Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

22/07/2025

He took the words right out of my mouth, only Mr Trump can do that

«Mr Trump is a rich, powerful man leading a movement which contains people who believe that rich, powerful men cover up crimes for each other. The Trump movement includes free-traders and protectionists, pro-Ukraine people and pro-Russia people, those who want mass deportations and those who would spare hotel and farm workers. Mr Trump has kept them mostly happy by taking all these positions simultaneously. No other politician in America can do that.»

"The Epstein files and Donald Trump"

21/07/2025

Crónica da passagem de um governo (8)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Take Another Plan. Não sabemos se vai sobrar alguma coisa da privatização

Sabendo-se que a TAP valerá uns 1.700 milhões, já se havia concluído que os 49,9% que o governo pretende vender poderão render pouco mais de um quarto dos 3,2 mil milhões que lá foram torrados.  Isto foi antes de se levar em conta que Mme Ourmières-Widener, a ex-CEO da TAP escolhida pelo Dr. Pedro Nuno apresentou em tribunal um pedido de indemnização de 5,9 milhões pelas sevícias contratuais a que a sujeitaram, 700 trabalhadores da TAP poderão receber de indemnizações um valor total que pode atingir até 80 milhões de euros, dos quais só metade está provisionada, e a Azul, a operadora do antigo accionista David Neeleman, reclama o pagamento de uma dívida que pode atingir 180 milhões de euros.

Take Another Plan. E se telefonassem para Bruxelas ou para S. João da Madeira e perguntassem ao Dr. Costa e ao Dr. Pedro Nuno, respectivamente?

Quando à dívida à Azul, o Dr. Pinto da Luz, que ocupa o lugar antes do Dr. Pedro Nuno, admitiu em entrevista que não encontrou no ministério a carta em que o governo do Dr. Costa aceitava que o financiamento da Azul em 2016 foi um empréstimo obrigacionista a reembolsar e não como um suprimento de capital que poderia ser perdido pela Azul.

Take Another Plan. O que distingue o PS, o PSD e o Chega

O PS nacionaliza primeiro e depois diz que vai reprivatizar 100%. O PSD privatiza primeiro e depois diz que vai manter nacionalizado 50,1%. O Chega não privatiza antes nem depois, partilhando sem surpresa a ideia do Dr. Costa de que «a TAP é fundamental. Na era da globalização, tem a importância que as caravelas tiveram na era dos Descobrimentos».

Para os viticultores não é igual ao litro. É igual à TAP e ao BES

Um dias destes, os viticultores de Vila Real manifestaram-se exigindo soluções para combater a crise e exigindo o «escoamento para as nossas uvas» e «tratamento igual à TAP e ao BES» (fonte). Sabendo-se que a única coisa que foi escoada da TAP e do BES foi a grana, no primeiro caso por um leque alargado de interesses e no segundo caso por iniciativa do Dono Disto Tudo e do Animal Feroz, aparentemente o tratamento igual exigido são os 3,2 mil milhões que o Dr. Costa e os seus governos sepultaram na TAP e muitos outros milhares de milhões de perdas enterradas no caso do BES. Espera-se que o Dr. Montenegro não se deixe embriagar e não se disponha a que o orçamento escoe as uvas dos viticultores.

A contabilidade criativa como arma de defesa. O Sr. Vladmiro que se cuide!

A semana passada o Dr. Montenegro revelou numa conferência sobre defesa organizada pela SIC que entre os investimentos públicos para atingir a meta dos 5% de defesa e segurança, além das despesas da GNR, combate aéreo a incêndios florestais e pensões dos militares reformados (fonte), também vai considerar o investimento no novo aeroporto de Lisboa.

Seduzindo os pensionistas

Não sei se o desvelo com que o Dr. Montenegro trata os pensionistas conseguirá o milagre de os trazer ao redil eleitoral do PSD, de onde fugiram com as veleidades do Dr. Passos Coelho garantir a sustentabilidade de longo prazo da segurança social, pensionistas que a este respeito partilham o desabafo atribuído a John Maynard Keynes «a longo prazo estamos todos mortos». Embora o sucesso não esteja garantido, o Dr. Montenegro esforça-se e vai pagar um suplemento aos pensionistas em Setembro e vai reduzir retroactivamente as retenções na fonte de IRS.

O Banco de Fomento já está a trabalhar a preparar-se para o prejuízo?

Ainda antes da gigafábrica de Inteligência Artificial” em Sines e dos 6,5 mil milhões de garantias para financiar PME, o Banco de Fomento já está a reduzir os seus pífios lucros de 10,9 milhões no 1º semestre do ano passado a uns ainda mais pífios 8,9 milhões no 1º semestre deste ano.

20/07/2025

ESTÓRIA E MORAL: Segundo o áctivismo, a discriminação pode ser má ou pode ser boa

Estória

O que têm em comum (1) Jasper Ceylon, um entre vários outros pseudónimos literários de um canadiano, (2) Michael Derrick Hudson, um bibliotecário de Indiana, e (3) Aaron Barry, um professor de inglês de Vancouver, além de serem brancos da classe média que tentaram sem sucesso publicar os seus poemas ou novelas?

Para conseguirem ser publicados uns inventaram personas, tais como membro de género fluido da diáspora nigeriana ou Ye-Fen Chou, todos eles se apresentaram como espécimenes de minorias raciais ou sexuais e conseguiram não apenas que os seus trabalhos fossem rapidamente publicados, alguns deles deliberadamente de má qualidade literária, como todos obtiveram prémios de literatura. 

Têm ainda em comum ter contados as suas estórias pessoais ao jornalista River Page que as publicou em The Free Press sob o título "The White Man Who Pretended to Be Black to Get Published".

Moral

Se pensavam que discriminação racial consistiria em os membros de um grupo humano usufruírem de vantagens por essa pertença e, por isso a consideravam má, pensem duas vezes. Se os grupos discriminados forem brancos a discriminação é boa. 

19/07/2025

A saúde em Portugal. Desfazendo algumas ideias feitas (4)

[Continuação de (1), (2) e (3)]

FALÁCIA: Precisamos de formar mais enfermeiros.


FACTOS: 

(1) Na UE a relação média enfermeiros/médicos é 2,5, sendo o número de enfermeiros e médicos por mil habitantes de 9,2 e 3,7, respectivamente. Os rácios equivalentes em Portugal são 1,3, 7,9 e 5,8, respectivamente. De onde, apesar da relação enfermeiros/médicos ser das mais baixas da UE não podemos concluir que em termos comparativos com UE temos muito menos enfermeiros do que a média e, pelo contrário, temos certamente muito mais médicos. 

(2) Nos anos 2020 a 2023 cerca de 5 mil enfermeiros formados em Portugal expressaram formalmente a intenção de emigrar e exercer enfermagem no estrangeiro. Em Março de 2023 havia cerca de 4 mil enfermeiros portugueses registados no Reino Unido. Na Suíça o número de enfermeiros portugueses entrados em 2023 foi o quarto mais elevado. 

(3) Destes números fragmentários não podemos concluir que é necessário formar mais enfermeiros, mas podemos certamente concluir que precisaremos de reter mais enfermeiros formados em Portugal.
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Fontes: Health at a Glance: Europe 2024, OECD, Nov 2024 e ChatGPT

18/07/2025

You can't fool all of the people all the time (3)

Continuation of (1) and (2).



Maintaining leadership in disapproval, ahead of foreign-born Obama and sleepy Joe.


Improving disapproval in all domains even in his talismanic domain, the deportation of illegal immigrants.

I suspect disapproval is spreading among believers who, after listening for many months to their priests accusing the deep state of hiding pedophile Jeffrey Epstein's client list, are now told by the MAGA shallow state that there is nothing to show for it.

With these rising disapproval ratings, wouldn't it be better for Mr. Trump to also deport voters who disapprove of him?
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17/07/2025

Operação Marquês - uma justiça de opereta numa república dos bananas

300 (trezentos) juízes, 50 (cinquenta) recursos, uma queixa ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, vários crimes já prescritos, um processo com mais de 62 mil (sessenta e duas mil) páginas, incluindo as 6 mil (seis mil) páginas do despacho do Juiz Rosa, em mais de 200 (duzentos) volumes, o equivalente a um décimo dos julgamentos de Nuremberga (de 20/11/1945 a 1/10/1946) onde foram julgados 23 dirigentes nazis.

16/07/2025

¡No Pasarán! passed away and was resurrected elsewhere

Thanks to this comment on my June 22 post about the blog ¡No Pasarán!, which I thought was dead, I learned that it was resurrected in another form and with another name, allegedly because of «Google’s rapacious censorship department», and not as I had imagined due to author finally concluded that continuing to justify MAGA , its ideas and its people was in fact an insult to his and our intelligence. 

I have to confess that I still think that the reason I imagined would be a much better justification for closing the blog.

15/07/2025

Mitos (352) - Criminalidade, os "factos alternativos", as percepções e a realidade

Se o "Relatório do observatório da segurança e defesa" há dias divulgado pela SEDES for credível como parece (pelo que conheço da SEDES, uma instituição independente com 55 anos, vou tomá-lo como tal), há uma acentuada dicotomia entre a percepção da criminalidade tal como os mídia a apresentam e a realidade que as estatísticas sugerem. Citando o sumário executivo do anexo B "Segurança e Insegurança: um paradoxo nacional" do relatório:

«Este estudo foca a perceção da insegurança e a relação desta com a criminalidade existente em Portugal, apresentando contributos para abordar os problemas identificados. É analisado o paradoxo existente entre a diminuição da criminalidade participada em Portugal (-1,3% entre 2000-2024) e um crescimento de 130% nas menções a crimes nas primeiras páginas dos jornais, sendo identificados quatro fatores determinantes para esta realidade. São também identificados quatro problemas que concorrem para este paradoxo, sendo apresentados quatro contributos estruturais que permitem debelar a questão numa abordagem holística, visando alinhar a perceção pública com a realidade criminal, melhorar a confiança nas instituições bem como desenvolver melhores políticas públicas.» 

É interessante verificar que os dados disponíveis sugerem um enviesamento dos mídia que empolam a criminalidade e ao fazê-lo suscitam em certos sectores da opinião pública sentimentos de insegurança e de hostilidade aos imigrantes, a quem é atribuído o suposto aumento da criminalidade, hostilidade que os mídia, onde predominam jornalistas de esquerda, vêm de seguida lamentar e contraditar. Se assim for, é mais uma consequência indesejada de acções do jornalismo de causas que faria as delícias de Robert Merton ou, em português corrente, mais um tiro no pé direito da esquerda.

14/07/2025

Crónica da passagem de um governo (7)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Graças à bazuca e ao turismo, a coisa lá se vai aguentando

Com o atraso habitual da divulgação da informação pelas instituições do Estado sucial, neste caso o INE, ficámos a saber que o ano passado entraram quase 3 turistas por cada residente, os quais dormiram quase 60 milhões de noites e gastaram mais 14% do que no ano anterior. Prevê-se que no final deste ano o turismo represente mais de um quinto (21,5%) do PIB. Aguarda-se um voto de repúdio do Dr. Ventura e do seu partido unipessoal por esta invasão de estrangeiros LGBTI e fumadores de charros.

O ministro admite atraso “vergonhoso” no Ferrovia 2020

Com a ligeireza de quem, por agora, só é responsável por um quinto do atraso de 5 anos do Ferrovia 2020 e dos 37 mil dias de atraso na conclusão de todos os troços, o ministro das Infraestruturas, que desfruta da vantagem de ser muito difícil fazer pior do que o Dr. Pedro Nuno, anterior detentor do cargo, reconheceu em entrevista do Expresso que os atrasos no Ferrovia 2020 são «uma vergonha».

Take Another Plan. O governo AD promete mais do mesmo

Na mesma entrevista, o mesmo ministro Eng. Pinto Luz, não foi tão longe como o Dr. Costa, que tinha admitido privatizar a TAP “na totalidade” depois de a ter renacionalizado oito anos antes, e garantiu que «não estamos a fazer uma privatização de 100% da TAP encapotada» e que a privatização de 49,9% «não será feita a todo o custo».

Com essa garantia o ministro deve ter tipo o aplauso do PS do Dr. Carneiro, por apego à ”propriedade estatal dos meios de produção”, e do Dr. Ventura do Chega, por apego à “soberana nacional” e a uma “companhia de bandeira”, algo que hoje só se encontra no Portugal dos Pequeninos e no caixote de lixo da história. Podem ambos dormir descansados, o que será feito é manter a todo o custo a presença do Estado sucial na TAP injectando-lhe periodicamente fundos. O ministro admitiu ainda o que toda a gente já sabia, que não garante que o Estado receba os 3,2 mil milhões que os governos socialistas lá enterraram. Claro que não, o governo talvez consiga receber um quarto disso pelos 49,9% que pretende vender, uma vez que os 100% valerão pouco mais de metade dos 3,2 mil milhões.

