Já aqui tinha feito uma referência ao "Amália", um «LLM português», à época ainda por baptizar, que o Dr. Luís Montenegro anunciou com pompa e circunstância durante a Web Summit com o propósito de «inovarmos em português, preservando o nosso idioma e utilizando a nossa cultura ao serviço da inovação». Para além do facto de provavelmente não dever ser classificado como um LLM, e ser um ou vários domain-specific models dos quais já existem milhares, duvidei desde logo se algum dia veríamos tal modelo.
O LLM português que chegou a estar previsto para estar pronto no primeiro trimestre de 2025 «partiria de uma base em open source já existente, o Tower LLM, da Unbabel». Três meses depois a task force que estava a desenvolver o Amália anunciou que o seu mandato seria até ao final de 2028.
Ora acontece que a Unbabel, uma start-up portuguesa dedicada à tradução, que já então estava em dificuldades, provavelmente viu no "Amália" uma tábua de salvação e através dos lóbis do costume chegou até ao ouvido do Dr. Montenegro, tem nesta altura «os dias contados» e está a tentar ser comprada. Daí que sem nenhuma surpresa ter sido agora anunciado que o «projecto tem respeitado o calendário do Governo, mas só deverá ser público em 2026, contrariando expectativas». Calendário? Qual calendário? Expectativas? Quais expectativas? Não certamente as minhas que não sou dado ao wishful thinking e tenho agora reforçada a mesma dúvida que tinha quando tudo começou: algum dia veremos tal modelo?
Sem comentários:
Enviar um comentário