Já por diversas vezes aqui se escreveu sobre as eólicas offshore na série de posts Gone with de wind a propósito do projecto Windfloat Atlantic. Só no último mês o governo anunciou a criação da zona livre tecnológica (ZLT) de energias renováveis em offshore ao largo de Viana do Castelo, fez saber que irá lançar um leilão até ao final do ano e foram anunciados os projectos da Eco Wave Power, israelita, Barra do Douro, e de Capital Energy, espanhola, 3 projectos (Leixões, Viana do Castelo e Figueira da Foz).
Será por isso oportuno, lembrar alguns factos. A eólica offshore tem um rácio de captura (*) muito baixo (cerca de 30%) e não é competitiva em termos comparativos com a energia eólica terrestre e a energia solar. Isso, em conjunto com o aumento dos custos resultantes dos problemas nas cadeias de abastecimento e das taxas de juros tem colocado aos produtores offshore dificuldades e prejuízos, a menos que a não competividade seja compensada à força de subsídios e de preços garantidos. Além disso, esses novos projectos agravarão os problemas já existentes multiplicando os picos de excesso de produção de fontes intermitentes que, entre outras consequências, leva a exportar energia a preço zero durante largos períodos.
(*) Relação entre preço médio da eletricidade por MWh que um projeto recebe pela energia que produz (variável a cada meia-hora) e o custo médio de produção, de acordo com a sua tecnologia e os recursos energéticos renováveis (vento, sol, ondas) num determinado período de tempo.
1 comentário:
Nos casos com tarifas garantidas, o consumidor paga o preço da tarifa para depois ser exportada a quase zero.
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