Entretanto, quando se compara o período da privatização da TAP que terminou em 2020, em plena pandemia, com os anos seguintes constatamos que tem menos aviões, menos passageiros, tem praticamente o mesmo número de trabalhadores, e apesar de ter mais receitas continua com resultados miseráveis, apesar da injecção de 3,2 mil milhões.

Quanto ao novo aeroporto de Lisboa, voltámos quase a 1969…

… ano em que foi criado pelo Estado Novo o Gabinete do Novo Aeroporto de Lisboa. Com vários anos de atraso, a ANA está a discutir com o governo a redução a proporções mais realistas do futuro elefante branco, um projecto megalómano que tem como premissa que o futuro será igual ao passado aditivado de um crescimento exponencial da entrada de estrangeiros LGBTI e fumadores de charros.

Por falar em elefantes brancos…

O Banco de Fomento que geriu um sistema de garantia mútua que até ao final de 2020 registou perdas por pagamento de garantias de 880 milhões e desde 2012 até ao ano passado registou perdas de 124 milhões nas cerca de 300 start-ups em que participou, recentemente anunciou a participação numa gigafábrica de Inteligência Artificial” em Sines e agora anuncia poder mobilizar em parceria com o Fundo Europeu de Investimentos (FEI) 6,5 mil milhões de garantias para financiar PME, financiamento que estas sem as garantias não conseguem obter na banca comercial. A minha esperança é que os contribuintes europeus através do FEI nos ajudem a suportar o pesado fardo que resultará de despejar dinheiro em cima de empresas de viabilidade duvidosa.

No Portugal dos Pequeninos o “venture capital” é uma espécie de peditório

Segundo o semanário de reverência, o governo prepara-se para “abrir a porta” às sociedades de capital de risco para usarem o dinheiro parqueado nos fundos de pensões e nos activos que representam provisões das seguradoras para «injectar no ecossistema de inovação nacional perto de €1,4 mil milhões nos próximos anos».

Os “venture capitalists” costumam colocar o seu próprio dinheiro onde colocam a boca, investindo em start-ups e assumindo os respectivos riscos. Neste caso estamos perante um conceito original que a Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI) tenta vender ao governo consistindo em usar o dinheiro dos pensionistas e dos segurados, fazendo aqui o papel de “desventure capitalists”, do dinheiro confiado às empresas de gestão de fundos de pensões e aos seguradores para investir nos projectos onde as sociedades de capital de risco colocam a boca. A minha esperança é que tudo isto não passe do semanário de reverência a lançar o barro da APCRI à parede.

13/07/2025

A escola é para aprender e não para ser endoutrinado

«Se uma escola der instrumentos e ferramentas para estudar e aprender a matemática, as línguas e a história, as ciências naturais e a geografia, a física e a química, ver-se-á rapidamente que os jovens crescem melhor. Se a mesma escola proporcionar aos seus jovens tempos e modos de cultura e artes, de música e de literatura, de pintura e de dança, as famílias depressa ficarão surpreendidas com as capacidades juvenis em desenvolvimento, sem necessidade de doutrina social. Se a escola conseguir organizar visitas de estudo, ateliers de criatividade e meios de expressão, prontamente surgirão resultados inesperados. Se a escola for capaz de ocupar os jovens durante dias inteiros, sem “furos” nem “folgas”, as consequências surpreenderão os pais e os mentores das escolas de valores. Se a escola for ela própria pontual e rigorosa, o seu exemplo será pedagogia maior. A escola tem de acreditar em si, nos seus alunos e nos seus professores, não tem de pregar valores e crenças. A escola deve respeitar a igualdade de todos os cidadãos, não deve fazer propaganda de uma qualquer forma de igualdade em detrimento de outra. A escola não deve promover uma religião, deve apenas respeitar os que professam uma qualquer. A escola tem de ser democrática, não tem de impingir a doutrina democrática.»

Escola de Valores, António Barreto no Público

12/07/2025

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Expliquem isso ao Eng. António Guterres

The UN «was not created in order to bring us to heaven, but in order to save us from hell».

Dag Hammarskjöld, economista e escritor, membro da Academia Sueca, Secretário-Geral das Nações Unidas de 1953 até 1961, ano em que morreu num acidente de aviação em Ndola, Rodésia do Norte (actual Zâmbia)

Does history repeat itself the first time as a tragedy and the second time as a comedy?

«If you’re old enough, you’ve seen this movie: An eccentric billionaire, full of bile and nursing grudges against the incumbent Republican president, wants to create a third major political party and shake up the system.

In 1992, the billionaire was H. Ross Perot, and his vehicle for attacking the incumbent president, George H. W. Bush, was something called the Reform Party. Perot had a few good ideas; he wanted to balance the federal budget, for example, which is never a bad thing. But mostly, he was something of a rich crank who had a vendetta against the Bush family: In one of many strange moments, Perot claimed that his abrupt exit from the race in the summer of 1992 was because Bush had been plotting a smear campaign against his daughter, something for which he never offered proof.

It wasn’t a very good movie, and it certainly didn’t need a reboot, but we might be getting one anyway. Elon Musk has announced the formation of the “America Party,” a new political organization whose main idea is … well, the goal isn’t clear. Musk hasn’t said much about it, other than that it would be dedicated to stopping wasteful government spending. But mostly, his announcement seems dedicated to aggravating President Donald Trump, with whom Musk has had a very public falling out. And Trump is plenty aggravated. “I am saddened to watch Elon Musk go completely ‘off the rails,’ essentially becoming a TRAIN WRECK over the past five weeks,” Trump wrote on his Truth Social site on Sunday, adding that the “one thing Third Parties are good for is the creation of Complete and Total DISRUPTION & CHAOS.”

Trump’s trademark punctuation aside, the president has a point, at least about the possible disruption of the GOP. Even if Musk is serious—and one never knows with planet Earth’s richest jumping jester—the odds of this new party coming into existence are low: Third parties don’t get much traction in the U.S. political system. The chances that it will become a force in American politics are even lower. But if that’s the case, why is Trump so angry? A few days later, perhaps realizing how panicky his initial reaction sounded, Trump changed his tune. “It’ll help us,” he said of Musk’s new party.

And here, Trump is wrong: If Musk creates a new party to appeal to disaffected members of the now-defunct coalition that he, Trump, and some of the MAGA movement all cohabited, such a party—if it has any impact at all—is likely to hurt Republicans more than Democrats. Musk is a deeply unpopular figure in American politics, but what public support he enjoys comes heavily from the GOP itself. For now, he seems to be taking Perot’s approach, rooting the America Party in anger about the bloated and irresponsible One Big Beautiful Bill that Trump and the Republicans squeaked through Congress.

But who’s the audience for this appeal? It’s not big business or economic conservatives; Musk’s record as a business leader has taken a major hit, and those groups have already thrown in their lot with Trump and the GOP. It’s not the national-security Republicans, who know that Musk is no better than the fringiest and most isolationist Trumpers when it comes to foreign affairs. It’s certainly not the Never Trumpers, who, if Musk even wanted their support in the first place, would never forget his sycophantic embrace of Trump.

The real worry for Republicans is that Musk will peel off small numbers of people in two groups, both of them important to Trump’s grip on Capitol Hill. One group consists of swing voters who don’t much like Trump but who have stayed with him for various reasons; Musk might be able to get them pumped up about another celebrity movement. They could be swayed by Musk’s supposed anger about budgets the same way some of them bought into arguments about egg prices and inflation, allowing Musk’s candidates to shave away a few points here and there from the GOP.

But more worrisome to the Republicans is that Musk will corner the crackpot vote.

10/07/2025

A vida de alguns devotos da Trumpologia não é fácil

Até agora identifiquei três espécies principais de adeptos da Trumpologia: (1) os devotos com limitada capacidade de elaboração mental que acreditam em qualquer treta debitada pelo objecto da sua devoção e constituem provavelmente a maior parte dos eleitores americanos de Donald Trump e dos seus admiradores no estrangeiro; (2) os adeptos providos de capacidade média de elaboração mental, e em certos casos até acima da média, que por isso se apressam a elaborar justificações dos discursos e das acções do Sr. Trump e (3) os cínicos e realistas para quem o Sr. Trump é apenas o veículo possível para adoptar algumas políticas da sua conveniência, grupo onde podemos encontrar a maioria dos tecnogarcas e outros oportunistas que parasitam a Trumpologia.

Baseada numa espécie de credo quia absurdum, a vida para os primeiros é fácil (*) e, por razões diferentes, também é fácil para os terceiros ou pelo menos é fácil até ao ponto em que as acções do Sr. Trump atropelam os seus interesses e, mais raramente, as suas ideias.

Difícil é a vida dos segundos, nos quais podemos incluir as figuras da direita liberal ou conservadora doméstica, constantemente sobre pressão para darem o melhor dos seus intelectos para justificar com um módico de racionalidade discursos e acções contraditórias, sem lhes ocorrer que com um cinismo comparável ao dos tecnogarcas americanos poderiam invocar o princípio Amicus meus, inimicus inimici mei (Mateus 17:22-23) e dispensarem-se de contorcionismo, na melhor hipótese, ou patetice, na pior.  

Poderia dar inúmeros exemplos, desde as "tarifas" que mudam todos os dias às políticas orçamentais, mas vou apenas citar os dois mais recentes relacionados com a invasão da Ucrânia: depois de ter exibido várias demonstrações de apreço e compreensão, o Sr. Trump criticou duramente o Sr. Putin pelas tretas com que ele desde sempre o vem enrolando e, menos de uma semana depois de ter sido inesperadamente suspensa a entrega de armas à Ucrânia, foi inesperadamente retomada.

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(*) A Economist identifica como «um dos superpoderes de Donald Trump (...) dizer algo em um momento, contradizer no próximo e convencer a maioria dos fiéis do MAGA de que ele nunca mudou sua posição». A meu ver, engana-se ao atribuir aos supostos superpoderes do Sr. Trump o que não passa de uma consequência da limitada capacidade de elaboração mental da maioria dos fiéis, ou, no caso da minoria, de uma impulso irreprimível de justificar essas acções contraditórias por falta de coragem de invocar o princípio bíblico.

09/07/2025

A saúde em Portugal. Desfazendo algumas ideias feitas (3)

[Continuação de (1) e (2)]

FALÁCIA: A resposta à pandemia de Covid-19 foi muito afectada pela falta de todos os profissionais de saúde disseram as autoridades portuguesas à OECD, como se pode ver no quadro seguinte.


FACTO: Já vimos que em termos comparativos Portugal é o país europeu que mais aumentou o número de médicos por mil habitantes nos últimos 20 anos e actualmente é o segundo país da Europa com mais médicos. Por isso, o problema não foi a falta de recursos, foi a falta de competência na gestão desses recursos.

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Fonte: Health at a Glance: Europe 2024, OECD, Nov 2024

08/07/2025

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (64)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

Take Another Plan. Isto é um caso de polícia

Decorrido mais de um ano do Dr. Pedro Nuno ter saído de cima da TAP, ainda se fazem sentir os efeitos da sua gestão. Em 2016 a TAP contraiu um empréstimo obrigacionista à Azul, seu accionista de então, e à Parpública, seu accionista de sempre, empréstimo que até hoje não foi liquidado cujo pagamento a Azul reclama em tribunal e a Parpública considerou irrecuperável

Entretanto, ficaram a conhecer-se ilegalidades em duas dezenas de contratos assinados por Mme Ourmières-Widener e pelo seu sucessor Dr. Luís Rodrigues, no total de centenas de milhões de euros que não foram submetidos à fiscalização prévia do TdC

Ainda assim, isso são miudezas face à brutalidade do facto de a TAP valer actualmente pouco mais de metade dos 3,2 mil milhões de euros injectados pelos governos socialistas.

O socialismo afecta as meninges até dos socialistas providos de um módico de senso comum

O Dr. Carneiro, actual líder do PS acusou «os partidos da direita (que) estão concentrados em matérias que não são as que preocupam as pessoas» apresentando ao parlamento propostas sem interesse para o povinho. O Dr. Carneiro não explicou se nessas propostas ele inclui os temas da imigração e da redução de impostos, por exemplo.

Para um autarca socialista os privados são uns patetas e o Estado central uma vaca leiteira

O Dr. Pizarro, ex-ministro da Saúde do Dr. Costa, actualmente candidato à presidência da câmara do Porto, prometeu um programa de construção de 5.000 fogos em regime de renda moderada entre 300 e 800 euros para o que conta com 650 milhões de euros dos “privados” assegurando a câmara «metade dos 62,5 milhões do custo anual das rendas, esperando receber o remanescente do Estado». Em suma, o Dr. Pizarro propõe-se como presidente de uma câmara, que tem um orçamento de despesas de capital de 127 milhões, que os “privados” invistam 650 milhões em habitações de renda “social” e o Estado central pague parte das rendas.

Para a CP ser lucrativa só é preciso aumentar os subsídios

Relembro que o Dr. Pedro Nuno, ministro das Infraestruturas de então e ex-líder do PS de hoje, celebrou os lucros da CP de 9,2 milhões em 2022 autoelogiando-se pelo “conseguimento” à custa de 2,3 mil milhões de subsídios de exploração. Como nos anos seguintes os subsídios de exploração não foram suficientes os “lucros” de 2023 baixaram para 3,6 milhões, os lucros de 2024 baixaram para 1,8 milhões e o investimento em 2024 foi pouco mais de um quinto do previsto.

07/07/2025

Crónica da passagem de um governo (6)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Agora é oficial. A reforma do Estado sucial, se existir, consistirá em alivar o stress dos funcionários públicos

O Dr. Saraiva Matias, ministro da Reforma do Estado, declarou que o governo está «a trabalhar numa reforma administrativa assente na simplificação, digitalização, articulação e responsabilização, não para reduzir o Estado, mas para fortalecer a sua relevância e legitimidade».

Quando se sabe que o Dr. Costa transformou os 655 mil funcionários públicos que recebeu do Dr. Passos Coelho em mais de 740 mil, incluindo cerca de 16 mil “chefes” cujo número aumentou 45%, devemos ficar pré-ocupados com o propósito do Dr. Matias de não reduzir o zingarelho que consome mais de 40% do PIB.

E também devemos ficar pré-ocupados com a “gigafábrica de Inteligência Artificial” em Sines

Não porque a ideia seja estúpida, mas porque quem está a apostar nela é o Banco Português de Fomento que já entregou a candidatura para o financiamento pelos contribuintes europeus. Juntar os fundos europeus e uma entidade várias vezes anunciada para as «próximas semanas», sucedendo a um banco de fomento que fora privatizado por um governo PS, tinha ressuscitado em 2018 e segundo o Dr. Siza já estava criado em Janeiro de 2020 e só viu a luz do dia em 2021, que geriu um sistema de garantia mútua que até ao final de 2020 registou perdas por pagamento de garantias de 881,08 milhões.e desde 2012 até ao ano passado registou perdas de 124 milhões nas cerca de 300 startups em que participou, constitui a receita perfeita para o desastre.

O Dr. Montenegro também acredita que «pagar a dívida é ideia de criança»?

A dúvida justifica-se porque num contexto internacional de volatilidade significativa os governos AD estão a aumentar o endividamento do Estado que em valor absoluto desde o início do ano passado cresceu de 226,7 para 284,5 mil milhões e desde o início do ano o rácio dívida/PIB cresceu 5,1 pontos percentuais.

O Dr. Montenegro quer continuar a política de extorsão fiscal do Dr. Costa?

Depois de ter aumentado no ano passado 0,1 pontos percentuais para 35,6%, o governo prepara-se para aumentar a carga fiscal novamente. É o resultado inevitável da receita fiscal ter aumentado até Maio 13,2% face ao ano passado, muito acima do aumento nominal do PIB.

Insanidade é continuar a fazer o mesmo e esperar resultados diferentes

Já se sabia que no 1.º trimestre o Índice de Preços da Habitação cresceu em termos homólogos 4,7 pontos percentuais e agora ficou a saber-se que o número de novos contratos diminuiu 10,4%. Como habitualmente, na falta de dados fiáveis, discute-se filosoficamente se foi por causa do aumento da procura de novas habitação para compra devido ao Crédito Jovem, se foi a deslocação do mercado tradicional para o arrendamento de curta duração ou outra qualquer. O que se sabe é que 70% dos portugueses têm a sua casinha o que tem como consequência uma notável imobilidade devido aos imóveis a adicionar à imobilidade cultural da mão-de-obra com dificuldade de se mover para onde há oportunidades de trabalho porque, como dizia o saudoso Belmiro de Azevedo, os empregos não nascem ao pé de casa.

Os portugueses «vão ter razões para confiar no SNS»

mais liberdade

Sendo certo que os governos socialistas do Dr. Costa fizeram um notável trabalho de aumentar as listas de espera como gráfico mostra, o governo do Dr. Montenegro ainda não nos deu razões para confiar no SNS. Apesar dos seus planos para reduzir os tempos de espera das cirurgias, o número de "utentes" na lista em Maio é praticamente o mesmo de Novembro.

06/07/2025

Truth comes out in anger or with friends like these, who needs enemies? (3) - A new party is born fathered by an old star, the former first buddy

[Other Who needs enemies?]

The emergence of Homo interneticus

Erasmo Amato

In 2004 Michael H. Goldhaber published the essay "The mentality of Homo interneticus: Some Ongian postulates" (*) anticipating that the Internet would create a new type of human being, the Homo interneticus that would succeed Homo sapiens vulgaris. Due to the excessive use of the Internet, the Homo interneticus would have his mind altered by the constant dispute for his attention and would lose the notion of time and space.

Goldhaber's essay, from which I have extracted the following excerpt, proved to be prescient and sheds some light on the intense struggles between the tribes that follow the various most extreme and exacerbated ideologies that fill the internet space today.

«Without notable clues to a particular identity being provided by how one was raised, being cast in a sea of ten billion or so rough and directionless equals would be too much of a challenge. A floating spar — or several — must be found to cling to. H. interneticus tends towards community on the basis not of birth so much as of what feels like commonality — tasks and goals inspired by those who resonate with one — whether from some inner, possibly inchoate sense of being, a chance encounter, a shared bit of history, an aptitude that finds use, an almost arbitrary predilection or just a desire for meaning, connection or focus. These Internet communities are unshackled by space, unbounded by borders, though probably dominated by a rough version of the English language. Like any community, their enfoldings multiply through use and mutual familiarity, providing what remains of the dimension of time.

If the printed book first helped bind the world of European science and scholarship through the universal use of learned Latin [13], that language was comprehensible only to an elite — and male — few. As booksellers ought a wider market, they helped propel vernacular tongues into standardized, written and printed form. New feelings of nationality were thus brought into being, further aided by the desire for those literate in each "tongue" to have access to professions such as law and to government positions. So arose the drive for "national self–determination," meritocracy and even democracy.

