Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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20/06/2023

Semanário de Bordo da Nau Catrineta comandada pelo Dr. Costa no caminho para o socialismo (71b)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa». Outras edições do Semanário de Bordo.

(Continuação de 71a)

Jobs for the boys, a endogamia socialista

Já aqui escrevemos várias vezes que o governo do Dr. Costa desvirtuou completamente a CReSAP, criada pelo governo PSD-CDS para fazer escolhas com base na competência. Mais um exemplo: o novo presidente do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana é o chefe de gabinete da ministra da Habitação Dr.ª Marina Gonçalves, que por sua vez foi chefe de gabinete do Dr. Pedro Nuno nas suas diversas encarnações de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e de ministro das Infraestruturas e da Habitação.

O que faz correr o Dr. Centeno, com centenas de aparições nos mídia?

Quem esperava que o Dr. Centeno ficasse sossegado e em repouso no BdP terá ficado decepcionado porque a criatura desde então está sempre a falar sobre tudo e mais alguma coisa, rivalizando com o Dr. Marcelo, o que não é dizer pouco. Só nos últimos 5 dias úteis a pesquisa Google de notícias credita ao Dr. Centeno uma centena de declarações.

Choque da realidade com o Mais Habitação

No 1.º trimestre os números de edifícios com licença de utilização e dos concluídos diminuiu 10,9% e 2,9%, respectivamente, em relação ao 1.º trimestre do ano passado.

De volta ao velho normal

Apesar da subida das taxas de juro, o crédito ao consumo no 1.º trimestre atingiu o valor mais alto desde 2013.

Cada vez mais distantes da Óropa e dos outros. Na “protividade” e no resto

Expresso


As notícias de que economia está a ir muito bem, são manifestamente exageradas

Apesar das legiões de turistas, as perspectivas de crescimento do 2.º trimestre são pouco animadoras – até o semanário de reverência titula na 1.ª página «Economia trava fundo no 2.º trimestre». A propósito dos «excelentes» 2,5% de crescimento no 1.º trimestre, o governo antes de se felicitar deveria fazer contas para verificar qual foi o (de)crescimento do resto da economia se abatermos o crescimento pletórico de 41% do turismo que representa cerca de 8% do PIB o que, só por si, deveria gerar um crescimento superior a 3%. E deveria olhar também para o investimento em volume que caiu 6,1% no 1.º trimestre.

E, já agora, deveria olhar para as exportações em quantidade até Abril que estão a diminuir e só subiram em valor porque o preço unitário ainda aumenta devida à inflação.

A geração mais bem-educada de sempre arrisca-se a ser a geração mais mal paga de sempre

Expresso

A diferença de salários dos jovens portugueses com ensino superior face aos jovens com ensino secundário desceu de cerca de 50% em 2011 para 27% em 2022. Comprometido pelos factos, o mito que da banalização dos diplomas universitários nasce o desenvolvimento do Portugal dos Pequeninos, os factos estão em vias de questionar a prática de que do diploma nasce um melhor salário.

«A educação é a nossa paixão» . Talvez devêssemos implorar ao Dr. Costa que odiasse a educação

No ranking das notas dos exames do 9.º ano encontramos a escola pública mais bem classificada em 31.º lugar e encontramos apenas duas escolas públicas nos primeiros 50 lugares. Nos exames finais do ensino secundário a escola pública melhor classificada não passou do 40.º lugar e encontramos apenas 3 escolas públicas nos primeiros 50 lugares (fonte). Cada vez mais as famílias com posses inscrevem os seus filhos nas escolas privadas, reduzindo ainda mais a já reduzida mobilidade social. É uma demonstração prática do teorema socialista que nos diz que quanto mais facilitamos o ensino para “ajudar” os pobres mais difícil fica para os pobres apanharem o elevador social que tem poucos lugares e quase todos ocupados pelo esperma sortudo.

1 comentário:

O Espartano disse...

Eu admiro-me como a Fenprof, Ministério da Educação, e quejandos têm aguentado este enxovalho anual. Numa sociedade que promove desalmadamente a "igualdade", é certo que, mais ano, menos ano, o ranking acabará por ser proibido. Vai uma aposta?