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11/09/2010

Lost in translation (62) – Rigor? Já fizemos engenharia orçamental no passado. Voltaremos a fazê-lo no futuro, queria ele dizer (XII)

O Expresso dedica este fim-de-semana uma página inteira às manobras de desorçamentação do governo com a venda a empresas públicas de imóveis ocupados por serviços da administração pública que depois os arrendam às empresas públicas que os compraram. Com esta manobra o governo enche o pipeline do orçamento fabricando receitas correspondentes ao valor da venda à custa de rendas anuais que são uma pequena fracção desse valor (qualquer coisa ao redor de um vigésimo).

O Expresso acordou um pouco tarde, porque essas manobras até no (Im)pertinências já foram várias vezes denunciadas.

Os dois parágrafos anteriores são de um post de 29 de Agosto. É difícil ser original a denunciar a engenharia orçamental reincidente do governo, como é o caso da venda de imóveis do Estado ao Estado, via empresas públicas. Segundo o Expresso de ontem, o valor total desde 2006 já atinge mil milhões de euros, culminando com a venda à Estamo de cem imóveis ocupados por repartições de finanças. Todas estas manobras confirmam a justeza da classificação de Teixeira dos Santos como pior ministro melhor dos piores ministros das Finanças.

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