Where stands H. interneticus when it comes to nationalism and electoral democracy? As an inevitable member of multiple global communities, on the whole she finds the pull of any particular nationality waning, especially insofar as nationalism implies loyalty to a particular government and its actions. If an Internet community happens to veer in some undesirable direction, it is easy to secede and start a new one with other dissidents, and in next to no time. By contrast electoral politics and representative democracy is achingly slow and unreliable, necessitating compromise and often leaving one agonizing in opposition for year upon year. H. interneticus has no sense of the future — no tolerance, that is, for waiting. Change should occur right now, instantaneously.

But what of the real, material world? Internet community formation might be an adequate substitute for representative democracy in the world of the Internet itself, but how can environmental issues, poverty, war, violent crime, terrorism, medical care, and on and on, be dealt with just by changing the subject? My guess is that to a first approximation the answer is that, for H. interneticus, cyberspace is most of the real world, and the rest is an appendage of it. If anything is to be done about global warming, for example, it will be through communities coalescing on the Internet and then taking a variety of actions ranging from developing alternative modes of transport (or dispensing with it in favor of heightened use of the net to replace travel and shipping alike) to direct action powerful enough that governments and corporations will have little choice but to acquiesce.

As Internet communities proliferate and interweave they will take on more and more of the functions now more or less the monopoly of government and business alike. It isn’t much of a stretch to visualize the Internet successes such as Google, e–Bay and Amazon gradually being replaced by open source distributed processing just as Napster was by Gnutella. From there it is not much of a further stretch to imagine the transformation of all kinds of organizations into distributed Internet versions.»

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(*) The term "Ongian" evokes Walter J. Ong, the American Jesuit priest and professor of English literature,  who studied how the transition from orality to literacy influenced culture and changed human consciousness.

05/07/2025

A saúde em Portugal. Desfazendo algumas ideias feitas (2)

[Continuação de (1)]

FALÁCIA: Há um excesso de médicos especialistas em Portugal.

FACTO: A proporção de médicos especialistas em Portugal é 20 pontos percentuais abaixo da média e a terceira mais baixa da EU26. 

Registe-se que no SNS em Portugal só 30% dos médicos chamados de família ("General practitioners") trabalham nos centros de saúde ("primary care"), os restantes exercem em hospitais públicos. Provavelmente isso explicará pelo menos uma parte dos 1,7 milhão de utentes sem médico de família.

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Fonte: Health at a Glance: Europe 2024, OECD, Nov 2024

04/07/2025

Dúvidas (353) - Alguém pode explicar?

Alguém pode explicar a razão do julgamento do Caso Marquês que envolve o Eng. Sócrates, preso em 11 de Setembro de 2001 por suspeita de umas dezenas de crimes cometidos durante o exercício de um cargo público, se arrastou desde então até ontem, em contraste a com a acção proposta pelos "Anjos", um grupo musical pimba que reclama à humorista Joana Marques, que ironizou com a execução pelo grupo do hino nacional, uma indemnização de um milhão de euros por danos causados à sua reputação com consequências que alegadamente reduziram o seu cachet nos espectáculos seguintes?

03/07/2025

O título do Jornal Eco parece mais um título de um jornaleco, que é como quem diz de um pasquim, e o governo do Dr. Montenegro parece o do Dr. Costa

Jornal Eco

Comentando a chusma de notícias nos jornais de ontem com títulos semelhantes ao acima, precisamente como aconteceu há dois anos nesta altura, reproduzo o post que então dediquei a esta demonstração de ignorância e má fé:
É uma espécie de mimetismo. Às 23.30 de quinta-feira o jornal Negócios dá a "notícia" de que a «portaria de condições do trabalho para trabalhadores administrativos, é assinada por oito ministros, e decide de forma administrativa os salários mínimos que se aplicam potencialmente a 94 mil trabalhadores que não estão cobertos por negociação» e quase todos os outros a repetem com títulos praticamente iguais que induzem nas meninges dos leitores que o governo irá pagar do bolso dos seus ministros a quase 100 mil trabalhadores do "privado", como eles dizem.

Ninguém explica e contextualiza a "notícia", esclarecendo que estamos perante um expediente chamado "portarias de extensão", pelo qual os contratos colectivos negociados pelos sindicatos (controlados pelo PCP) que representam 10% dos trabalhadores têm influenciado 90% dos contratos de trabalho, em empresas e sectores sem condições para pagarem a bitola das maiores empresas e continuarem competitivas. Por esta via, a concertação social tem tido principalmente o papel de defender os «direitos adquiridos» das corporações empresariais e sindicais, aumentar o desemprego e assim manter o statu quo.

Em Outubro de 2012, por pressão da troika, as portarias de extensões passaram a ter um alcance mais limitado que foi resposto em Abril de 2014.

02/07/2025

Truth comes out in anger or with friends like these, who needs enemies? (2)

[Sequel of this post]


I can hardly imagine the dilemma MAGA devotees are facing, torn between two allegiances and which one is the more insane. And yet all of this was predictable, because MAGA is an opportunistic alliance based on contradictory ideas and policies between a vanishing working class stranded in an imagined glorious past, isolationist nativists, and billionaire tech barons obsessed with power and greed who pretend to believe the bullshit of ideologues, led by a pathological narcissist.

01/07/2025

Portugal Desventures. O Estado sucial a tentar fazer de cada startup uma CP (3)

[Continuação de (1) e (2)]

Escrevi no post anterior que os apparatchiks sentados na Portugal Ventures só por milagre teriam o know-how para avaliar riscos, anteciparem hipotéticos futuros sucessos e detectarem potenciais unicórnios enquanto apostam o dinheiro dos contribuintes e certamente não têm incentivo indispensável dos venture capitalists que arriscam o seu dinheiro nas empresas em que apostam. 

Para quem tivesse dúvidas que não há milagres nestas matérias, Virgílio Bento, cofundador da Sword Health, uma das poucas start-ups de portugueses que alcançou reconhecimento internacional com sede no Utah, USA, e escritórios no Reino Unido, que desistiu de fazer um trabalho com o sistema do INEM descrito como «obsoleto, frágil, assustado», referiu-se em entrevista ao Expresso aos apparatchiks da Portugal Ventures como «as pessoas (...) do topo até cá em baixo de uma incompetência atroz. É muito difícil discutir o potencial de uma empresa com alguém que é completamente ignorante».

