Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

10/11/2025

Crónica da passagem de um governo (23 a)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Se o ridículo fosse mortal, as redacções seriam cemitérios e o governo seria uma morgue

Depois de mais de dois anos a deixar-se cozinhar em fogo lento pela esquerdalhada que povoa as redacções, o Dr. Montenegro teve um acesso de transparência e mostrou ao Expresso as facturas da construção da sua casa em Espinho que custou o equivalente a 1,5 o preço médio das casas à venda em Portugal dos Pequeninos.

Velha Boa Nova

À míngua de boas notícias o ministro da Economia Dr. Castro Almeida repetiu no parlamento do anúncio que o Dr. Costa já havia feito e que, por embaraçosa coincidência, esteve na génese da Operaçâo Influencer que levou à demissão do anterior primeiro-ministro. Segundo o hiperbólico anúncio do Dr. Castro Almeida trata-se do «maior investimento estrangeiro de sempre em Portugal: 8,5 mil milhões de euros no Data Center de Sines» e «é um verdadeiro caso de sucesso do país». O grupo parlamentar do PSD aplaudiu entusiasticamente a “obra” do Dr. Costa.

Chutando a bola para frente

Fonte: BdP

Apesar da dívida pública líquida (que é a que mais interessa) se ter mantido relativamente estável, o rácio Dívida Pública/PIB tem vindo a agravar-se nos últimos três trimestres atingindo 97,6% em Setembro.

Quanto ao excedente orçamental no final de Setembro atingiu 6.304,1 milhões tendo aumentado 610,8 milhões em relação ao ano passado, à custa sobretudo do aumento das receitas fiscais. Por outro lado, o excedente orçamental de 0,1% do PIB previsto pelo governo para 2026 será cumprido à custa de 311 milhões de empréstimos do PRR que não vão ser usados.

Hoje há cadelinhas, amanhã não sabemos

Quem vê a função pública como uma ocupação retrógrada não podia estar mais equivocado. Enquanto nos “privados” se fala da insustentabilidade da segurança social dentro de algumas décadas, a sistema de pensões da função pública gerida pela Caixa Geral de Aposentações já está nessa situação com défices crescentes há vários anos (7,5 milhões previstos para 2026) que têm de ser financiados pelas receitas fiscais do OE ou, dito de outro modo, as pensões da função pública já estão a ser financiadas pela “função privada”.

(Continua)


Sem comentários: