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24/04/2009

Os verdadeiros independentes vão nas listas partidárias e os falsos nas listas sem apoio partidário

«Enfim, as voltas que temos que dar para justificar o injustificável. Os verdadeiros "independentes" vão nas listas partidárias enquanto os falsos independentes apresentam-se em listas sem apoio partidário!

Depois do que aconteceu em Lisboa com os maus resultados do PS e do PSD em detrimento das candidaturas independentes, o destino ficou traçado. Nem independentes, nem partidos regionais, nem círculos regionais que coloquem em perigo a hegemonia dos velhos partidos, nem qualquer tipo de flexibilidade que facilite a formação e financiamento de novos partidos. Nem mesmo a possibilidade de listas abertas ou voto preferencial consegue ter aceitação. Mas também não surpreende. O segundo pilar do nosso sistema político é a centralização de todas as decisões nas lideranças nacionais. Para isso, temos de ter listas fechadas e escolhidas a dedo pelas direcções nacionais dos partidos. Evidentemente que graças a 35 anos desta prática, temos a Assembleia da República que temos, incompetente, inútil, ineficaz. Na verdade, o Governo transformou-se em poder legislativo e executivo enquanto a Assembleia da República tem uma função decorativa que, quanto muito, permite algum que outro espectáculo nas sessões plenárias. A introdução de qualquer influência dos eleitores na escolha dos deputados irá naturalmente prejudicar as lideranças partidárias, e dificultar a distribuição de sinecuras entre os "apparatchiks".»


[Nuno Garoupa, Os pilares do nosso sistema político e a conversa da treta, no JdeN]

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