«Desastres eleitorais sucessivos, transferência de votos para a direita a par do envelhecimento do seu eleitorado, levaram as esquerdas a primeiro deitar contas à vida e, em seguida, atirar pressurosamente para o caixote do lixo as vítimas que até ontem animavam o seu activismo. E assim, porque chegou a hora dos camaradas subirem ao palanque, num ápice sumiram-se os “camarados” e os “camarades”. (...)
O problema é que não só conseguem impor novos activismos como está implícito que esqueçamos as consequências do activismo da véspera. É mesmo como se esse activismo nunca tivesse existido. O direito à desmemória é o grande privilégio da esquerda que, enquanto mergulha as sociedades em processos contínuos de mortificação pelos crimes cometidos por aqueles que aponta como seus inimigos no passado — e que podem ser tão distantes quanto os descobridores portugueses do século XV —, se arroga a si mesma o direito de não ser confrontada por aquilo que fez e disse ontem. Ou anteontem. Ou há um ou dois anos. (...)
Pois é agora já ninguém quer saber das casas de banho para as crianças trans, nem da linguagem dita inclusiva porque agora vamos voltar à “classe contra classe até à vitória final” como se estivéssemos no PREC. Alguém esperava que assim não fosse? Para que tal acontecesse era necessário ter denunciado, criticado, confrontado… os activistas quando estes andavam por aí com o linguarejar (cada activismo tem o seu idiolecto próprio) do sonho e da conquista irreversível para designar a estatização e consequente destruição da economia do país. É caso para dizer, olá camaradas. Façam de conta que estão na vossa casa.»
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Outros "Ser de esquerda é..."
Em boa verdade, a volubilidade da esquerdalhada é apenas aparente, porque persiste o mesmo propósito de sempre: impor uma agenda e sabotar a liberdade em nome de grandes princípios. Afinal, o mesmo propósito que a direita iliberal prossegue.
1 comentário:
Faltou referir o papel , verdadeiramente criminoso, da chamada "comunicação sUcial" em todo o processo...
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