O governo do Dr. Costa não tem emenda. Depois de uma tentativa falhada para iludir o problema, medidas erradas para o resolver
Entendamo-nos: o Dr. Costa não é culpado pela inflação. A inflação mais elevada das últimas décadas em Portugal e na maior parte dos países é a consequência imprevista pela maioria e prevista pela minoria (na qual se contam os contribuintes do (Im)pertinências) das políticas dos bancos centrais de juros reais negativos e dinheiro injectado na economia, política necessária durante algum tempo, mas mantidas para além do inevitável (algures entre 2013 e 2015). Isso constituiu o líquido inflamável que só estava à espera da faísca da invasão da Ucrânia e de outros eventos menores.
O Dr. Costa é culpado, em primeiro lugar, por continua a tentar prolongar essas políticas que o ajudaram a evitar as reformas, mantendo os portugueses anestesiados com os dinheiros que caíam do céu de Bruxelas. É culpado, em segundo lugar, por tentar chutar a culpa da inflação para os supermercados. É culpado, em terceiro lugar, porque caída a desculpa dos supermercados, em alternativa a ajudas monetárias aos mais pobres, adoptou políticas completamente erradas, que ajudam quem não precisa, por exemplo o IVA 0% num cabaz que pode poupar a uma família pobre 6 cêntimos por quilo de arroz barato e a uma família da classe média-alta 27 cêntimos por quilo de arroz topo de gama.
Da bazuca só sai fumaça (e ainda bem)
A execução do PRR está em 75% de aprovações e 10% de pagamentos (fonte). O que parece à primeira uma incompetência do governo do Dr. Costa e uma desgraça para o país, é à segunda vista, tendo em conta a agravamento da inflação resultante de despejar dinheiro na economia, uma consequência feliz e imprevista da incompetência e, tendo em conta o histórico de aplicação do dinheiro caído dos subsídios, um alívio para o país.
A Roménia viu-se livre de Ceaușescu. Portugal ficou com Dr. Costa
mais liberdade |
Num deserto de realizações, um dilúvio de anúncios (1)
O pacote “Mais Habitação” continua sete anos de anúncios de programas de renda acessível e acaba a chutar para os municípios a responsabilidade por disponibilizarem habitações devolutas para o arrendamento coercivo. Habitações devolutas que afinal, segundo as contas do governo, são menos de 10 mil, das quais cerca de 6 mil em Lisboa, uma gota de água no oceano do número das habitações necessárias, que ninguém sabe qual seja, mas é astronómico segundo a esquerdalhada.
Num deserto de realizações, um dilúvio de anúncios (2)
No Verão de 2017, o Dr. Costa acompanhado por vários ministros e autarcas locais andou a passear pelos concelhos do Barreiro, do Seixal e de Almada anunciando o «investimento no arco ribeirinho sul». Seis anos depois, na Primavera de 2023, o Dr. Costa acompanhado por vários ministros e autarcas locais voltou a passear pelos mesmos concelhos a anunciar o projeto "Arco Ribeirinho Sul".
(Continua)
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