Quanto às decisões de investimento da Portugal Ventures, Virgílio Bento explica que são os «Amigos. Há muitos exemplos desses. Se era um professor universitário a liderar essa empresa. A questão do pedigree. Nenhum deles estava ligado com o potencial de sucesso da startup.»

30/06/2025

Crónica da passagem de um governo (5)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
E de repente passámos da bagunça socialista para um rigoroso regime de imigração

Talvez eu deva começar por lembrar que quem preza a liberdade não tem por princípio restringir a mobilidade das pessoas e em consequência limitar as migrações. Ainda assim, se quem preza a liberdade não for estúpido, percebe que, infelizmente, essa visão não é partilhada por uma fracção significativa dos outros cidadãos cujas opiniões, obsessões e delírios de grandeza nacional têm de ser consideradas para preservar um mínimo de coesão social num Estado-nação ou mesmo, nos casos mais desesperados, evitar uma guerra civil. E também porque, infelizmente, não se pode esperar que a reduzida inteligência dos vários nativismos entenda que num país envelhecido e pouco dado a trabalhos pesados a imigração é indispensável. De onde, as migrações têm de ser reguladas atendendo a essas opiniões, obsessões e delírios, o que significa que o regime de imigração tem de ser feito à medida desse Estado-nação e das opiniões, obsessões e delírios dos seus nacionais.

Esclarecido isto, parece-me um exagero que da bagunça migratória criada pelo Dr. Costa se passe a um regime que é um dos mais exigentes da Óropa para um imigrante adquirir a nacionalidade portuguesa.

E de repente o Programa Reforçar evaporou-se

Em Abril o Dr. Pedro Reis, anterior ministro da Economia, apresentou o Programa Reforçar. Ninguém nunca saberá se poderia ter tido ou não êxito porque dois meses depois o ministro foi embora e o programa desapareceu sem uma única explicação. Juntando o insulto à injúria, o governo demitiu o presidente do IAPMEI um ano depois de o ter nomeado, por coincidência no mesmo dia que o Dr. Arroja publicou um artigo onde expunha a suas ideias sobre «Portugal como plataforma global de investimento e negócios».

Sei que no Portugal dos Pequeninos se prezam os subsídios, mas não será um exagero?

mais liberdade

Ele é o subsídio de férias, ele é o subsídio de Natal, ele é o subsídio de alimentação, ele é o subsídio de deslocação, ele são as diuturnidades, ele são… A coisa é tão viciante que quase todos os tugas imaginam que esta é a regra do resto do mundo que as mais das vezes tem um salário e pronto. Ora aqui está uma ideia para uma reforma das leis do trabalho, não se desse o caso de.

Sei que o Portugal dos Pequeninos tem uma dependência dos fundos da Óropa, mas não será um exagero?

mais liberdade

É outra coisa tão ou mais viciante do que os subsídios dos contratos de trabalho, neste caso pagos pelos contribuintes europeus e gostosamente desperdiçados pelos nativos. Ora aqui está mais uma ideia para uma reforma do Estado-sucial, não se desse o caso de.

Sinais de encrenca pela frente

Nas últimas duas décadas a taxa de poupança das famílias foi geralmente metade da média da UE. O ano passado superou os 10% graças à bazuca e aproximou-se da média europeia (14%). Talvez seja sol de pouca dura porque no 1.º trimestre deste ano caiu 0,1% e o consumo final aumentou 0,9%.

Enquanto isso, o endividamento da economia (dívida total das famílias, das empresas e do Estado) atingiu em Abril um novo recorde de 829,5 mil milhões de euros, sobretudo devido à dívida do Estado que cresceu 4,4 mil milhões e a capacidade de financiamento da economia (directamente resultante do saldo da balança de transações correntes e de capital) desceu 0,6 pontos percentuais no 1.º trimestre para 2,2% do PIB.

Insanidade é continuar a fazer o mesmo e esperar resultados diferentes

Segundo o INE, no 1.º trimestre o Índice de Preços da Habitação cresceu em termos homólogos 4,7 pontos percentuais. E continuará a crescer porque as leis da oferta e da procura não são se alteram no Diário da República e a procura continua a ser estimulada.


29/06/2025

A saúde em Portugal. Desfazendo algumas ideias feitas (1)

FALÁCIA: A saúde em Portugal não funciona bem porque há falta de médicos.

FACTO: Portugal é o país europeu que mais aumentou o número de médicos por mil habitantes nos últimos 20 anos e actualmente é o segundo país da Europa com mais médicos.

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Fonte: Health at a Glance: Europe 2024,  OECD, Nov 2024

28/06/2025

Is Donald Trump a liar or a bullshiter?

«We’re going to become so rich, you’re not gonna know
where to spend all that money. I’m telling you—just watch!
»

Is Donald Trump a liar or a bullshiter?, that's the question in the Harry Frankfurt sense (About the bullshit).

«The press takes it literally, but not seriously; its supporters take it seriously, but not literally», Salena Zito wrote provocatively nine years ago in The Atlantic.

26/06/2025

CASE STUDY: Democracias defeituosas (6) - Mais do que defeito, continua a ser feitio

Quando publiquei o post anterior (Democracias defeituosas (5) - Mais do que defeito, continua a ser feitio) não tinha ainda tido acesso ao relatório completo com informação específica sobre a democracia portuguesa.

Por exemplo, não tinha relevado que o Portugal do governo PS, classificado como “flawed democracy” em 2023, melhorou com o governo AD para “full democracy” e foi o terceiro país com maior upgrade do índice.


Melhoria que a The Economist Intelligence Unit descreveu assim:
«Portugal foi promovido a "democracia plena" no Índice de Democracia de 2024, subindo oito posições no ranking global, alcançando a 23ª posição. A pontuação de Portugal melhorou de 7,75 em 2023 para 8,08 em 2024, impulsionada por melhorias nas categorias de funcionamento do governo e cultura política. O país foi despromovido para uma "democracia falhada" em 2011 e recuperou o estatuto de "democracia plena" em 2019. No entanto, as limitações à liberdade individual resultantes da pandemia de covid-19 fizeram com que Portugal fosse novamente despromovido para uma "democracia falhada" em 2020. A pontuação do indicador que avalia o grau em que os cidadãos portugueses acreditam que a democracia é boa para a economia, com base nos dados do World Values ​​Survey (WVS), melhorou de 0,5 para 1 em 2024. Os dados da WVS sugerem que uma maior parte da população acredita agora que um sistema democrático forte é também benéfico para o desempenho económico.»


