Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

05/10/2008

ESTÓRIA E MORAL: O indignado jornalista de causas justifica a casa para o jornalista.

Estória

No domingo passado tratou-se aqui da cunha do jornalista Baptista-Bastos, uma das 3.200 metidas às sucessivas vereações para atribuição de casas aos artistas, jornalistas e outros membros da intelligentzia alfacinha (um grupo social que, todo junto, cabe dentro do Lux), bem como a familiares, amiga(o)s, namorada(o)s da vereação e, para compor o quadro de benemerência, a algumas(uns) pobrezinha(o)s.

Em vez de seguir o exemplo da maioria dos felizes contemplados e ficar inteligentemente calado, o senhor Baptista-Bastos escreve um artigo de opinião no DN justificando o seu direito à prebenda municipal. «Chovia no interior, paredes rachadas, perigos vários» na casa que habitava, e «estava desempregado». Não explica o fundamento do direito especial que lhe assistiu entre os desempregados que viviam em casas com «perigos vários». Não explica, provavelmente porque lhe parecer um direito adquirido inerente ao seu estatuto de membro da nomenklatura da cóltura. Indignado manda que «vão bater a outra porta». É caso para dizer que perdeu uma grande oportunidade para deixar a caneta pousada no tinteiro.

Moral

It is better to keep your mouth shut and be thought a fool than to open it and remove all doubt.

Sem comentários: