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11/03/2009

TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Temos que perder a mesada - depois, logo se vê.

«Quer dizer que estamos perdidos? Claro que não. Apenas significa que não podemos contar com os políticos, coisa que sabemos desde a primeira dinastia. Entretanto, a economia e a sociedade terão de ir fazendo o necessário. Nesse sentido, a tuberculose até cria condições favoráveis para combater a obesidade. O novo rating e as taxas de juro superiores da dívida nacional implicam que a dieta será feita, quer se queira, quer não. É verdade que vem na pior altura, porque agrava as dificuldades da crise conjuntural. Mas isso também é algo que sabemos desde sempre. Quando as coisas são fáceis, metemo-nos em sarilhos, e só pomos a casa em ordem quando não há alternativa.

Este é o "teorema d'A Canção de Lisboa", formulado brilhantemente no primeiro filme sonoro português de 1933 de José Cottinelli Telmo. O "Vasquinho da Anatomia" só começou a estudar quando perdeu a mesada das tias. Nessa altura, quando tudo parecia perdido, deu a volta por cima e, com fado e um copo de tinto, até aprendeu o esternocleidomastoideu. É assim Portugal. Este teorema, aplicado em 1383, 1640, 1755, 1851, 1917, 1977 e 1983, será renovado em 2009.»


[O TEOREMA DE A CANÇÃO DE LISBOA, João César das Neves, no DN]

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