Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

20/03/2004

O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES / GIVING DETRACTORS A CHANCE: O macho de Trancoso. / The ultimate Portuguese male.

Summary for the sake of
Once I disagreed with a BlogIsland famous guru’s assertion about the so-called brave maleness of the Portuguese mild male. Now it’s my turn to be disagreed with by a frequent reader and accidental detractor who quotes a presumptive historical record to ground the idea that there are, or at least there was, brave Portuguese males.
This record tells the story of a humble Portuguese priest living in 15th century convicted to be quartered, but later indulged by the King, for fathering almost 300 children from dozens of mothers, including his own and an aunt of him

Credo quia absurdum.


Se o Abrupto continua a dar voz aos seus leitores (quase todos seus admiradores) o Impertinências continua a ir mais longe, dando voz aos seus detractores (quase todos os seus leitores).
Vem isto a talhe de foice do post Macho? Moi?, em que se demonstrou que, longe de serem machos valentões, como se queixava o Abrupto (sempre ele), os machos portugueses são bastantemente mansos.
À semelhança da esquerdalhada, que condena mas compreende o terrorismo, um leitor habitual e detractor acidental escreve que «concorda, mas há excepções».
Como exemplo, aponta o Padre Francisco da Costa, citando a putativa «Sentença proferida em 1487 no processo contra o prior de Trancoso. Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5º, maço 7)», que reza assim:

«Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.
Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres. [agora vem o melhor:] El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo
».

Credo quia absurdum.

Sem comentários: