Confesso a minha dificuldade de perceber a atenção mediática que o jornalismo de causas está a dar à empresa familiar de consultoria de que foi sócio do Dr. Montenegro, escarafunchando diligentemente as miudezas mais ridículas (veja-se como exemplo a peça do semanário de reverência com o título bombástico "O número do telefone de Montenegro..." ). Enquanto isso e estranhamente, tem sido dada pouca atenção ao que me parece uma situação de evidente conflito de interesses: a nomeação como SE do Dr. Regalado que, como presidente da Câmara Municipal de Vagos, adjudicou em ajuste directo contratos de mais 200 mil euros de assessoria jurídica ao escritório de advogados de que o Dr. Montenegro era sócio.
Entretanto, o Dr. Ventura, que estava a tentar limpar com o caso da imobiliária do Dr. Montenegro a sua roupa suja dos vários escândalos em curso envolvendo deputados do Chega, viu a sua despropositada moção de censura ser reprovada e, pior de tudo, ficou a saber-se que a agremiação impoluta e justiceira a que preside tem não um deputado, mas quatro deputados sócios de empresas imobiliárias. Não foi um tiro no pé, foi um tiro nos dois pés, porque esgotaram as moções de censura até Setembro.
Os portugueses «vão ter razões para confiar no SNS»
Na verdade, até agora, após quase um ano de governo, os portugueses não têm razões para confiar no SNS. O ministério do SNS, aka da Saúde, parece mais um laboratório experimental de gestão com mudanças em 13 administrações de ULS e no IPO.
Se há coisas que fazem falta aos portugueses são autoestradas
O nosso jardinzinho à beira-mar plantado dispõe de mais de 3 mil km de autoestradas que constituem a 4.° maior rede de autoestradas na Europa depois da Espanha, Alemanha e França e é o segundo país depois da Espanha em km de autoestradas por habitante, graças à torrefacção de milhares de milhão de euros dos fundos europeus por diversos governos, com destaque para o do Sr. Eng. Animal Feroz.
A esta luz percebe-se melhor que o Dr. Pinto da Luz, ministro das Infraestruturas, tenha prometido aos empresários de obras públicas um «grande pacote rodoviário». Afinal trata-se de consolidar uma rara posição nos rankings da Óropa.
O governo AD mostra que não quer ficar atrás dos governos PS
Recapitulando: o governo Passos Coelho herdou 730 mil funcionários públicos do Eng. Sócrates e conseguiu despachar 75 mil, reduzindo-os para 655 mil funcionários e adoptou a regra “um por um”. O Dr. Costa, que deixou de herança 750 mil, a modificou a regra para “vários por um”. Em Outubro o governo do Dr. Montenegro anunciou que recuperaria a regra do “um por um” e que, em consequência, manteria os 750 mil herdados até ao final do mandato. Entretanto, deve ter desistido porque no final do ano o emprego público já andava pelos 754 mil tendo aumentado 1% em relação ao ano anterior.
Um sinal?
A montagem em Portugal de veículos automóveis em Janeiro teve uma queda homóloga de 21,7%.
«Dinheiro deitado para a sanita»
mais liberdade |
A economia mantém-se a flutuar com os milhões do turismo e milhões dos fundos europeus. «Pagar a dívida é ideia de criança» Foi o que disse o Sr. Eng.º Sócrates, pensamento que parece continuar a influenciar o Portugal dos Pequeninos, cujo endividamento da economia (total da dívida do Estado, famílias e empresas não financeiras), que em Novembro tinha aumentado mil milhões, apesar dos milhões dos fundos europeus e do turismo, aumentou no final do ano 17 mil milhões para 814,1 mil milhões, dos quais 44,1% são do sector público. |
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