses, enquanto as associações foram negativas para as mulheres». Ou seja, a China ainda está na primeira das três fases empíricas que distingui acima.  

No Reino Unido, um estudo deste ano («Obesity, Poverty and Public Policy» concluiu que «na Inglaterra, em 2018, quase um em cada três adultos era obeso e cerca de um em cada vinte e cinco eram obesos mórbidos. A taxa de obesidade em adultos dobrou desde 1993, (...). As taxas de obesidade são mais elevadas nas zonas mais desfavorecidas. As estatísticas mostram tendências semelhantes na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. (...) A obesidade em crianças também é alta, por exemplo, cerca de uma em cada cinco crianças de 10 a 11 anos na Inglaterra eram obesas em 2019.» 

Nos EUA (Estado de NY), um estudo de 2018 («Geographic Association Between Income Inequality and Obesity Among Adults in New York State») concluiu que «o aumento da desigualdade de rendimento e a menor percentagem de pobreza foram significativamente ligados a menores taxas de obesidade nos condados de NYS para os homens. A influência da desigualdade de rendimento diferiu de acordo com a localização geográfica». 

Economist

Na Grã-Bretanha os dados obtidos pelo National Travel Survey mostram ainda que, além dos factores directamente relacionados com o nível de vida, também certos hábitos que têm influência na obesidade, como o caminhar a pé, são diferentes entre os mais pobres e os mais ricos e essa diferença (acelerada pela pandemia) inverteu-se e acentuou-se nos últimos anos.

Em 1976, Ettore Scola realizou uma comédia negra com o título «Feios, Porcos e Maus». Hoje, Scola poderia fazer um outro filme com o título «Pobres, gordos e preguiçosos».

Dúvidas (347) – Ainda falta muito para termos benzina? (II)

«Este governo não há de cair - porque não é um edifício. Tem de sair com benzina - porque é uma nódoa!»

Eça de Queirós, O Conde d'Abranhos / A Catástrofe

Expresso

CASE STUDY: Trumpologia (79) - Entrada de leão e saída de sendeiro

More trumpology.

By the mouth dies the fish

«Do you throw the Presidential Election Results of 2020 OUT and declare the RIGHTFUL WINNER, or do you have a NEW ELECTION? A Massive Fraud of this type and magnitude allows for the termination of all rules, regulations, and articles, even those found in the Constitution. » (Apud Politico)

Donald Trump num post publicado no sábado na rede social Truth Social, criada por sua iniciativa 

«Former President Donald Trump is facing rebuke from both parties after calling for the “termination” of parts of the Constitution over his lie that the 2020 election was stolen» (abc NEWS)

 «The Fake News is actually trying to convince the American People that I said I wanted to ‘terminate’ the Constitution. This is simply more DISINFORMATION & LIES» (Apud Politico)

Donald Trump num post publicado na segunda-feira na Truth Social 

Adding insult to injury,

«Keller @ Large: Trump-backed Herschel Walker's campaign turned into fiasco for Republicans» (Fox5)

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (43b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 43a)

O Estado sucial é um caloteiro

Não satisfeito com transformar Portugal num dos países da OCDE que mais aumentou a carga fiscal entre 2010 e 2021 e ter aumentado a receita fiscal em 19% até Outubro, o governo do Dr. Costa tem o desplante de ter aumentado em relação ao ano passado em 200 milhões o montante dos pagamentos em atraso, que atingiu em Outubro 979 milhões.

A caixa do peditório está entupida (e talvez seja melhor continuar assim)

O IAPMEI é o organismo principal do ministério da Economia para distribuição dos fundos da celebrada bazuca, com 2.300 milhões. Até agora distribuiu 30 milhões. Chegados a esta altura, é conveniente dizer que após vários meses de inflação sem paralelo nas últimas décadas, uma das coisas menos convenientes será despejar dinheiro da bazuca na economia, dinheiro que foi decidido gastar quando as economias europeias estavam paralisadas pela pandemia e a taxa de inflação estava próximo de zero.

Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos

Num país cronicamente endividado, descapitalizado e com uma taxa de poupança das mais baixas da UE, o que deverá fazer o parlamento desse país? Aprovar uma lei (n.º 19/2022) que permite resgatar sem penalização fiscal até ao final do próximo ano os PPR (planos de poupança de longo prazo constituídos para complemento de reforma), ora, que outra coisa poderia ser?

«Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro»

Continua a epidemia das demissões nos serviços de urgência. A semana passada foi a vez dos Hospitais de Almada e Amadora-Sintra.

O Dr. Moedas está a parecer o Dr. Medina 1.1

O Dr. Medina 1.0 lançou durante a sua estadia na câmara de Lisboa em concorrência com o seu rival na sucessão Dr. Pedro Nuno vários programas de habitação, todos eles mais ou menos falhados. O Dr. Moedas que lhe sucedeu tem o melhor assessor de imprensa da praça que consegue todos os dias referências na imprensa com foto invariavelmente sorridente do Dr. Moedas prenunciando, anunciando, reanunciando, citando putativas obras, iniciativas, programas, declarações, etc. O último anúncio é de uma «proposta de não adjudicação (sic) ... de modo a poder relançar os concursos» lançados pelo Dr. Medina que não tiveram propostas válidas.

«Pagar a dívida é ideia de criança» e o que importa são os títulos

A descida da dívida pública para 273,8 mil milhões de euros em outubro foi amplamente titulada, só não foi explicado que a descida foi da dívida bruta e se ficou a dever à redução de quase 10 mil milhões de euros dos depósitos das Administrações Públicas, de onde a dívida pública líquida até aumentou quase 3,7 mil milhões para 254,2 mil milhões.

Já é o mafarrico e já se sente o cheiro das brasas

Segundo o indicador diário de atividade económica do BdP nas duas últimas semanas a variação homóloga foi negativa. A taxa Euribor 6M subiu de -0,537% no princípio do ano para 2,406% no final da semana passada o que contribuiu para o abrandamento nos últimos meses do crédito ao consumo, do crédito à habitação e do crédito às empresas.