Reforma é libertar apparatchiks para «funções de análise e a tomada de decisões estratégicas». A emenda pode ser pior do que o soneto
Depois de ter garantido que das suas reformas não resultaria a redução do Estado e, consequentemente, não estaria ameaçado o emprego vitalício dos utentes da vaca marsupial pública, o Dr. Matias não se cansa de reiterar a garantia que «o governo não tem no horizonte nenhum programa de despedimentos de trabalhadores da Administração Pública», porque explicou ao parlamento da simplificação administrativa resultará a disponibilidade dos apparatchiks para desempenharem «funções de maior valor acrescentado, como a análise e a tomada de decisões estratégicas».
Enquanto não são criadas as funções de maior valor acrescentado, o governo vai contratar mais 108 espiões para o SIED e o SIS. Um ex-director de um serviço de informação disse há uns anos a António José Saraiva que «a principal tarefa dos agentes era fazerem recortes de jornais» e muita gente não percebeu que a coisa se justificava porque uns anos antes os jornais publicaram listas com os nomes de “espiões” o que permitiu às secretas acesso privilegiado à informação actualizada do seu pessoal, coisa de que os outros departamentos públicos não dispunham.
Outros elevadores da Glória esperam por nós e vai ser ainda mais difícil culpar o Eng. Moedas
Segundo o BdP, o défice de investimento na manutenção do capital público está estimado entre 20 e 30 mil milhões de euros, ou seja, o equivalente a três a cinco vezes a média anual do investimento público nos últimos anos. Acrescente-se que a diferença entre investimento público e consumo de capital público é negativa há mais de uma década o que tem vindo a aumentar a descapitalização do sector público e a degradação das infraestruturas e equipamento que o Estado detém.
O mistério da falta de professores no ensino não universitário
O título não é uma figura de retórica. Há dias, a Fenprof dizia que só no ensino primário quatro mil alunos iriam começar as aulas sem professor e o semanário de reverência garantia que as escolas têm mais horários por atribuir do que no ano passado. Em boa verdade, ainda não percebi porque faltam professores se entre «entre os novos e os que voltaram, temos mais 6.000 professores nas escolas este ano» (2024-25) e durante os oito anos de governos socialistas o número de professores aumentou 8 mil para cerca de 150 mil, apesar da redução de cem mil alunos do ensino não universitário. Uma parte da explicação será que faltam diariamente em média 11 mil professores, ou seja em média 7,3% dos professores estão doentes, grávidos, a amamentar, de luto, ou em “trabalho” sindical.
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
O défice da balança comercial de bens aumentou em Julho em termos homólogos 1,2 mil milhões para 3,3 mil milhões de euros. As importações continuam a aumentar sugerindo mostrando que os portugueses acreditam que o governo lhe porá mais dinheiro nos bolsos.
Take Another Plan. Good luck with that
O governo está a tentar vender 44,9% da TAP a um operador que não poderá despedir pessoal nem aumentar a sua participação (fonte).
A bazuca continua entupida (e ainda bem para os contribuintes europeus)
A um ano do termo do PRR ainda estão 60% das verbas por aplicar. Sabendo-se o resultado de décadas de fundos europeus, não é uma má notícia para os portugueses e é uma boa notícia para os contribuintes europeus.
1 comentário:
Abolição do salário mínimo.
Liberalização dos despedimentos.
Abolição dos descontos.
Seguem-se outras reformas estruturais.
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