Depois duma década (pelo menos desde a rebentar da bolha das TI) a manter as taxas de juro abaixo ou a roçar a inflação, alimentando o crédito fácil e barato e a bolha imobiliária, o FED não encontra outro remédio que não seja voltar a alimentar a inflação, desta vez injectando dinheiro para salvar o Freddie Mac e a Fannie Mae e agora a AIG («a world leader in insurance and financial services«, como eles se definem), com proveitos de USD 110 mil milhões e activos em 2007 que ultrapassavam USD 1 bilião (no sistema métrico, ou seja USD 1.000.000.000.000, cerca de 4 vezes o PIB português).
A falência da AIG, um operador financeiro global presente em mais de 130 países, provocaria um tsunami em todos os mercados financeiros, muito mais intenso do que o do Freddie Mac e a Fannie Mae juntos, geraria o pânico, a perda de confiança irremediável nos mercados financeiros e daria o impulso que falta para uma recessão mundial. Por muito que os liberais façam declarações doutrinárias grandiloquentes, é óbvio que o FED teria que intervir na AIG. E a forma como interveio (comprou 80% do capital que venderá mais tarde, deixando os accionistas com 1/4 do capital ao preço de 100%) foi a menos má das intervenções. O que o FED não deveria ter feito, e fez durante uma década, foi soprar a fogueira onde a AIG se queimou. E por muito que os anti-liberais se queixem dos mercados, é óbvio que o intervencionismo do FED tem culpas no cartório.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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