A propósito da Blogaridade sobre as dúvidas do barnabé quanto a renovar a assinatura do Economist, prometi revelar algumas amostras sortidas deste monumento ao bom jornalismo profissional. Aqui vão hoje duas, possivelmente exasperantes para um barnabé.
Frases assassinas
Interrogando-se sobre as aparentes contradições dos lideres europeus que açoitam a administração americana pela intervenção no Iraque, depois de a terem verberado pela retirada da Somália em 1994, pela acção tardia nos Balcãs, por terem “permitido” aos Talibã tomarem o poder no Afeganistão, e ainda por só recentemente enviarem tropas para a Libéria, o Economist escreveu:
Uma resposta para esta última questão é que a incoerência é um dos luxos da impotência. Os que não podem, ou não querem, assumir as suas responsabilidades sentem-se à vontade para atirar sobre quem as assume.
(Greatest danger, or greatest hope? Nov 8th)
Por esta sentença politicamente incorrecta, o Economist merece 3 afonsos.
Secção George Orwell
Comentando a aparente falta de interesse dos governos sobre o tema vital do aquecimento global e a ausência de progressos nos trabalhos do Intergovernmental Panel on Climate Change, o Economic Focus (Hot potato revisited, Nov 8th) aborda a aparente falta de competência do painel composto por uma horda de autoridades recrutada num meio profissional muito limitado, que não inclui os saberes económicos e estatísticos necessários.
O produto dessas mentes pode avaliar-se pelas projecções catastrofistas para o aquecimento global. Essas projecções são baseadas em premissas tão lunáticas que, mesmo no cenário mais optimista, isto é com menores emissões, no final deste século a África do Sul, a Argélia, a Argentina, a Líbia, a Turquia e a Coreia do Norte teriam um PIB per capita superior ao dos Estados Unidos, conclui o jornalista.
De passagem, conclui o Impertinente, regista-se aqui mais um fenómeno de contaminação da ciência pela ideologia. Lá no inferno onde ardem Lenine e Estaline, adivinham-se murmúrios de aprovação.
Razão teve George Orwell quando disse que há ideias e opiniões tão obviamente idiotas que é preciso ser-se um intelectual para se acreditar nelas.
Dois afonsos para o George, outros tantos para o Economist, e 5 chateaubriands para os painelistas do IPCC.
Secção George Orwell (bis)
E já que estamos nesta Secção, vem a propósito remeter o leitor acidental para o massacre, levado a cabo pelo Contra a Corrente no passado dia 21, das teses dominantes na esquerdalhada e, em particular, nas capelas do radical chic sobre as origens e raison d’être do terrorismo islâmico.
Para a infantaria do politicamente correcto e a cavalaria do radical chic vão 5 chateaubriands e mais 5 bourbons para os que já estão fase do esquerdismo senil. Ficam reservados bourbons para os que, não se emendando antes de terem direito a descontos nos transportes públicos, forem admitidos na dita classe de esquerdismo.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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