Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

17/08/2016

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (14)

Outras preces.

Devemos invejar o Japão, não por terem um PIB per capita PPP 40% superior ao português – afinal conseguem isso em parte à custa de serem vítimas do karoshi, mas apenas pelo facto prosaico do seu imperador Akihito só fazer declarações quando tem alguma coisa a comunicar. Desde 1989 só o fez duas vezes, a segunda para declarar que iria renunciar para se reformar por sentir já não dar conta do recado.

Talvez por isso os japoneses são tão produtivos, imagino. Se o imperador Akihito tomasse o exemplo do nosso presidente dos afectos que em qualquer manhã mais sossegada faz mais declarações do que Akihito em 30 anos, certamente os japoneses só poderiam ouvi-lo à custa de arruinarem a produtividade.

Se os portugueses não forem completamente tontos, as declarações do presidente Marcelo tenderão, gradualmente, a entrarem por um ouvido e saírem por outro, até um dia em que escutarão com muita ansiedade e redobrada atenção apenas os primeiros segundos da sua próxima declaração esperando, em vão (receio), ouvi-lo anunciar que irá seguir o exemplo de Akihito.

Lost in translation (276) – Estão a falar de países diferentes com línguas diferentes

Respondendo às críticas de Passos Coelho na sua homilia anual no Pontal sobre o esgotamento da geringonça e a estagnação da economia, António Costa ripostou ad hoc à entrada do quartel de bombeiros de Arouca (um local apropriado para ripostar) que não, não era nada disso, o seu governo estava a «reconstruir o país» e a fazer a «inversão da trajectória económica» e a oposição só anunciava desgraças, que aliás não se verificavam.

Para quem escreve todas as semanas uma Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça, as declarações de Costa foram uma surpresa. Por coincidência, quando li esta citação de Costa tinha acabado de ler o post «Aniversário do Plano Macroeconómico do PS» de O Insurgente do qual tomo a liberdade de reproduzir os diagramas, confiando que Confúcio saberia do que estava a falar se tivesse dito «uma imagem vale mais do que mil palavras», apesar de ter vivido sem televisão. Escrevo se tivesse dito, porque dizem os sinólogos, os caracteres que supostamente significariam isso na verdade significam outra coisa.

A reconstrução do país e a inversão da trajectória segundo Costa

Créditos: Insurgente

16/08/2016

ACREDITE SE QUISER: O Pedro do ano passado não é o Soares deste ano. A Constança é a mesma

Há quem tenha citado as críticas de um Pedro Soares de um Bloco de Esquerda à «incompetência do Governo (que) não pode encontrar justificação na meteorologia» por ter deixado arder não sei quantos milhares de hectares de floresta.

Ora acontece que o Pedro Soares do Bloco de Esquerda que produziu tais críticas não é o mesmo Pedro Soares do Bloco de Esquerda a falar sobre os incêndios deste Verão que o outro atribuiu à incompetência do governo. O Pedro Soares do Bloco de Esquerda que falou sobre os incêndios e os atribuiu à incompetência do governo é o Pedro Soares do Bloco de Esquerda do ano passado. O Pedro Soares do Bloco de Esquerda deste ano não falou sobre os incêndios e não falou porque não havia nada para falar, pois se os incêndios foram devidos à meteorologia.

Em contrapartida, a Constança Urbano de Sousa, professora da UAL no Verão passado, é a mesma Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna este Verão, que, segundo o JN, «quer incendiários a pagar custos do combate». Pode começar pelo retardado, drogado e desempregado, suspeito do fogo posto no Funchal.

Mitos (238) - O governo PSD-CDS e as PPP

Fonte: Pinho Cardão no 4R
«Esta ideia (a de que renegociação das PPP foi uma área onde o governo anterior falhou), tão generalizada na opinião pública portuguesa, é errada.

E é errada porque o necessário é impossível. O necessário seria não ter assinado tantos contratos ao longo de mais de uma década com pagamentos postecipados para um futuro que parecia longínquo mas que para nós, pagadores de impostos em anos de crise, se tornou presente. A ideia das PPPs, tão acarinhadas por alguns governos mas principalmente pelo de José Sócrates, era simples, nas mentes de políticos de vistas curtas. As PPPs eram obras públicas pagas com dívida que não ficava registada nas contas do estado mas sim nas contas do parceiro privado. Nós fazemos a festa antes das eleições, quem vier depois de nós que pague a conta. Publica-se um défice razoável e enganador porque a verdade ficou escondida nos livros de contabilidade de uma sociedade veículo qualquer. Compramos votos hoje a pagar com impostos futuros.

Continue a ler «O Necessário é Impossível» no Blasfémias.

Chávez & Chávez, Sucessores (50) – Realizações do socialismo bolivariano (actualização)

Outras obras do chávismo.

Ler no NYT
É este o modelo da geringonça, ou pelo menos de 2/3 dela.

15/08/2016

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «Atribuir a culpa do nosso insucesso a outros guia-nos ao próximo fracasso»

«Pois é. Tendo a crer que, três décadas passadas, não mudámos muito. Telma, e regresso à sua autobiografia, escreve que “atribuir a culpa do nosso insucesso a outros guia-nos ao próximo fracasso”. Se ela o tivesse feito, há muito que teria desistido, pois não pode vencer sempre e cometeu muitos erros. Mas sabemos que não desistiu, e estas palavras valem tanto mais quanto é verdade que quando acabava de escrever o seu livro estava também a recuperar de mais uma operação ao joelho e o que tinha por mais incerto era conseguir regressar ao topo a tempo dos Jogos Olímpicos. Conseguiu, para bem dela e de nós todos.

Mas nós todos é que não somos assim. Passamos mesmo a vida a fazer o contrário do que ela aconselha. A crise do país não foi culpa do nosso governo de então, foi da crise internacional – disse-se isso na altura e continua-se a repetir hoje. A crise do endividamento privado não resultou de decisões de quem quis comprar aquilo para que não tinha dinheiro, mas apenas produto dos maliciosos bancos, que andaram a atazanar as pessoas.

O crescimento que nos prometeram não regressou, mas já estamos a ouvir as desculpas: a culpa é do governo anterior, pois o abrandamento vinha detrás; ou então a culpa é de Bruxelas, que obrigou a mudar o orçamento; ou ainda a culpa é dos juros baixos (como podia ser dos juros altos) ou do petróleo barato (como podia ser do petróleo caro).

A nossa floresta voltou a arder? A culpa é de quem não limpa as matas, como antes foi dos madeireiros, ou dos reaccionários, ou das celuloses, ou da falta de meios. Nunca é de quem podia ter mudado as políticas há dez anos e não o fez.

Temos sempre um motivo para choramingar. Há mais turistas e centenas de obras de reabilitação nas cidades históricas? Ai meu deus que os alugueres estão a ficar caros. Há empresas que inovam, da Uber aos rapazes dos tuk-tuk? Aqui del-rei que o negócio dos taxistas está pelas ruas da amargura. Os exames nos vários graus de ensino revelam debilidades que não gostamos de ver? Acabe-se com os exames, não fiquem as criancinhas traumatizadas.»

«O país da choraminguice. E o país de Telma Monteiro», José Manuel Fernandes no Observador

Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (44)

Outras avarias da geringonça.

Começo pela anunciada segunda visita de Costa a Tsipras para discutir a reestruturação da dívida e remeto para este post de ontem que me dispensa de mais comentários.

E, por falar em reestruturação da dívida, da qual mais de 12 mil milhões é detida pelo FEFSS, vem a propósito lembrar que os funcionários públicos contratados nos últimos anos estão abrangidos pelo regime geral da SS pelo que a CGA deixou de ter novos subscritores e, em consequência, o número de pensionistas já ultrapassou o número de activos e a CGA passou a ser um esquema Ponzi em estado puro - dentro de alguns anos acontecerá o mesmo ao regime geral. Dir-se-à que isto não tem nada a ver com a geringonça, mas passa a ter porque o PS foi governo a maior parte dos últimos 42 anos e todos os parceiros da geringonça metem a cabeça na areia e negam a insustentabilidade da SS ou, o que é a mesma coisa, dizem que criarão novos impostos para a financiar.