No final, não há grandes motivos para celebrações porque o Portugal dos Pequeninos ficou no penúltimo lugar das "democracias plenas" numa lista de 25 países liderada pela Noruega, seguida da Nova Zelândia`, ex aequo com a República Checa e apenas à frente da Grécia.

25/06/2025

You can't fool all of the people all the time (2)

Continuation of this post.


Source (YouGov)

More unpopular than the foreign-born Obama (so Mr. Trump said) and even more unpopular than sleepy Joe.

Source (YouGov)

A portion of middle-aged, low-educated white men have yet to see the full picture.

Source

Voters in the swing states that secured Mr. Trump’s election are starting to take notice.

24/06/2025

Mitos (351) - O contrário do dogma do aquecimento global (XXXIII) - Pero que las hay, las hay

Outros posts desta série

Em retrospectiva: que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os outros – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.

Nós aqui fazemos o possível para não ficar entalados entre o ruído da histeria climática que levada às suas últimas consequências conclui que o homo sapiens sapiens tem de ser erradicado para salvar o planeta, e o ruído das teorias da conspiração que consideram que o único problema sério com o ambiente é a histeria climática.

Os gráficos seguintes que foram produzidos pela Economist no princípio do ano mostram que dos dados disponíveis temos de concluir que com toda a probabilidade está em curso um processo de aquecimento global. 


Quais as causas e quais os remédios, se isso é um problema e quais as soluções, é uma outra estória. Não vamos entrar por aí para não acrescentar ruído à discussão.

23/06/2025

Crónica da passagem de um governo (4)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Programa já temos. Execução logo se vê

Rejeitada com os votos contra da AD, IL, PS, Chega e JPP a moção que os comunistas por dever de ofício apresentaram e a Dr. Mortágua e os rapazes do Dr. Tavares aprovaram, o programa do governo lá passou no parlamento, incorporando 80 medidas de outros partidos e outras medidas que, segundo o semanário de reverência, estavam escondidas.

Entre as medidas do programa temos as habituais e o governo a garantir que até 2029 pretende subir o salário mínimo para os €1.100 e salário médio para €2.000, como se todos os trabalhadores do Portugal dos Pequeninos tivessem o governo como entidade patronal, ao mesmo tempo que nada diz sobre as medidas que esse mesmo governo deveria tomar para que a produtividade aumentasse permitindo pagar esses salários. A não ser que o governo imagine que tornar legal a compra de férias pelos trabalhadores irá produzir esse milagre.

Se «reformar o Estado não é cortar nem despedir», será engordar?

Foi o que disse no parlamento o Dr. Hugo Soares, líder parlamentar do PSD. Recordemos que em 2013, o governo do Dr. Passos Coelho, que herdou 730 mil funcionários do governo socialista do Eng. Sócrates, reduziu os efectivos para 655 mil funcionários e o Dr. Costa os fez crescer para 750 mil e agora já são 760 mil, que fazem mais ou menos a mesma coisa que os 655 mil. Inclino-me para que a reforma do Estado sucial segundo a AD seja mesmo para o engordar, como sugere uma das medidas que o Dr. Montenegro salientou embalado pelo air du temps que o Chega inaugurou: contratar mais 1.500 polícias (para se contextualizar esta medida leia-se a série de posts Vivemos num estado policial?

O PRR é um programa para converter o Estado sucial num senhorio?

Para quem pensa que «o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é um programa de aplicação nacional, com um período de execução até 2026, que visa implementar um conjunto de reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado, após a pandemia, reforçando o objetivo de convergência com a Europa, ao longo da próxima década», pense outra vez. Com 3,2 mil milhões de uros destinados à habitação ou 14% do total dos fundos, o PRR parece ser sobretudo um programa para desenvolver a habitação pública de onde, imaginarão as luminárias, a produtividade do trabalho aumentaria e a convergência para a Óropa estaria garantida.

Hoje há, amanhã não sabemos. Depois logo se vê

Em contramão com o optimismo do governo, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) alertou para os «riscos significativos» da sustentabilidade da dívida. Na mesma linha, o Conselho de Finanças Públicas, classifica a política orçamental em 2024 de expansionista e contracíclica, com as despesas fixas com pessoal a aumentarem 0,2% do PIB num contexto de incerteza ou mesmo de provável deterioração económica.

Em contrapartida, o investimento público continua anémico e na sua quase totalidade (90% contra a média da UE de 14%) financiado pelos fundos europeus. Enquanto isso a poupança interna que poderia financiar o investimento continua insuficiente, ou seja, vivemos como se não houvesse amanhã a gastar as poupanças que não temos e as poupanças dos contribuintes europeus.

A coisa só não se afundou exclusivamente pela grana da bazuca e o turismo. A primeira tem o fim à vista e o segundo tem um grau de volatilidade muito grande (apenas um terço da hotelaria tem reservas superiores a 50%) e, apesar dele, o excedente externo atinge em Abril metade do valor de Abril do ano passado.

A morte pode adiar-se, aos impostos não se pode fugir

É por isso que a esperança de vida continua a aumentar, e, apesar das reduções do IRS para eleitor ver, a carga fiscal voltou a aumentar no ano passado 0,1 pontos percentuais para 35,6%.

22/06/2025

Read my lips

«We’re uniting forces to end the endless foreign wars.»

«I will have that war settled between Putin and Zelenskyy.»

«When I’m back in the White House, we will expel the warmongers, the profiteers … and we will restore world peace.»

«I ended wars.»

«My proudest legacy will be that of a peacemaker and unifier.»

(Souce)

¡No Pasarán! passed away

I discovered the blog Merde in France in 2003, if I'm not mistaken, and I mentioned it for the first time here. The blogger was an American living in France with whom I shared some ideas, which is why I included his blog on my short list, and he did the same.

A few years later, the blog was closed and replaced by the blog ¡No Pasarán!, apparently because its author returned to the US. A few more years passed and ¡No Pasarán! converted to MAGA and I stopped following it regularly, although it remained on my list of blogs. Reading it became increasingly painful because an intelligent person justified stupid ideas and promoted people who defended those ideas, although more recently with visible reluctance and therefore focused more on attacking MAGA's enemies than on defending its followers.

I discovered a few days ago that, after two or three weeks without posting anything, ¡No Pasarán! was removed from Blogspot and I dare to think that its author finally concluded that continuing to justify MAGA , its ideas and its people was in fact an insult to his and our intelligence.