Secção Still crazy after all these years
As associações empresarias portuguesas nas suas diferentes encadernações (CIP, AEP, AIP), foram a semana passada à assembleia da República apresentar aos deputados o Relatório da Competitividade e confessar o seu objectivo de conseguir que Portugal seja um dos países «mais desenvolvidos e atractivos da União Europeia» até 2015.
Se ser dos «mais desenvolvidos» significar ter um dos PIBs per capita mais elevados, umas contas de merceeiro mostram que tal só seria possível se a economia portuguesa crescesse 5 a 6% acima da média dos outros países «mais desenvolvidos» a que iríamos fazer companhia. É obra, mas não é coisa para assustar os nossos empresários, que já em 2003 na apresentação da Carta Magna da Competitividade tinham prometido o mesmo para 2013.
Podemos talvez explicar o wishful thinking empresarial pelo ambiente delirante do parlamento, potenciado pelos eflúvios de maconha procedentes do gabinete dos bloquistas - não é verdade que o camarada profeta Anacleto confessou à TSF ter experimentado a erva nos seus tempos loucos da juventude, enquanto cometia atrevidas infracções ao código da estrada?
Com eflúvios ou sem eflúvios, os nossos empresários ganharam o direito a 4 chateaubriands, por tomarem a nuvem dos eflúvios por Juno, e 3 bourbons pela reincidência da Carta Magna.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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