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25/03/2025

O POTUS perdido com o planeamento e o calendário da paz. A guerra acabará quando Putin quiser (a não ser que)

Em 2023 Donald Trump garantia que terminaria a guerra na Ucrânia em 24 horas, usando as suas relações com Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.

Em Novembro do ano passado Trump dizia «It’s gotta stop. Russia and Ukraine’s gotta stop

Em Janeiro, Trump falava em seis meses para acabar a guerra e o seu enviado especial General Keith Kellogg disse que a guerra acabaria até 100 dias depois da tomada de posse.

Depois da conversa da semana passada de mais de duas horas com Vladimir Putin, Donald Trump não tinha nenhum resultado para mostrar. Putin rejeitou o cessar fogo e garantiu que não atacaria a infraestrutura de energia durante 30 dias e de imediato lançou um ataque feroz a infraestruturas civis, incluindo hospitais.

«Apenas um homem possuidor de ousadia ilimitada poderia fingir que era uma vitória. Uma semana antes (...) Trump disse que, se a Rússia não assinasse, ele poderia atingi-la com novas sanções duras», escreveu a Economist, enquanto a Spectator titulava «Putin está a enganar Trump».

No dia 23 de Março deste ano, Trump garantia que os esforços para moderar a guerra estavam «somewhat under control» e que só ele poderia parar Putin.

Nada disto nos deveria surpreender. É um jogo entre um xadrezista cínico, com uma estratégia bem definida, que tem em risco a sua cabeça, e um bullshitter rodeado de fiéis sem ideias próprias, quase todos, ou com ideias mas sem coragem para o contrariar, talvez um ou dois.

3 comentários:

Afonso de Portugal disse...

Continuamos à espera da solução do (Im)Pertinente para acabar com a guerra. Ao fim de tantas postas e postinhas sobre o assunto, o (Im)Pertinente continua sem dizer aos seus leitores o que faria para mandar a Rússia para casa. Para quem acusa sistematicamente os outros de não terem ideias, não deixa de ser irónico… ou será projecção psicológica?

Anónimo disse...

Tem o privilégio de aqui comentar.

Afonso de Portugal disse...

Eu já reconheci várias vezes que o (Im)Pertinente tem a grande virtude de permitir o contraditório neste espaço. Não iria tão longe a ponto de lhe chamar um privilégio, até porque isto não é propriamente um clube restrito, nem eu sou de frequentar espaços desse género. Exceptuando a meritocracia, abomino todas as formas de elitismo.

Bem sei que, aqui em Portugal, a maioria das pessoas acha que tem o direito a não ouvir (ou a não ler) o que lhe desagrada. Mas isso é apenas mais uma prova de que somos um povo extremamente atrasado. Quem tem razão não teme o contraditório, porque o contraditório constitui uma ocasião de repor a verdade. Só aqueles que não têm razão é que têm medo do que dizem os outros.