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24/11/2005

SERVIÇO PÚBLICO: estatísticas de causas

Partilhei do espanto da Joana sobre a síntese de conjuntura do INE, organismo que com o «açambarcamento pelo PS das chefias» acentuou a sua vocação de contador de estórias para ajudar a embalar economistas com o remanso que só se encontra nos «humanistas».

Partilhei, até que percebi que o script que o INE escreveu tem fins terapêuticos - melhorar a auto-estima dos portugueses, com a preciosa ajuda do jornalismo de causas que se esmerará a ampliar os eflúvios do INE e transformá-los em certezas sólidas como rocha para gáudio do povo. Não estamos a falar de quaisquer estatísticas, falamos de estatísticas de causas, produzidas, como escreve a Joana, por um «Instituto Nacional de Sensações (ou de Palpitações)».

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Estatísticas de causas
Estatísticas produzidas por um «Instituto Nacional de Sensações (ou de Palpitações)» para alegria dos economistas de fé e animação do povo. As estatísticas de causas dão razão, com uns bons 150 anos de atraso, a Benjamim Disraeli, primeiro ministro de SM da rainha Victoria. «There are lies, there are damned lies, and there are statistics», escreveu ele premonitoriamente, mesmo sem ter tido a oportunidade de conhecer a produção do INS.

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