14/08/2016

SERVIÇO PÚBLICO: Algumas perguntas sobre a segunda visita de Costa a Tsipras

Segundo o semanário SOL, António Costa vai estar a 9 de Setembro em Atenas com Tsipras, Hollande e Renzi para discutir uma «agenda alternativa às políticas de austeridade impostas por Bruxelas por pressão dos estados da Europa do norte». Um dos pontos da agenda é, sem surpresa, a reestruturação da dívida ou, mais precisamente, a reestruturação da dívida é a agenda, o resto é só para compor.


Primeira pergunta: que reestruturação que estará em causa? O perdão da dívida? A Grécia já teve o seu perdão de mais de 100 mil milhões de euros em 2011. Redução dos juros? Portugal e a Grécia já o tiverem por várias vezes e pagam hoje taxas muito mais baixas do que antes da crise financeira. Reescalonamento das maturidades? Portugal e a Grécia já o tiverem por várias vezes.

Segunda pergunta: também são para reestruturar os mais de 100 mil milhões de euros detidos pelos bancos portugueses, pelo Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) e por particulares portugueses?

Terceira pergunta: em particular, também são para reestruturar as duas emissões de OTRV de 750 milhões de Maio e 1,2 mil milhões de Agosto destinadas a particulares portugueses e subscritas por muitas dezenas de milhares de famílias?

Quarta pergunta: aquele pateta que está hoje no governo e que há 5 anos disse: «Estou marimbando-me para os bancos alemães (…) Ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos a dívida” e se o fizermos “as pernas dos banqueiros alemães até tremem”» já terá percebido que os bancos alemães se estão marimbando para ele e para a dívida portuguesa de que detêm uma parte ínfima e as pernas que tremeriam são as dos banqueiros portugueses, dos contribuintes portugueses que pagariam o resgate dos bancos portugueses e dos pensionistas portugueses que veriam evaporar-se uma parte significativa das reservas da segurança social?

Mitos (237) - O problema do fundamentalismo islâmico não são os infiéis, são os islamitas

"Um intelectual é tão frequentemente um imbecil que devíamos sempre, à partida, tê-lo como tal, até que tenha provado o contrário
Georges Bernanos
1. Não há dois Islāos. Está tudo no mesmo, a face tolerante e a intolerante, guerreira e sanguinária. Há um só Islão, que os muçulmanos — e só eles, não “nós”, não o “outro” — têm de libertar do que contém de obscurantista, obsoleto e intolerável.

Ignorarmos ou fingir que a tragédia do Islão e dos muçulmanos não é marcada por essa dimensão religiosa só contribui para adiar a consciência e prolongar a passividade relativamente a uma realidade que os muçulmanos têm de enfrentar.

Se o Islão não contivesse essa dimensão de intolerância, violência e guerra santa, não era possível a fanatização em massa a que se assiste. É essa dimensão de um Islão desde sempre refém de poderes e ambições políticas, que que seja usado por líderes, bem esclarecidos e pragmáticos esses, com projectos políticos coerentes e historicamente sustentados. Um desses projectos sempre recorrente é o sonho fantasmático do regresso ao califado. É à luz dessa ambição e desse projecto que se pode compreender toda o quadro da guerra na Síria, no Iraque e na Líbia conduzida pelo Exército Islâmico e a atracção de tantos combatentes às suas hostes.

(...)

Continue a ler «Que fazer com o Islão?», um corajoso artigo contra a corrente de Guilherme Valente no Observador

13/08/2016

Chávez & Chávez, Sucessores (49) – Realizações do socialismo bolivariano (actualização)

Outras obras do chávismo.

A caminho da sociedade socialista (versão bolivariana)


Fonte: Economist

ESTADO DE SÍTIO: Habituem-se (4)

Uma sondagem  Eurosondagem do regime para o semanário do regime

Se, apesar deste aviso e deste lembrete e deste alarme, ainda pensais que, numa bela manhã de nevoeiro, o povo, percebendo que a governação da geringonça nos levará a percorrer um caminho já quase familiar de corda ao pescoço de novo até Bruxelas, se levantará como um só homem, perdão, como uma só pessoa do «género» humano, abdicando deste saboroso e distendido intermezzo e da renovação do living room, das férias nas Caraíbas, da troca do chaço, da substituição do hifi, do ipod, do iphone e do ai o caraças que aí vem a troika outra vez, se levantará, dizia eu, em poderosas manifs semelhantes às cariocas e paulistas, se não no clima pelo menos no ímpeto, exigindo a impugnação da geringonça, se ainda pensais, dizia eu, é melhor aproveitardes as ganas para renovardes o living room, trocardes chaço, o hifi, o ipod, o iphone e o ai o caraças porque, se vier aí a troika, deixai-a vir, depois logo se vê.

12/08/2016

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O Leónidas do século XXI

Secção Still crazy after all these years

Ontem Michael Phelps facturou a sua 13.ª medalha de ouro individual nos 200 m livres ultrapassando assim qualquer ser vivo e até mesmo os mortos. Leónidas de Rodes que participou em 4 Olimpíadas, só ganhou 12 medalhas de ouro, as últimas há 2.168 anos.

Leva 5 afonsos e uma entrada directa para o Olimpo.


Quem também merece uma medalha é o ex-ministro da Economia, ausente em parte incerta, Manuel Pinho - o dos corninhos -  que há 8 anos apareceu numa foto montada na primeira página do DN na companhia do Leónidas.

ESTÓRIA E MORAL: Se pára de se mover, subsidia-se

Estória 

Era uma vez uma cidade com um centro histórico degradado, casas em ruínas de proprietários sem dinheiro para as recuperar por décadas de rendas fixadas administrativamente. Gradualmente, as coisas foram mudando e muitas dessas casas foram compradas por gente com iniciativa que as recuperou e as começou a utilizar para aluguer de curta duração a turistas, aproveitando o afluxo de estrangeiros, que em parte temos de agradecer ao fundamentalismo islâmico que os afastou doutros destinos.

Passado algum tempo, o governo do país onde se situa essa cidade, pressionado pelos partidos apoiantes que não gostam de iniciativas e, sobretudo, não gostam de gente que ganhe dinheiro com as iniciativas, anunciou que vai fixar uma quota aos proprietários de casas com aluguer de curta duração para reservarem uma parte não especificada para o aluguer de longa duração.

Moral

«A visão do governo sobre a economia pode ser resumida em poucas frases curtas: 'Se se movimenta, taxa-se. Se continua a movimentar-se, regula-se. Se pára de se mover, subsidia-se'.»

Conversa fiada (17) – Manobras de diversão que são insultos à inteligência

A coisa é tão parva que só pode ter sido encomendada pelo chefe Costa para distrair o povo das viagens do SE dos Assuntos Fiscais por conta da Galp e do agravamento solar do IMI. Antes dos incêndios, claro, porque agora já não faltam distracções.

O ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, declarou enfaticamente que a geringonça iria corrigir uma gravíssima falha do governo anterior, a saber: «as isenções automáticas de IMI atribuídas a quem tem baixos rendimentos permitiram que estrangeiros e emigrantes sem rendimentos em Portugal deixassem de pagar, só em abril, 57 milhões de euros deste imposto às câmaras».

O jornalismo de causas correu a propalar esta gravíssima injustiça sem se dar ao trabalho de constatar que a isenção de IMI por baixos rendimentos (até 15.295 euros por ano) só se aplica aos imóveis com valor patrimonial tributário até 66.500 euros. Fica assim por explicar quem serão os estrangeiros e emigrantes cheios de grana interessados em comprar um T0 na Reboleira com valor patrimonial tributário até 66.500 euros.

11/08/2016

A mentira como política oficial (19) - O milagre das 35 horas

Uma boa gestão dos recursos humanos iria garantir que da redução do horário para 35 horas semanais não resultariam mais contratações nem aumento da despesa, foi a lengalenga que Costa e Centeno nos contaram durante vários meses.

Nem os próprios terão acreditado nesta treta como agora se veio a saber. Desde Março o governo dispõe de um estudo sobre o impacto da redução estimando que um quarto das entidades públicas precisará de reforçar os efectivos e «o Executivo vai responder a estas necessidades com contratados a prazo, tendo de garantir 3.621 empregos na Saúde e na Educação. [..]  na Educação serão renovados 2.621 contratos que terminavam no final deste mês. Na Saúde serão contratados “de forma faseada” mil novos enfermeiros. Na Justiça, o Governo preferiu aumentar as horas extraordinárias, revela o memorando sobre o impacto das 35 horas

Sem surpresa, o MF manda dizer que bla bla bla isso não terá consequências na execução orçamental. Podemos apostar singelo contra dobrado que todas estas previsões sairão furadas.

Chávez & Chávez, Sucessores (48) – Realizações do socialismo bolivariano (actualização)

Outras obras do chávismo.

Algumas medidas, talvez inspiradas por el pajarito, que o regime socialista-bolivariano comandado por Nicolás Maduro, o herdeiro do coronel Chávez, tomou para combater a fome no país que tem as maiores reservas de petróleo do mundo:

  • Aumentou o preço da gasolina em 1.500% e desvalorizou o bolívar em 300%. O dólar cambial passou de 6,30 a 10 bolívares
  • Criou o Ministério do Poder Popular para as Comunas e a Agricultura Urbana. Propôs a criação de "galinheiros verticais". Consiste em criar animais em casas particulares.
  • A mesma ideia aplica-se aos produtos agrícolas. Os venezuelanos devem criar hortas verticais para consumo privado.
  • Criou Comités Locais de Abastecimento e Produção (Clap) que distribuem comida a quem está afiliado no Partido Socialista da Venezuela. Os privilegiados queixam-se que têm cada vez menos comida
  • Decretou trabalhos forçados. As empresas públicas e privadas são obrigadas a ceder trabalhadores para irem para o campo produzir alimentos
  • Militarizou a economia ao dar o controlo dos Clap ao ministro da Defesa, que tutela a Grande Missão de Abastecimento Soberano e Seguro.Há relatos de militares que confiscam alimentos

(Fonte: Observador)

Recordemos a propósito que temos em Portugal e na Espanha dois partidos admiradores da autocracia venezuelana que se, tivessem oportunidade, fariam dos dois países Venezuelas sem petróleo: Bloco de Esquerda e Podemos.

10/08/2016

CASE STUDY: Um imenso Portugal (34)

[Outros imensos Portugais]

Enviado por JARF
Evidentemente que é uma paródia e vale o que vale uma paródia. É claro que o dinheiro correspondente ao défice deixado pelo PT não se evaporou - foi enterrado em elefantes brancos e nos bolsos da rede de corrupção montada pelo PT de onde saiu para pagar gastos sumptuários, isto é consumos que, segundo as teorias vigentes na Mouse School of Economics, fazem crescer a economia.

Já o ouro trazido pelos portugueses foi de facto extraído aos brasileiros e teve mais ou menos ou mesmo destino: elefantes brancos, que com uma pátina de 400 anos são considerados monumentos nacionais, e sustento de uma corte ociosa e parasitária.

Em 1926, quando caiu a 1.ª República os cofres estavam vazios. Em 48 anos o salazarismo deixou à democracia em herança cerca de 866 toneladas de ouro - deve ser a isso que a esquerdalhada chama «pesada herança do fascismo» - por coincidência uma quantidade comparável à que o Portugal colonial extraiu do Brasil. Durante os 42 anos seguintes, o Estado sucial vendeu cerca de 60% da herança.

Dúvidas (170) - Será a anti-mafia italiana mafiosa?

Italy’s anti-mafia: All in the family

«Members of Italy’s anti-mafia groups are among the most respected people in the country. Yet they are now under investigation themselves. Judges, businessmen and members of civil-society groups have been accused of taking bribes, extortion and misusing public funds. The drive to purge the anti-mafia movement of undesirable elements should help restore public confidence, writes our Italy correspondent»

Mitos (236) - A lengalenga do politicamente correcto sobre a vitimização do «afro-americano» resiste mal aos factos

A eterna vitimização do negro

«O típico videoclip de hip-hop é assim: um cantor negro e os seus amigos andam pelas ruas acenando Glocks, 38s e Magnums enquanto dão palmadinhas em bundas ao léu. A instrumentalização machista do corpo feminino e a glorificação das armas estão no centro da canção negra por excelência. Portanto, quando se fala em armas nos EUA, convém perceber que a cultura do gatilho feliz não é exclusiva dos brancos, dos hillbillies, dos sulistas confederados. Os negros também têm a sua NRA, chama-se hip-hop. O curioso é que é raríssimo ouvirmos algum americano do mainstream mencionar esta evidência da cultura negra. Se criticar um muçulmano ou um determinado aspeto de comunidades muçulmanas, um indivíduo corre o risco de ser rotulado de "islamofóbico". Se criticar um negro ou um determinado aspeto da cultura negra, o risco é maior, porque o rótulo será mais simples e corrosivo, "racista". O exercício que vou fazer de seguida também só pode ser "racista" aos olhos da narrativa vigente.

