Durante um almoço entre um professor universitário e político e um presidente dum grupo de média, no qual o primeiro fazia o papel de comentador, ambos pertencentes ao círculo das 200 famílias (193 alfacinhas, meia dúzia do Porto e uma de Marco de Canavezes) que constituem la crème de la crème da nação, com uma elevada taxa de inbreeding, os dois ligados por laços parentais (a namorada de um é irmão da mulher do outro), durante o almoço, dizia eu, o presidente pede ao comentador para «"repensar" o conteúdo dos seus comentários dominicais». Este considera-se pressionado e, após a sobremesa, conclui: «Só vejo uma solução, eu saio.» [ver por exemplo o DN]
Esta estória foi contada pelo comentador à AACS, após 3 semanas de intenso circo mediático, numa sessão que, por coincidência, foi aberta aos média e amplamente divulgada pelas televisões.
No dia seguinte um empregado (Pedro Pinto) do presidente do grupo de média, durante uma entrevista na televisão do grupo pergunta insolentemente ao seu patrão a propósito das declarações dele e do comentador: «há aqui duas versões de uma mesma conversa entre duas pessoas. Alguém está a mentir. Não acha Eng. Paes do Amaral?».
Se o professor Marcelo é uma vítima de pressões e de limitação da sua liberdade de expressão, então eu sou a Tatiana Romanova e vou ali e já venho. Quando voltar vou propor ao doutor Sampaio que receba em audiência o jornalista Pedro Pinto, lhe atribua a Ordem de Santiago e, no próximo 10 de Junho, o declare herói da pátria por feitos na guerra contra o patronato pela defesa da liberdade de expressão.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
06/09/2009
ESTADO DE SÍTIO: as notícias da equivalência entre o cancelamento do Jornal Nacional de Sexta da TVI e o «saneamento» do professor Marcelo são grandemente exageradas
Nos últimos dias li dezenas de equivalências explícitas ou implícitas entre estes dois exemplos de intervenção dos poderes fácticos na liberdade de imprensa, o que demonstra que a memória dos povos é curta e que o discurso do poder contamina o discurso do anti-poder. Contudo, a única coisa comum é ambos os casos se passarem com a TVI. Para refrescar as memórias, desenterrei da torre de tombo o post de há quase cinco anos «A estória está mal contada ou o Impertinências é a Tatiana Romanova», que adiante se republica.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário