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06/01/2024

Pro memoria (433) - Evocando Gao Yaojie

Gao Yaojie, uma médica ginecologista chinesa, falecida no dia 11 de Dezembro no exílio em Nova Iorque, não teve uma vida fácil. A sua família era proprietária de terras e em 1939 foi expulsa pelos comunistas de Shandong para Henan.
 
Durante a Revolução Cultural Gao Yaojie foi espancada e obrigada a desfilar pelas ruas com um chapéu alto de papel na cabeça e os sapatos pendurados no pescoço, foi presa na morgue do hospital e durante sete anos foi obrigada a limpar latrinas em vez de praticar ginecologia

Em 1996 encontrou em Henan um primeiro paciente infectado com AIDS, uma doença cuja existência o regime não admitia existir na China. A partir de então, Gao Yaojie tratou milhares de doentes infectados. Foi perseguida porque concluiu que a epidemia se devia a infecções durante o processo de recolha de sangue para venda aos hospitais pelas autoridades de Henan com materiais que eram reutilizados inúmeras vezes sem serem desinfectados. Desde 2009 viveu exilada em Nova Iorque.

[Fontes: NPR, BBC]

1 comentário:

Anónimo disse...

Pelo menos consguiu, decerto, ter um fim de vida mais radioso.
Digo eu...