Todos os dias ouvimos falar nos números que provam que a polícia americana é racista. Mas será mesmo assim? Metade dos mortos em tiroteios com a polícia são brancos, a outra metade é composta por todas as minorias; contudo, se compararmos o rácio entre mortos e o peso demográfico de cada comunidade, vemos que um negro tem 2,5 mais chances de ser morto pela polícia do que um branco. Este segundo dado estatístico é jogado aos céus todos os dias. Sucede que a montante deste dado encontramos outros factos menos comentados: a taxa de crimes violentos é muito mais elevada entre negros do que em qualquer outra comunidade. 40°/o dos agentes do FBI abatidos em serviço foram baleados em confrontos com negros, quando os negros representam apenas 13% da população geral. Nos 75 maiores condados dos EUA, 57% dos assassinatos foram executados por negros, quando a comunidade negra representa apenas 15% da população geral desses condados.

Uma professora do Manhattan Institute, Heather Mac Donald, autora do livro "The War on Cops", estudou estes e outros números que tornam a realidade um pouco mais complexa do que a narrativa maniqueísta do Black Lives Matter. Querem mais exemplos? Ainda há dias, José Manuel Fernandes mencionou este dado: em 2014, 6.065 negros foram vítimas de homicídio, contra 5.397 vítimas das restantes comunidades. A quase totalidade dos negros foi assassinado por outros negros. Portanto, o problema está muito longe de ser a "polícia racista". O problema é que a cultura de violência é muito mais forte junto de negros do que junto de brancos, hispânicos, indianos, coreanos, etc. Resta saber porquê. Racismo? Talvez. Mas aqui temos de alertar para dois pontos. Primeiro, o racismo não é monopólio dos brancos, também há racismo entre hispânicos e negros, asiáticos e negros. Segundo, se o racismo é uma causa, porque é que os hispânicos e asiáticos não são tão violentos como os negros? Antes de apontar o dedo ao sistema (e há muito para apontar), a comunidade negra devia fazer uma autocrítica, que podia começar, por exemplo, pela recusa do próprio conceito de "comunidade negra" ou de "afro-americano". Porquê o afro? Porquê esta insistência na divisão da sociedade em tribos?»

Henrique Raposo, no Expresso

09/08/2016

DIÁRIO DE BORDO: já dei que chegue para o peditório dos incêndios (mas continuo sem juízo)

Com mil desculpas, retorno a este enfastiante tema que todos os anos parece exaltar os mídia portugueses. Antes de prosseguir, confesso que a causa próxima desta minha recaída foi este artigo de João Miguel Tavares, um jornalista com quem costumo estar de acordo, que pretende tirar consequências de um estudo da UE sobre incêndios florestais nos países da bacia do Mediterrâneo que, em minha opinião, não podem ser tiradas.

Não se pode comparar a percentagem de área ardida em Portugal com as correspondentes percentagens totais de Espanha, França, Itália e Grécia. Basta olhar para uma carta de curvas isotérmicas no Verão para constatar que o norte da Espanha e a maior parte da França jogam noutro campeonato.

Isotérmicas em Julho (fonte)
Se considerarmos o tipo de floresta, onde em Portugal predominam pinhais e eucaliptais, então teremos de concluir ser absolutamente natural que Portugal tenha mais incêndios e uma área ardida proporcional muito superior. Por isso, convocar «todos os ministros do Ambiente e ministros da Administração Interna (António Costa incluído) que ocuparam os cargos entre 2000 e 2013» não deve servir de muito.

Antes de prosseguir sobre o tipo de florestação, façamos um ponto de situação dos incêndios florestais para concluir que não há nada para concluir, a não ser a influência de meteorologia.

Fonte: Relatório ICNF

Chegado aqui, espero merecer a benevolência do leitor, por vir, pela quarta vez, publicar um post com 13 anos, que espero esclareça a outra vertente do problema: o tipo de florestação.