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15/08/2025

A investigação e a inovação no Portugal dos Pequeninos submersas pelo corporativismo

A fusão anunciada pelo governo da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), responsável pela política de I&D (Investigação e Desenvolvimento), com a ANI (Agência Nacional de Inovação), poderá contribuir para resolver uma dicotomia que justifica a FCT viver numa torre de marfim e a AMI ter resultados medíocres para mostrar, como evidenciam os relatórios do European Patent Office (EPO) que tenho vindo a comentar há vários anos na série de posts "O surto inovador e inventivo que nos assalta"  [(1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)].  

Para me cingir a 2024, vejam-se os títulos encomiásticos produzidos pelo jornalismo de causas, que mostram bem a boa imprensa de que desfruta a comunidade, para celebrar os 347 pedidos de patentes correspondentes a 33,5 por milhão de habitantes, um quarto 1/4 da média da EPO o que nos coloca 28.º lugar dos 39 membros.

É claro que imediatamente após o anúncio da fusão da FCT com a ANI vieram os protestos da comunidade de apparatchiks que parasitam aqueles dois organismos, inquietados pela hipotética ameaça às suas tenças. Só encontrei duas vozes discordantes deste coro: António Coutinho, ex-director do Instituto Gulbenkian de Ciência, e Daniel Bessa, ex-director-geral da COTEC Portugal.

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