Desde que a esquerda é esquerda, ou seja, para simplificar, desde que o Barão de Gauville chamou a atenção para os deputados revolucionários da Assembleia Nacional Francesa saída da revolução de 1789 se sentarem à esquerda do presidente, que a esquerda luta por grandes causas. A emancipação da classe operária, o fim do capitalismo e do imperialismo, a sociedade sem classes, etc., um enorme etc.
Com o tempo essas causas foram desaparecendo e substituídas por outras. Recentemente as causas da esquerda quase se resumiram ao ambiente, à identidade de género e ao DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) e os militantes operários foram substituídos por áctivistas graduados em ogias por universidades progressistas. A classe operária ficou esquecida e começou a votar na extrema-direita.
E assim chegámos à luta pela preservação dos 47 (quarenta e sete) jacarandás da Avenida 5 de Outubro, dos quais a câmara de Lisboa pretendia transplantar 22 e abater 25 por não terem condições para o transplante. Dito de outro modo, a câmara pretendia emigrar 22 e aos restantes aplicar a morte assistida por jardineiros devidamente qualificados. Tudo isto com o propósito pouco ambientalista de construir um parque de estacionamento A luta tocou fundo no jornalismo de causas que deu voz à indignação popular, produziu dezenas de peças inflamadas e mobilizou áctivistas que promoveram uma petição com 19 mil assinaturas.
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