Tanto barulho para nada. A única coisa notável na “reforma” da legislação laboral é a greve geral
Posso estar equivocado, mas não encontro nas alterações que o governo pretende aprovar nada que afecte significativamente o funcionamento do mercado de trabalho – supondo que tal coisa existe – ou os direitos dos trabalhadores, para utilizar o patuá sindical. Em consequência, não creio que essas alterações tenham efeitos visíveis na “flexibilização” e ainda menos impactos na eficiência das empresas e na produtividade do trabalho.
A greve geral é tanto mais despropositada quanto, segundo o INE, o aumento homólogo no 3.º trimestre da remuneração bruta total mensal média por trabalhador atingiu 5,3% e em termos reais, descontada a inflação, o aumento foi de 2,6%.
À atenção do Dr. Gonçalo Matias, ministro Reforma do Estado
Dos 30 países considerados no estudo da OCDE, o Estado sucial português é o segundo, só superado pela Turquia, com serviços públicos administrativos mais centralizados.
Ó Dr. Matias não perca tempo com pensamentos milagrosos e declarações bombásticas, como a de que Portugal «tem todas as condições para se tornar um líder mundial na IA», desça à terra e comece a tratar disto.
Os contribuintes são todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros
Os contribuintes são todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros
O caso dos impostos (IMI e imposto de selo) de mais de 300 milhões devidos pela venda das barragens da EDP à multinacional francesa Engie para reduzir o endividamento, operação disfarçada pela EDP como uma reorganização empresarial, impostos que a EDP assumiu perante o comprador não seriam devidos, são o exemplo mais notório de como o governo AD pela boca do ministro das Finanças sucumbiu ao lóbi accionista sino-hispano-americano admitindo que uma obrigação fiscal confirmada pelo Ministério Público poderia não ser cumprida.
A realidade vai-se impondo ao pensamento milagroso
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos, nem queremos saber
A realidade vai-se impondo ao pensamento milagroso
| adaptado de mais liberdade |
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos, nem queremos saber
Mostrando que em certas matérias, como no investimento, é mais o que une os dois grandes partidos do regime do que o que os separa, a taxa de execução do investimento público do governo AD em 2024 andou pelos 84%, afinal ainda inferior aos 90% das taxas dos governos PS. Num país pendurado no Estado sucial os empresários seguiram o exemplo e o investimento privado caiu igualmente em 2024 para 13%.

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